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Férias mais curtas: expectativa é de reservas tímidas no Pará para julho de 2025, segundo sindicato

Mudança no calendário escolar por causa da COP 30 reduz férias de julho a duas semanas e preocupa setor hoteleiro em destinos tradicionais como Salinas, Mosqueiro, Ajuruteua e Marajó.

Jéssica Nascimento
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Com as férias escolares de julho de 2025 limitadas às duas primeiras semanas do mês, por conta da realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) em Belém, o setor de turismo no Pará já sente os impactos da medida. Em municípios que tradicionalmente recebem milhares de visitantes nesse período — como Salinópolis, Marajó, Ajuruteua e Mosqueiro — a expectativa é de redução nas reservas para negócios que dependem da alta temporada.

Reservas tímidas e incertezas no interior

Fernando Soares, assessor jurídico do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (SHRBS) do Pará, aponta que, embora ainda não haja levantamento oficial, o cenário para julho é de retração. 

"A gente acredita que vai ser inferior aos anos anteriores, com certeza", avalia. 

Segundo ele, a redução do período de férias compromete a principal temporada para muitos empreendimentos do interior, que dependem da movimentação prolongada.

"A lotação maior em Salinas, por exemplo, costuma ser na segunda quinzena de julho. Com férias apenas na primeira quinzena, há o risco de esvaziamento do fluxo habitual. É uma situação atípica", alerta Soares.

O sindicato, segundo o assessor, não foi consultado sobre a decisão do governo de antecipar o recesso escolar. “Tomamos ciência pela imprensa. A gente entende até que é um mal necessário, mas há impacto claro no setor.”

Final de semana ainda pode salvar parte da temporada

Apesar do cenário desafiador, o sindicato acredita que os finais de semana seguirão movimentados, com deslocamentos de curta duração para os balneários. 

“Quinta, sexta vai todo mundo”, comenta Soares, prevendo um turismo mais concentrado em escapadas rápidas do que em estadias prolongadas.

Outra aposta é que o movimento turístico, represado em julho, se transfira para novembro, durante o período da COP 30. A previsão é que muitos moradores da capital optem por sair de Belém devido ao trânsito e restrições, favorecendo os destinos litorâneos. 

"É preferível você segurar um pouco aqui agora e lá na frente você gastar", pondera.

No Marajó, o desafio virou oportunidade

Se por um lado Salinas e Mosqueiro se preparam para uma temporada morna, no Marajó a expectativa é diferente. Simone Pereira, CEO de um hotel na ilha e presidente de uma rede feminina de turismo local, vê na COP uma chance única de visibilidade internacional. “É um divisor de águas para todos nós que trabalhamos com turismo”, afirma.

Mesmo com as férias reduzidas, Simone aposta em crescimento: “Já estamos com aumento de demanda desde o ano passado, inclusive com mais turistas estrangeiros. Nossa perspectiva é dobrar o faturamento em 2025.”

Além disso, o hotel que administra está em expansão: de 19 para 30 suítes, com capacidade para 80 hóspedes. A estrutura vem sendo modernizada e os serviços, aprimorados. 

“Estamos nos preparando com capacitação, novas parcerias, e melhoria no atendimento para oferecer uma experiência imersiva na cultura marajoara”, diz.

A empresária reforça que a proposta é desenvolver um turismo sustentável, que fortaleça a cultura e a economia local. 

“Preservamos nossa identidade, com turismo de base comunitária, que fomente toda a cadeia produtiva da ilha, de forma sustentável”, destaca.


 

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