CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Exportação de madeira do Pará cresce 21,8% em janeiro de 2022

Já o valor arrecadado pelo setor nas vendas para o exterior cresceu 110% na comparação com janeiro de 2021, uma demonstração de recuperação do mercado

O Liberal

Na comparação com janeiro de 2021, as exportações de madeira do Pará cresceram 110% em valor no mês de janeiro de 2022 e 21,8% em quantidade de mercadoria exportada, segundo balanço divulgado pela Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará (Aimex) com base em dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

No total, a venda internacional de madeira pelo estado do Pará movimentou cerca de US$ 37 milhões, com mais de 20 mil toneladas de produtos enviados para fora do país.

A alta foi puxada em grande parte pela exportação de pisos e decks, com aumento de 132%, e de MDF, com 100% de crescimento.

A Associação considera o "expressivo" porque apesar de 2021 ter sido um ano de retração para diversos setores da economia, em virtude da segunda onda de pandemia da covid-19, os números do início de 2021 superam os de janeiro de 2020, antes da pandemia chegar ao Brasil, quando a receita oriunda das exportações ficou em torno de US$ 18 milhões.

Para o presidente da Aimex, Eduardo Leão, o dado deve ser celebrado, principalmente, porque interrompe uma sequência de baixas, mesmo em um cenário de retomada da economia mundial.

Ele lembra que com o avanço da vacinação no mundo, há um reaquecimento natural do comércio internacional.

"Um exemplo é que quase todos os produtos da pauta de exportação paraense vêm apresentando saldos positivos, assim como as exportações de madeira do Mato Grosso, nosso principal concorrente na produção de madeira nativa que, pela primeira vez, ameaçou o posto do Pará. No entanto, por diversos fatores, o Pará não acompanhou essa retomada, seja por problemas de alguns órgãos ambientais não conseguirem emitir a documentação necessária ou pela falta de contêiner, que tem afetado o mercado como um todo. O fato é que finalmente podemos respirar e comemorar uma melhora”, afirma Leão.

MDF em destaque

Um dos destaques de janeiro foi a exportação de painéis de fibra de madeira aglomerada, os famosos MDF’s. Até então, a primeira fábrica do produto do Norte e Nordeste, que se encontra Paragominas, produzia e vendia apenas para o mercado interno e, pela primeira vez, enviou cargas para fora do país, passando a integrar a pauta de itens de madeira exportados pelo Pará.

Na análise do setor florestal de base madeireira, os dados positivos de janeiro indicam uma possível arrancada das exportações paraenses, no entanto, alertam que é preciso também analisá-los com cautela, sobretudo pelo cenário ainda incerto que o mundo atravessa.

“A demanda por madeira é grande, mas a inflação em nível mundial, inevitavelmente, levará os países a aumentarem as taxas de juros e a uma consequente redução no consumo”, diz o consultor técnico da Aimex, Guilherme Carvalho.

Rússia

Por outro lado, o consultor da Aimex informa que mudanças na produção florestal europeia podem beneficiar as exportações paraenses, principalmente as realizadas pela Rússia, que recentemente proibiu a venda de madeira em tora oriunda de suas florestas e fixou uma taxa sobre a exportação de madeira simplesmente serrada acima de 10 cm de espessura.

“Essas medidas farão a madeira russa ficar mais cara, o que pode fazer com que a União Europeia, nosso segundo principal importador, procure mais os produtos paraenses”, completa Carvalho.

A proibição da exportação de madeira em tora oriunda de florestas nativas, que a Rússia coloca em prática agora, já é realidade no Brasil desde 1989, em um pleito encabeçado pela Aimex junto às autoridades.

Hoje, cerca de 70% dos produtos exportados pelo Pará possuem um alto valor agregado, como pisos, decks, portas, janelas, utensílios de cozinha, entre outros. Para isso, foi preciso a indústria fazer o dever de casa e investir alto em tecnologia e qualificação de mão de obra.

“A conta é simples: quanto maior a agregação de valor, ou seja, quando mais trabalhado é um produto, mais gera renda, emprega mais e com postos de trabalho melhor. E esse trabalho, a indústria florestal paraense fez lá atrás, somos pioneiros nesse quesito”, ressalta Carvalho.

Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞
Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Economia
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM ECONOMIA

MAIS LIDAS EM ECONOMIA