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Diesel mais barato não deve provocar redução de preços nas prateleiras

Embora os produtos sejam transportados pelo modal rodoviário, especialistas acham que a redução foi pequena

Elisa Vaz

Em vigor desde esta sexta-feira (5), o novo preço do óleo diesel, que caiu 3,57%, não será suficiente para reduzir outros custos dos consumidores, como alimentação. Boa parte dos produtos vendidos nas prateleiras de supermercados vem de fora, e o valor desses itens é diretamente influenciado pelo frete, atrelado ao diesel, combustível que abastece os caminhões e transportes de carga. Mas o presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), Jorge Portugal, não acredita em uma redução ao consumidor final provocada pelo novo preço do óleo.

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“Não acredito que venha a influenciar. No último aumento do diesel, não houve alta no frete, então agora com certeza não terá queda. Se fosse uma diminuição em percentual mais alto, com certeza, poderia impactar, mas infelizmente não acreditamos nisso”, enfatiza Portugal. O presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos do Estado do Pará (Sindicam), Eurico Tadeu, concorda. Ele acha que, a princípio, os produtos não sofrerão nenhum tipo de mudança com a queda do preço do óleo diesel no Pará.

Segundo o representante do setor, a margem é muito pequena, e o preço do óleo já estava “muito além do que precisa, na comparação com a tabela de frete, que já estava defasada”. Por isso, agora, com a redução, a população não deve esperar muitas mudanças. “Para ficar bom teria que ser o dobro. Além disso, temos outras dificuldades aqui no Pará. As estradas são muito ruins, os caminhões consomem muito combustível, então essa redução ajuda muito pouco”, opina. Eurico ainda alerta que a queda no preço do óleo diesel só será eficaz caso seja fiscalizada e os postos reduzam, de fato, o valor praticado.

Em nota enviada à reportagem, o Sindicombustíveis reforça que a queda diz respeito somente ao diesel puro nas refinarias da Petrobras, sendo que existem outras refinarias privadas no país, além da importação de combustíveis. Além disso, o sindicato ressalta que não existe correlação obrigatória entre os preços da refinaria da Petrobras e o dos combustíveis nos postos, porque esse comportamento depende sempre do repasse das distribuidoras, do estoque das empresas e da decisão de cada uma.

“Toda redução de preços é interessante aos postos, pois elevam o volume de vendas. Mas o combustível da refinaria é vendido para as distribuidoras, que adicionam os biocombustíveis e depois vendem aos postos, que atuam no último elo da cadeia e, portanto, dependem do preço praticado pelas distribuidoras para formar seu custo de venda aos consumidores. Muitos postos têm relatado que, mesmo após os anúncios de redução anteriores, as distribuidoras não reduziram o preço de venda, ou reduziram em montante muito menor”, diz o texto.

O economista Valfredo de Farias explica ainda que o valor do óleo diesel está atrelado ao barril do petróleo e por isso vem caindo, devido à política de preços da Petrobras, que acompanha o custo do petróleo no mercado internacional. “A redução se deve aos mesmos fatores dos aumentos: em função do preço do petróleo lá fora, que deu uma boa diminuída. E só não chegou maior aqui por causa do câmbio. Essas reduções são justamente pela política de preço da Petrobras”. No Pará, segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o preço do produto comercializado nos postos de combustíveis do Estado encerrou o primeiro semestre deste ano com alta acumulada de quase 32%.

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Economia
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