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Indústrias investem em inovação para enfrentar a crise trazida pela pandemia

Empresárias do ramo de uniformes passaram a fabricar vestimentas e materiais hospitalares

Abílio Dantas / O Liberal
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Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), realizada pelo Instituto FSB Pesquisa, afirma que oito em cada dez indústrias grandes e médias brasileiras investiram em inovações em 2020 e 2021, o que alavancou seus resultados financeiros. A região Norte, em contrapartida, está em último lugar no ranking das regiões brasileiras no quesito inovação industrial, tendo o Pará em segundo lugar dos estados nortistas, ficando atrás do Amazonas, de acordo com índice da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).

A pandemia foi o principal fator motivador dos investimentos em inovação, afirma o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), José Conrado Santos. De acordo com ele, muitos investiram na fabricação de novos produtos para atender as demandas trazidas pela crise sanitária mundial, como a necessidade de ampliação da produção de materiais de proteção contra a covid-19. No entanto, para o presidente, existem setores que poderiam ter sido mais explorados pelos empresários do Pará.

“Um investimento importante que poderia ser feito, para até mesmo baixar os custos de produção, seria em máquinas, pois nosso parque fabril encontra-se defasado em pelo menos 20 anos. Predominantemente, a indústria paraense é formada por empresas de grande porte e de médio porte. Estas, por terem uma característica diferente dos grandes projetos, não conseguem se enquadrar nos critérios dos incentivos estaduais e federais. O ideal seria flexibilizar as regras, para que essas médias indústrias pudessem ser contempladas e, desta forma, conseguissem investir na sua estrutura, incluindo a renovação para um parque industrial mais moderno”, defende.

Mais investimetos

Para que o Pará possa ser destaque no campo da inovação nos próximos anos, o presidente da Fiepa observa que são necessários investimentos estratégicos com o objetivo de tornar as indústrias mais competitivas. “Os dados demonstram que há muito trabalho a se fazer para que o Estado se destaque nacionalmente em inovação. É necessário vencer os gargalos que fazem com que as indústrias paraenses percam em competitividade para as indústrias de outras regiões. Necessitamos de investimentos em infraestrutura no Estado e de facilidade de acesso ao crédito, especialmente para as médias indústrias, investir em contratação de mão de obra especializada e vencer a instabilidade do ambiente externo provocada pela crise e pela demora na aprovação das reformas tributária e administrativa”, detalha o dirigente.

O Sistema Indústria, do qual a Fiepa faz parte, informa ainda que incentiva a inovação no país, por meio da qualificação de mão de obra oferecida pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) para atender essa demanda de mercado, ou por meio dos 27 Institutos Senai de inovação espalhados em 12 estados do Brasil, “que trabalham em rede e podem atender a todas as regiões do Brasil. Um deles localiza-se no Pará e é especializado em inovação para o setor mineral”.

Desafio

As empresárias e irmãs Larissa Vieira e Priscilla Silva Vieira, que possuem uma indústria do ramo de uniformes profissionais, foram desafiadas a reinventar o negócio com a chegada da pandemia, em razão das incertezas trazidas pela crise sanitária. “Os telefones haviam parado de tocar. A maioria das indústrias ligaram para a gente para dizer que iriam atrasar os pagamentos. Respiramos fundo e resolvemos investir no segmento hospitalar, que seria o foco daquele momento da pandemia. Então compramos TNT, que é o material utilizado para fazer os aventais descartáveis, que passou a ser um produto bastante procurado, também por conta das máscaras, e acabamos focando nisso. Foi o que nos manteve nos piores dias da pandemia”, relata.

As empresárias investiram também na fabricação de lençóis de hospital e pijamas cirúrgicos, iniciando assim uma nova fase no empreendimento. “Vimos que era um nicho que estava bem carente e que a maioria dos hospitais de Belém acabavam comprando fora. Conseguimos ganhar muita coisa participando de licitações, ganhando em preço e qualidade. Assim, conseguimos continuar operando, mesmo em momento de crise, mesmo em momento de pandemia”, conclui.

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