Desemprego avançou para 13,6% na segunda semana de agosto
Com mais pessoas em busca de trabalho por conta da flexibilização das medidas de isolamento e reabertura de atividades, a taxa de desemprego no País aumentou
Passados mais de cinco meses de pandemia do novo coronavírus, o mercado de trabalho brasileiro dá enfim sinais de retomada de sua dinâmica habitual, em meio à flexibilização das medidas de isolamento social e de reabertura de atividades econômicas. Na segunda semana de agosto, cresceu o número de pessoas trabalhando, assim como o de trabalhadores em busca de emprego. Ao mesmo tempo, a população inativa diminui.
"Isso já pode estar sinalizando uma retomada do mercado de trabalho. As pessoas já estão voltando a buscar trabalho. Já é a segunda semana com aumento na ocupação", disse Maria Lucia Vieira, coordenadora de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com mais pessoas em busca de trabalho, a taxa de desemprego no País aumentou de 13,3% na primeira semana de agosto para 13,6% na segunda semana do mês, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19), divulgada ontem pelo IBGE.
"O relaxamento das medidas de restrição social, combinado à redução de transferências do governo federal, também contribui para elevar a disposição de pessoas inativas economicamente a procurar trabalho", justificaram Rayne Santos e Thiago Xavier, analistas da Tendências Consultoria Integrada.
A população desempregada na segunda semana de agosto era de cerca de 300 mil a mais que o registrado na primeira semana do mês. Já o total de ocupados foi de 82,1 milhões na segunda semana de agosto, cerca de 500 mil a mais que o patamar da primeira semana do mês.
A população fora da força de trabalho - que não estava trabalhando nem procurava por trabalho - somou 75,5 milhões na segunda semana de agosto, 600 mil a menos em uma semana. Entre os inativos, 27,1 milhões ainda disseram que gostariam de trabalhar. Aproximadamente 17,7 milhões de inativos que gostariam de trabalhar alegaram que não procuraram emprego por causa da pandemia ou por não encontrarem uma ocupação na localidade em que moravam.
Economistas esperam que o retorno dessas pessoas ao mercado de trabalho deve elevar o desemprego nos próximos meses. Pela metodologia do IBGE, só é considerado desempregado quem de fato tomou alguma medida para procurar uma vaga.
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