Empreendedores apresentam produtos que valorizam a cultura regional no MICBR2023

Produtos possuem forte influência da região amazônica e dos laços familiares

Emilly Melo
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Além de estimular a economia criativa nas diferentes formas de empreendedorismo, o Mercado das Indústrias Criativas do Brasil (MICBR) 2023 reúne, nesta terceira edição, histórias nas quais a relação familiar e a valorização da cultura amazônica adquirem protagonismo no trabalho desenvolvido pelos empreendedores paraenses que participam do evento, que acontece no Hangar – Centro de Convenções, em Belém, e segue até domingo (12) .

Há 21 anos, a família de Shirley Tobelem começou a empreender. O negócio familiar começou após o patriarca da família experimentar um biscoito de castanhas na porta de casa. Atraídos pelo sabor e pela ideia de montar um negócio, a família Tobelem recebeu as instruções de como preparar doces caseiros e decidiu investir.

Empreendedores MICBR2023

“Somos uma empresa familiar, que foca nos produtos naturais do Pará, como a castanha-do-Pará e o cupuaçu, que são os carros chefes da empresa. Vendemos pela internet, nos supermercados e participamos de feiras de empreendedorismo”, afirma Shirley, que acrescenta que a participação no MICBR 2023 tem sido fundamental para fazer novas negociações. “Aqui fizemos muitas negociações, esse é o foco, as vendas são consequências”, complementa.

Também em um negócio familiar, Maria Silva conta que começou a empreender ao lado da sogra, há mais de 20 anos, no ramo de fragrâncias regionais. Silva vende essências típicas de especiarias amazônicas, como cheiro de patchouli, breu branco, priprioca, pau-rosa, entre outras.

“Apesar de ela [sogra] não estar mais entre nós, continuamos o que ela nos ensinou e que aprendeu com os pais dela e os seus antepassados, que sempre trabalharam com isso. Fazemos tudo artesanalmente em casa. O movimento aqui está possibilitando divulgar o nosso trabalho”, diz Maria.

Aprender com a família também é uma experiência que Jorge Ferreira compartilha. Artesão, ele relata que aprendeu a talhar vidro com o irmão. Há 15 anos, ele produz peças entalhadas em vidro, que incluem desde santas até réplicas do símbolo parisiense, a Torre Eiffel.

“Trabalhava em uma vidraçaria com o meu irmão, depois que eu saí, aprendi a talhar com o alicate, mas percebi que também dava com o martelo. Fui me aperfeiçoando. Faço as peças no quintal de casa e vendo aos domingos na Praça da República”, expõe Ferreira.

Valorização cultural

A designer e ourives Yanne Neves também busca valorizar a cultura amazônica em seus produtos. Ela trabalha na confecção de joias artesanais e autorais. “Eu falo muito da memória da nossa terra e ancestralidade. Nas peças, é possível observar um significado. Tenho uma coleção que utiliza muitos elementos da nossa terra, como a cuia e a prata”, explica Yanne.

Empreendedora há cinco anos, Yanne destaca que o trabalho desenvolvido por ela está inserido em uma grande cadeia produtiva. “Trabalhos com insumos, gemas preciosas, e abarcamos cerca de 12 trabalhadores que apoiam esse trabalho, como ourives, lapidários, os que fornecem as cuias”, aponta a designer.

A inspiração das coleções acontece por meio das vivências de Yanne, que afirma não se cobrar para estar sempre com uma nova linha, mas prefere que os produtos sejam desenvolvidos de forma orgânica. “Eu procuro lançar as coleções que passam pela trajetória do nosso ano, como o Círio, Dia das Mães, que é um período muito interessante para se abordar a questão da memória. Vou sentindo, como artista, e vou retratando nas joias através do arco das nossas memórias”, revela Neves.

Yanne destaca que no MICBR 2023 está conseguindo desenvolver uma boa rede de contatos. “O público é muito receptivo, compreende o trabalho autoral, porque muitas pessoas conheceram o nosso trabalho e devem levar para outros estados ou outros países, então isso é muito interessante para a gente que é empreendedor e quer expandir o mercado”, analisa Neves.

Já para Cleyciane Dias, o empreendedorismo surgiu durante a pandemia. Enquanto estava em casa, Cleyciane realizou uma vontade que tinha desde a infância: crochetar. Por meio do emaranhado de fios de crochê, ela representa um pouco da cultura paraense nas bonecas de amigurumi — técnica de crochê — inspiradas em Nossa Senhora.

“Eu aprendi pela internet na época da pandemia, que fiquei em casa, mas desde criança sempre tive vontade de fazer crochê, fui aprendendo da forma tradicional, até que conheci essa técnica e me apaixonei”, conta a crocheteira.

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