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Educação técnica é um dos investimentos públicos que mais dá retorno, aponta pesquisa

Profissionais egressos do ensino técnico podem ter remuneração 32% maior do que os concluíram o ensino médio na modalidade regular

Kamila Murakami

A educação técnica é um dos investimentos públicos com maiores índices de retorno financeiro no Brasil. É o que aponta um levantamento feito pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), em parceria com o Itaú Educação e Trabalho e o Instituto Unibanco.  A pesquisa analisou 76 estimativas do impacto da educação técnica, presentes em 16 estudos selecionados. Segundo o estudo, a cada R$ 1 investido na educação profissional e tecnológica de nível médio, o egresso da formação profissional tem um retorno na própria remuneração superior a R$ 3. 

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O levantamento indica ainda que, em comparação com os trabalhadores que não possuem formação, as pessoas com nível de formação profissional adquirido por meio da educação técnica têm 5,5 pontos percentuais (pp) mais de chances de ingressar no mercado de trabalho formal. Já em relação aos que não chegaram a finalizar o ensino superior, os egressos da formação técnica de nível médio têm cerca de 6,2 pp de vantagem na disputa por uma vaga no mercado. 

A qualificação de nível médio aumenta em 6,8 pp as chances de uma pessoa conseguir uma ocupação ou de estar ativo na busca por um emprego, se comparado aos indivíduos que contam com apenas o ensino médio regular completo, aponta a pesquisa. 

No caso dos trabalhadores que não têm formação de nível superior, a conclusão da educação profissional e tecnológica de nível médio aumenta as chances de vínculo trabalhista em  7,6 pp e a remuneração do trabalho em 18% para o grupo de indivíduos que concluíram apenas a educação básica. 

Remuneração 

Outro fator apontado pelo levantamento é que o jovem que concluir a formação do ensino técnico terá, ao longo da sua vida profissional, remuneração, em média, 32% mais elevada do que a renda daqueles que concluem o ensino médio regular.

“Os dados do estudo revelam que a conclusão de cursos técnicos não apenas aprimora as habilidades individuais, mas também reduz significativamente as chances de os egressos atuarem no segmento informal da economia. Esta constatação enfatiza a importância estratégica de promover e fortalecer programas de educação técnica, não apenas como meio de desenvolvimento pessoal, mas também como um eficaz instrumento na construção de uma força de trabalho cada vez mais qualificada”, informa o relatório.

Ricardo Paes de Barros, professor titular do Inpes e um dos profissionais envolvidos no levantamento, destaca que os profissionais egressos da educação profissional e tecnológica de nível médio recebem remuneração até 12% maior em comparação com aqueles que concluíram somente o ensino médio. “O que deveria ser aperfeiçoado é a complementaridade curricular. O curso técnico precisa ser valorizado e melhor aproveitado pela educação superior”, afirma. 

Segundo a superintendente do Itaú Educação e Trabalho, Ana Inoue, a educação profissional e tecnológica (EPT) tem potencial inegável para transformar a vida dos jovens e contribuir com o desenvolvimento socioeconômico do país. “Recentemente foi aprovado o Marco Legal do Ensino Técnico, que projeta a construção de uma política nacional para os próximos dois anos.  Precisamos avançar na elaboração conjunta dessa política, para podermos colocar a EPT em outro patamar, com ampla oferta qualificada para os jovens, garantindo retorno positivo em suas vidas", defende.

(*Kamila Murakami, estagiária de jornalismo sob a supervisão de Hamilton Braga, coordenador do núcleo de Política)

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