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Dia do Meio Ambiente: sustentabilidade impulsiona novas carreiras e lucros verdes

Bioeconomia e COP 30 devem abrir mais caminhos para profissionais que desejam unir propósito à valorização dos recursos naturais

Paula Almeida / Especial para O Liberal
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No dia 5 de junho, celebra-se o Dia Mundial do Meio Ambiente, uma data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) para promover a conscientização ambiental e incentivar ações em defesa do planeta. Em um cenário marcado por crise climática e busca por soluções sustentáveis, cresce o número de pessoas que enxergam na preservação ambiental não apenas um dever ético, mas também uma oportunidade de geração de renda.

A bioeconomia, que propõe o uso inteligente e sustentável da biodiversidade, especialmente em regiões como a Amazônia, está no centro desse novo modelo. A proximidade da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), que ocorrerá este ano em Belém, reforça essa perspectiva ao colocar a floresta e os saberes locais como protagonistas. A conferência deve atrair investimentos, fortalecer políticas públicas ambientais e ampliar o debate sobre soluções baseadas na natureza, estimulando uma nova geração de negócios e profissões alinhadas ao futuro do planeta.

Áreas como agronomia, engenharia ambiental e moda sustentável estão entre as que mais devem se destacar nos próximos anos. Segundo Anna Padinha, gerente de Recursos Humanos, carreiras ligadas à sustentabilidade já apresentam grande valorização. Entre as mais promissoras estão as de especialista em ESG, gestor de sustentabilidade, consultor em carbono, analista de economia circular e profissional de logística reversa. Esses papéis são fundamentais para a transição de modelos produtivos lineares para estruturas regenerativas e de baixo impacto ambiental.

A agronomia é uma das profissões que melhor expressa o equilíbrio entre produção e preservação. O agrônomo Marcos Gabriel afirma que escolheu a área por acreditar na possibilidade de conciliar crescimento agrícola com cuidado ao meio ambiente. Ele destaca a importância de práticas como o cultivo direto, que protege o solo com cobertura vegetal e reduz erosão, lixiviação e uso de produtos químicos. Além disso, menciona o uso de biofertilizantes e tecnologias de agricultura de precisão como formas de aumentar a eficiência e reduzir impactos.

Segundo Marcos, setores como recuperação de áreas degradadas, manejo sustentável da água e do solo e sistemas agroflorestais são caminhos promissores dentro da agronomia. Todos esses campos estão diretamente ligados à lógica da preservação ambiental, que busca extrair valor da natureza sem destruí-la.

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A transformação também chegou à indústria da moda, que é historicamente uma das mais poluentes do mundo. A empreendedora e estilista paraense Ludimila Heringer é um exemplo de como a criatividade pode aliar-se à sustentabilidade. Fundadora de uma marca autoral, ela começou com peças de crochê artesanal e evoluiu para o uso de estamparia botânica e tingimento natural com folhas, raízes e flores. Durante a pandemia, aprofundou seus estudos e passou a trabalhar com tecidos de origem amazônica, valorizando o bioma local e reduzindo os impactos ambientais da produção.

image Peças da coleção "Do Cacho ao Corpo" (Arquivo pessoal / Ludimila Heringer)

Para Ludimila, a moda sustentável é também uma crítica à lógica da fast fashion. Ao produzir roupas sob medida e em pequena escala, ela evita desperdícios, promove exclusividade e estreita laços com os consumidores. Seu trabalho representa na prática os princípios da bioeconomia: geração de renda com respeito à natureza, à cultura local e às pessoas envolvidas no processo.

image Legenda (Arquivo pessoal / Ludimila Heringer)

 

 

Sustentabilidade como valor de mercado

A adoção de práticas sustentáveis também tem se consolidado como fator estratégico no mundo corporativo. Segundo Padinha, as empresas estão cada vez mais atentas às questões ambientais, não apenas por exigências legais, mas pela demanda crescente de investidores, consumidores e da sociedade. Profissionais com conhecimento em clima, biodiversidade e gestão ESG são hoje vistos como essenciais para a reputação das marcas, atração de talentos e redução de riscos operacionais.

Escolher uma carreira verde, portanto, pode significar mais do que propósito. Representa uma aposta sólida em áreas que tendem a crescer, receber incentivos e moldar o futuro da economia global. Em tempos de urgência climática e oportunidades emergentes, sustentabilidade e inovação caminham lado a lado na construção de um novo mercado de trabalho.

 

 

 

 

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