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Exportações paraenses têm queda de 25% no primeiro semestre

Especialista explica que isso ocorre por problemas econômicos na China, principal comprador

Elisa Vaz

O Pará encerrou o primeiro semestre deste ano na quinta posição entre os Estados que mais exportaram no Brasil de janeiro a junho, somando US$ 10,6 bilhões e com a participação de 6,61% na balança comercial nacional. Quanto às importações, o resultado foi de US$ 1,1 bilhão, em 17º lugar no país, respondendo por apenas 0,9% de tudo que foi comprado. A diferença entre esses dois montantes gerou um saldo positivo de US$ 9,4 bilhões ao Pará nos seis primeiros meses de 2022. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

Mesmo com o resultado positivo nas exportações, na comparação com o mesmo período do ano passado, houve uma retração de 25,3%. A coordenadora do Centro Internacional de Negócios (CIN), Cassandra Lobato, explica que essa baixa está muito atrelada ao minério de ferro, cujo principal comprador internacional é a China, que está passando por um período de lockdown severo por conta da pandemia da covid-19. Segundo ela, esse comportamento acaba ocasionando o fechamento dos portos, com nenhuma entrada de navios que pudessem levar as exportações paraenses.

Historicamente, o minério de ferro é o responsável por grande parte das vendas do Estado. Neste ano, até junho, o produto respondeu por 59% de tudo que foi exportado pelo Pará. “A gente observa que isso acabou contribuindo para que um setor que utiliza muito essa matéria-prima, a produção de aço, que é o setor imobiliário chinês, também dê uma parada com relação às compras. Sem falar nas reformas no seguimento das siderúrgicas chinesas, que tiveram que reformar toda a sua infraestrutura. Então, esses foram alguns motivos pelos quais a gente observa que houve uma queda significativa e percebe o quanto a balança ainda depende do setor mineral”, comenta.

No próximo mês, a especialista diz que deve haver flexibilização do controle da pandemia da covid-19 e a liberação dos portos para entrada das exportações no porto de Xangai e, com isso, pode haver um crescimento e melhor posicionamento do Estado do Pará. “A gente teve uma queda, mas conseguiu, nesse período, passar de sexto para quinto no ranking de exportadores”, ressalta. Isso, na opinião de Cassandra, mostra o quanto a indústria exportadora ainda é pujante.

Exportações

Os dados do Mdic apontam que, além do minério de ferro, o Pará também vendeu outros produtos, como soja (respondendo por 8,8% do total), alumina (8,7), minério de cobre (6,6%), ferro-gusa e carne bovina (ambos com 3,1%), alumínio (2%), madeira (1,8%) e outros. A coordenadora do CIN ressalta que a pauta do semestre ficou mais diversificada, sendo que a madeira faz parte do ranking dos produtos com maior variação na comparação com o primeiro semestre de 2021, com alta de 105,8% e tendo como principal comprador os Estados Unidos.

Para ela, este número representa uma retomada para o setor madeireiro, que, apesar de sofrer pressão ambiental, o Pará se posiciona de maneira “muito forte”. Também teve destaque nos seis primeiros meses do ano o dendê 994%), vendido, principalmente, para a Suíça. “Isso mostra o quanto que esse item é base para muitos produtos alimentícios na Europa, e a força do dendê está ganhando cada vez mais mercados, expandindo, mesmo com todas essas variáveis impeditivas como a pandemia, a crise, a guerra que a gente vivencia da Ucrânia e da Rússia. Alguns produtos tradicionais se posicionam de maneira muito positiva”, comenta. Outro que ela menciona e que teve variação positiva de 47,1% foi a castanha do Pará, com o principal comprador sendo os Estados Unidos.

Importações

Entre os produtos que mais foram comprados pelo Pará de janeiro a junho estão os óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos, que responderam por 22% de tudo que foi importado no período, junto com os adubos ou fertilizantes químicos, com o mesmo percentual. Depois deles, aparecem Elementos químicos inorgânicos, óxidos e sais de halogênios (15%), carvão (8,6%), Produtos residuais de petróleo e materiais relacionados (6,4%), Instalações e equipamentos de engenharia civil (5,2%) e outros.

Já alguns dos que tiveram as maiores variações foram os Medicamentos e produtos farmacêuticos, exceto veterinários (16.000%), Máquinas não elétricas, ferramentas e aparelhos mecânicos (652%), Equipamento mecânico para manuseio, elevação e guinchos (559%), Ferro-gusa, spiegel, ferro-esponja, grânulos e pó de ferro ou aço e ferro-ligas (493%) e carvão (216%).

Balança comercial do Pará no primeiro semestre de 2022

Exportação: US$ 10,6 bilhões
Variação: -25,3% (na comparação com primeiro semestre de 2021)
Posição no ranking dos Estados: 5º lugar
Participação nas exportações do país: 6,61%

Importação: US$ 1,1 bilhão
Variação: 71,4% (na comparação com primeiro semestre de 2021)
Posição no ranking dos Estados: 17º lugar
Participação nas exportações do país: 0,9%

Fonte: Mdic

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Economia
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