CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Imóveis corporativos podem perder US$ 800 bilhões em valor de mercado por home office, diz pesquisa

A presença de escritório se estabilizou em 30% abaixo das normas pré-Covid apenas 37% dos trabalhadores vão ao escritório todos os dias

Luciana Carvalho
fonte

Segundo um relatório divulgado na última quinta-feira (13), pelo McKinsey Global Institute, o trabalho realizado em home office pode fazer com que os edifícios de escritórios nas principais cidades do mundo percam US$ 800 bilhões até 2030, à medida que a tendência pós-pandemia aumenta as taxas de vacância de escritórios e reduz os aluguéis.

A presença de escritório se estabilizou em 30% abaixo das normas pré-Covid e apenas 37% dos trabalhadores vão ao escritório todos os dias, apontou a pesquisa.

O levantamento se soma a uma série de sinais recentes de que mudanças duradouras nos hábitos de trabalho por causa da pandemia estão prejudicando o valor dos imóveis comerciais – um mercado também sob pressão devido ao aumento das taxas de juros.

Em junho, o HSBC anunciou planos de reduzir pela metade o tamanho de sua sede global, trocando sua imponente torre no distrito comercial de Canary Wharf, em Londres, por um edifício muito menor perto do centro da cidade.

VEJA MAIS

image Home office: veja os 10 cargos que mais oferecem vagas para trabalhar de qualquer lugar do mundo
Mesmo antes da pandemia da Covid-19, o home office já era uma tendência que apontava para o crescimento

image Home office: 5 móveis que não podem faltar
Confira itens indispensáveis para garantir produtividade e conforto à rotina de trabalho

“O trabalho híbrido veio para ficar”, disse McKinsey. “Os imóveis urbanos em cidades superestrelas ao redor do mundo enfrentam desafios substanciais. E esses desafios podem colocar em risco a saúde fiscal das cidades, muitas, inclusive, já estão se esforçando para lidar com a falta de moradia, as necessidades de trânsito e outras questões urgentes”.

A McKinsey analisou mais de perto nove cidades “superestrelas” com uma participação desproporcional no produto interno bruto urbano mundial, ou seja, Pequim, Houston, Londres, Nova York, Paris, Munique, São Francisco, Xangai e Tóquio

O valor de US$ 800 bilhões em perdas de avaliação nessas cidades representam uma queda de 26% em relação aos níveis de 2019. Em um cenário mais severo, o valor dos escritórios pode cair até 42%, disse a consultoria.

“O impacto no valor pode ser ainda mais forte se o aumento das taxas de juros o agravar”, acrescentou McKinsey. “Da mesma forma, o impacto pode ser mais forte se as instituições financeiras com problemas decidirem reduzir mais rapidamente o preço das propriedades que financiam ou possuem”.

Há receio de que uma desaceleração no setor imobiliário comercial possa causar perdas nos bancos, que financiam muitos dos negócios do setor. Nos Estados Unidos, onde os empréstimos vêm principalmente de bancos pequenos e médios, as condições de crédito já se tornaram mais rígidas.

O levantamento da McKinsey constatou ainda que a demanda cada vez menor por escritórios reduziu os índices de aluguéis solicitados pelos proprietários e que as cidades americanas são as que mais estão sofrendo as quedas mais acentuadas.

Em 2022, nas cidades de São Francisco e Nova York, houve uma queda de 28% e 22% nos aluguéis solicitados, respectivamente, em comparação com 2019, ajustados à inflação. De acordo com as projeções moderadas, espera-se que a demanda por escritórios seja até 13% menor até o final desta década, em comparação com 2019.

image Novas regras de home office entram em vigor nesta segunda (28); entenda como vai funcionar
As novas regras passam a valer imediatamente; saiba o que muda no home offica

Embora a taxa de pessoas deixando as cidades tenha voltado à tendência mínima pré-pandemia, espera-se que apenas uma pequena proporção das pessoas que saíram retornem, e as atividades comerciais urbanas não se recuperarão completamente, conforme afirmado por consultorias.

O tráfego de pedestres próximo às lojas em áreas urbanas continua de 10% a 20% abaixo dos níveis anteriores à pandemia, em parte devido ao aumento das compras online.

A McKinsey disse que as cidades podem se adaptar à demanda em declínio por espaços de escritórios “assumindo uma abordagem híbrida”, desenvolvendo escritórios multiúso e espaços de varejo e construindo edifícios que podem ser facilmente adaptados para atender a diferentes propósitos.

(Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política).

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Economia
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM ECONOMIA

MAIS LIDAS EM ECONOMIA