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Endividamento atinge 68,4% das famílias paraenses em maio, aponta Fecomércio

Economista alerta para necessidade de controle de gastos e planejamento familiar

Bianca Virgolino | Especial para O Liberal
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No Pará, 68,4% das famílias estavam endividadas em maio deste ano, aponta Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Fecomércio-PA. O número é maior do que o registrado no mesmo mês de 2024, quando o índice era de 67,4%, mas representa uma leve queda em relação ao mês anterior, abril de 2025, que teve 68,6% de endividados. Em relação à inadimplência, o dado é mais positivo: 22,2% das famílias estavam nessa situação em maio, uma melhora considerável em comparação aos 27,7% de um ano antes e ligeiramente inferior ao índice de abril, que foi de 22,5%.

Cartão de crédito lidera entre as dívidas

Entre os principais tipos de dívida apontados pelos consumidores paraenses, a pesquisa mostra que o cartão de crédito continua sendo o líder absoluto: 82,1% dos endividados, seguido de carnês (19,4%) e o crédito consignado (10,2%). Também foram citados financiamentos de carro (8,5%), financiamento habitacional (4,6%), cheque especial (3,8%), crédito pessoal (3,2%), outras dívidas (1,8%) e cheque pré-datado (0,2%).

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Diferença entre endividado e inadimplente

De acordo com o economista Luiz Cláudio Martins, é importante diferenciar os conceitos. “O inadimplente não consegue pagar sua dívida. Já a pessoa endividada tem a dívida, mas consegue pagar o que deve”, explica.

Para o economista, o básico para não comprometer o orçamento com dívidas é ter clareza sobre os próprios rendimentos e despesas. “Digamos, eu recebo tanto, logo eu preciso ter minhas despesas mensais dentro desse limite. Porque, senão, se extrapolar aquele limite, eu não vou ter como pagar determinadas dívidas e vou passar a ser inadimplente. Então, esse é o básico”, afirma.

Caso surja o desejo de adquirir um bem ou serviço novo, Luiz Cláudio recomenda avaliar se a nova despesa cabe no orçamento. E, diante de uma situação inesperada — como a perda de emprego ou um problema de saúde —, é preciso readequar as finanças. “Se houver uma contingência, é necessário fazer uma readequação financeira em virtude dessa mudança que aconteceu”, orienta.

Se a nova dívida não couber no orçamento, é necessário cortar gastos e rever comportamentos. “Trocando de produtos de determinado preço por produtos similares com preço menor; reduzir a alimentação fora de casa; diminuir ou até mesmo não fazer uma viagem que estava prevista, em virtude dessa nova dívida que foi contraída”, aconselha o economista.

Outra medida possível, segundo Luiz Cláudio, é transferir o financiamento para outra instituição que ofereça melhores condições. “Essa é uma opção para tentar mudar para taxa de juros menor ou um prazo mais adequado para aquela pessoa. Então, por exemplo, a pessoa se vê numa sensação de dificuldade de pagar aquela dívida, ela tem essa possibilidade”, afirma.

Educação financeira deve começar cedo

Para o especialista, a educação financeira precisa estar presente desde os primeiros anos escolares. “Por isso que a educação financeira é tão importante, desde os alunos do ensino fundamental básico, passando por toda a vida de estudante. É preciso ter uma disciplina de organização financeira”, defende.

Decisões financeiras devem ser compartilhadas

Segundo Luiz Cláudio, o planejamento das finanças precisa envolver toda a família, especialmente em decisões maiores. “Nessas situações, sempre é bom fazer uma reuniãozinha básica quando, por exemplo, a família for adquirir um imóvel financiado, um carro, por exemplo. Comunicar que, em virtude disso, será necessário fazer algumas mudanças de hábitos de consumo para que essas novas despesas caibam dentro do orçamento. Então tem que ser um contrato, digamos assim, tem que ser acertado entre todas as pessoas que compõem aquele núcleo familiar, aquela família”.

 

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