Governo amplia mistura de etanol e biodiesel nos combustíveis a partir de agosto
Segundo o governo, a medida deve baratear a gasolina e reduzir a dependência de combustíveis importados, o que é estratégico diante de conflitos como o entre Irã e Israel

O governo federal anunciou nesta quarta-feira (25) que vai aumentar o percentual obrigatório de biocombustíveis na gasolina e no diesel. A mistura de etanol anidro na gasolina tipo C subirá dos atuais 27% para 30% (E30), enquanto a proporção mínima de biodiesel no óleo diesel passará de 14% para 15% (B15). A medida entra em vigor no dia 1º de agosto.
A decisão foi tomada durante reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), realizada nesta manhã. A medida foi confirmada pelo Ministério de Minas e Energia durante o evento “Combustível do Futuro Chegou: E30 e B15”, realizado na sede da pasta, em Brasília. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também participou do encontro e da reunião do CNPE.
A ampliação da mistura está prevista na Lei do Combustível do Futuro. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, já defendia o aumento imediato do teor de etanol para 30% e do biodiesel para 15%. Em entrevista ao Broadcast Agro no início de junho, ele antecipou que levaria a proposta à próxima reunião do conselho.
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Testes realizados pelo Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) demonstraram a viabilidade técnica e ambiental da mistura E30. Segundo o governo, a medida deve contribuir para a redução do preço da gasolina ao consumidor final e aumentar a autossuficiência do País, reduzindo a dependência de combustíveis importados — fator considerado estratégico em meio a conflitos geopolíticos, como o entre Irã e Israel.
Hoje, o percentual máximo permitido de etanol anidro na gasolina é de 27,5%. Com a mudança, esse limite será elevado a 30%.
Quanto ao biodiesel, a elevação do teor de 14% para 15% já estava prevista para março, conforme resolução anterior do CNPE. A decisão havia sido adiada por preocupações com a inflação de alimentos e o preço do óleo de cozinha. Agora, com a queda nos preços do óleo de soja — impulsionada pela safra recorde —, o governo considerou que há condições para retomar o cronograma.
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