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Garantir plena saúde da mulher ainda é desafio

Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher é celebrado nesta sexta-feira (28)

Elisa Vaz

Conscientizar a sociedade sobre os problemas de saúde comuns na vida das mulheres é o principal objetivo do dia 28 de maio, data em que se comemora o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher. Dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) apontam que, em 2019, o maior número de mortes foi decorrente de doenças crônicas não transmissíveis (15.937), seguido de morte prematura, de 30 a 69 anos de idade (3.638), câncer de mama (330), câncer de cólo de útero (381) e morte materna (120). Já em 2020, os números ficaram assim: doenças crônicas não transmissíveis (20.018 óbitos), morte prematura (3.855), câncer de mama (349), câncer de cólo de útero (354) e morte materna (128).

A médica Gislânia Francês, que é presidente da Comissão do Óbito Materno, explica que as doenças mais típicas da mulher que requerem preocupação são o câncer de mama e o câncer no colo do útero. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, em 2020, o que acomete a mama feminina representou 29,7% de todos os novos casos de câncer no Brasil. Em segundo e terceiro lugar, respectivamente, aparecem o de cólon e reto (9,2%) e o de colo do útero (7,5%).

Para evitar essas doenças e ter um diagnóstico precoce, que ajuda no tratamento, é ideal que as mulheres mantenham uma frequência de exames anual, especialmente a ginecológica. “Minha primeira orientação é que a mulher procure se conhecer, conhecer seu corpo, para observar precocemente qualquer alteração no seu organismo que não esteja acostumada, no seu dia a dia. Após isso, ela deve procurar ajuda especializada”, afirma Gislânia.

Na avaliação da médica, a campanha em alusão a esta data tem fundamental importância. Com a pandemia, ela diz que muitas mulheres postergaram suas avaliações anuais, o que impossibilita o diagnóstico precoce de doenças mais graves, como câncer de mama e de colo uterino. Também há outras condições de saúde que afetam as mulheres, além do câncer, como a miomatose uterina, o corrimento vaginal, a infecção urinária, entre outras.

Outro problema que afeta as mulheres no âmbito da saúde pública é a morte materna, que é quando ocorre o óbito de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias do pós-parto, independente da duração ou da localização da gravidez. É causada por qualquer fator relacionado ou agravado pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a ela.

“Muitos óbitos maternos poderiam ser evitados durante a gestação. O que acontece é que ou ela não procurou a Unidade de Saúde, ou se procurou não teve atendimento adequado, ou demorou a ser transferida, ou não teve diagnóstico correto. Quando se faz a análise do óbito, a gente percebe que, nesse percurso, poderíamos ter evitado o óbito com uma boa assistência pré-natal e adequada orientação dessa gestante”, declara. Além disso, hipertensão, hemorragia e infecção também são comuns em mulheres.

“Mesmo na pandemia, diante das dificuldades que nós, mulheres, encontramos para ter acesso ao sistema de saúde, porque muitas unidades estão voltadas para pacientes com covid, é de suma importância o acompanhamento. Que essa data provoque reflexões para que todas nós cuidemos mais da saúde”.

Gislânia afirma que ainda existe muita falta de conhecimento da população no geral a respeito da saúde da mulher e da prevenção a doenças. Por isso, ela orienta que as pessoas não busquem informações nas redes sociais, e sim com profissionais de saúde especializados, que sejam referência no assunto.

Além disso, a médica pontua alguns desafios que ainda devem ser superados no futuro. “É preciso conscientizar. A mulher precisa ser avaliada anualmente independente do sintoma. Temos que alcançar quem mora longe das unidades também. O segundo desafio é que, quando essas mulheres chegarem às unidades, possamos resolver o problema. A demanda deve ter aumentado com a pandemia. E em terceiro lugar, se tivermos hospital de referência para mulher seria um grande ganho para todas nós”.

Estado e Prefeitura promovem atividades

A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), por meio da Coordenação Estadual de Saúde da Mulher, organizou para os meses de maio e junho reuniões virtuais para discutir casos clínicos de gestantes ou puérperas com agravos no ciclo gravídico-puerperal. Para o dia 31 deste mês, está programado o I Fórum Estadual sobre a redução da mortalidade materna, para discutir a temática. Atualmente, o Estado mantém 10 hospitais que realizam o atendimento de especialidades para mulheres.

Por sua vez, a Prefeitura de Belém realizará, nos dias 27 e 28, diversas programações alusivas à data. Nesta quinta-feira, haverá um webnário com o tema “Saúde da mulher e a redução da mortalidade materna”, às 9h. O encontro vai abordar a importância do pré-natal para a redução da mortalidade materna; gestação e covid-19; e violência doméstica e mortalidade materna.

Já na sexta-feira, segundo dia de programação, as Unidades Municipais de Saúde promoverão, a partir das 8h, palestras e ofertas de exames preventivos para mulheres, além de disponibilizar a elas panfletos sobre os serviços oferecidos. A atenção especial será no bairro do Jurunas, onde haverá um ciclo de palestras durante todo o dia 28, oferta de PCCU, testes rápidos e prática de exercícios.

“No município, temos a Unidade de Referência Especializada em Saúde da Mulher (URE Mulher), que oferece serviços de patologia cervical, realizando a avaliação da mulher com o preventivo alterado com indicação de colposcopia, para diagnosticar e tratar as patologias do colo do útero; serviços de mastologia, para avaliação, acompanhamento e diagnóstico de doenças mamárias; além do ambulatório do pré-natal de alto risco, que acompanha gestantes com chances de complicações na gravidez ou no parto que representem perigo para a mãe, para o bebê ou para os dois, oferecendo uma condução intensificada e detalhada do pré-natal. Nas Unidades de Saúde são oferecidos exames de mamografia, PCCU, testes rápidos, acompanhamento pré-natal, consultas de enfermagem, clínica médica e ginecológica”, informou a Prefeitura.

Também no dia 28, será o “Dia D de doação de sangue”, parceria entre a Coordenadoria da Mulher de Belém e o Hemopa. Para doar, é preciso ter entre 16 e 69 anos (menores de idade devem estar acompanhados do responsável legal); pesar mais de 50 kg; estar em boas condições de saúde; estar bem alimentado (não precisa estar em jejum); evitar ingestão de bebidas alcoólicas no dia anterior e no dia da doação; e evitar cigarro até duas horas depois da doação. Os postos de coleta são na sede do Hemopa, na travessa Padre Eutíquio, 2109, bairro Batista Campos, das 7h30 às 18h; no Hemopa Castanheira, das 7h30 às 18h; e no Hemopa Pátio Belém, na Estação Cidadania, das 9h às 16h.

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