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Descoberta de petróleo na Margem Equatorial mostra potencial da região

Passando pelo Pará, região se estende pelo litoral do Amapá e Rio Grande do Norte 

Emilly Melo
fonte

A descoberta de petróleo no poço exploratório Anhangá, na Margem Equatorial brasileira, que fica localizada entre os estados do Amapá e Rio Grande do Norte — e passa pelo Pará — levantou discussões sobre os impactos que a exploração do hidrocarboneto, sobretudo na Amazônia, pode acarretar. De acordo com o anúncio feito pela Petrobras, no dia 9 deste mês, foi encontrada uma acumulação de petróleo em águas ultraprofundas da Bacia Potiguar. Para o presidente do Centro das Indústrias do Pará, José Maria Mendonça, a exploração de petróleo na plataforma continental é um dos sete planos estruturantes do setor produtivo no Estado.

Ainda segundo o informativo, o combustível foi encontrado em uma profundidade de lâmina d'água de 2.196 metros. O poço Anhangá está localizado entre o Ceará e o Rio Grande do Norte. Além dessa bacia, a Margem Equatorial também é formada por outras quatro: Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas e Ceará.

image Margem Equatorial (Mapa da Petrobras)

José Maria Mendonça avalia que, por questões histórico-geológicas, existem grandes possibilidades de que haja petróleo na costa amazônica devido a similaridade na formação geológica de partes do continente africano onde já foi encontrado petróleo.

“Eu acho fundamental a exploração de petróleo na plataforma continental, inclusive é um dos sete planos estruturantes do setor produtivo. A gente ficou muito contente e torce para que chegue logo aqui, na nossa costa, essa descoberta”, declarou Mendonça.

O representante do setor produtivo atribui o crescimento dos últimos anos do Sudeste do Brasil, em grande parte, às atividades petrolíferas, e avalia que as limitações burocráticas que existem no Norte dificultam o processo de desenvolvimento na região, principalmente no quesito de estudos e pesquisas, que ainda são embrionários, segundo ele.

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“Os municípios que ficam na costa do petróleo e recebem royalties da Petrobras tiveram o maior crescimento de IDHM dos últimos 40 anos no Sudeste. Aqui, nós condenamos a Ilha do Marajó a viver de nada. Nós proibimos que esses municípios do Marajó recebam royalties do petróleo, o que é uma incongruência. Poderíamos destinar todos os royalties de petróleo que coubesse ao Estado para pesquisas na bioeconomia, para abrir financiamentos para bioeconomia. Basta fazer o direcionamento dos recursos ganhos”, analisa José Maria.

Potencial econômico

O engenheiro mecânico por formação, pela Universidade Federal do Pará (UFPA), e especialista em engenharia de petróleo, Carlos Fanha, atua como consultor independente na área de engenharia mecânica e engenharia de petróleo, com ênfase em exploração de produção de petróleo. Ele explica que a expectativa, do ponto de vista econômico é positiva. Fanha frisa o levantamento feito pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) com dados consolidados em 16 de janeiro de 2024, o qual apontam que, para este ano, estão previstos investimentos da ordem de US$ 1,96 bilhão.

“Deste montante, cerca de 95% dos investimentos previstos para 2024 estão concentrados nas bacias marítimas. Para as da Margem Equatorial (bacias marítimas da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar), a previsão é de cerca de US$ 1,09 bilhão. Ou seja, é um valor significativo para toda essa região abrangida pela Margem Equatorial”, ressalta o especialista.

Conforme explica Carlos Fanha, para o ano de 2024, há previsão de investimentos de, aproximadamente, US$ 100 milhões nas bacias terrestres. Esses investimentos serão divididos entre as bacias de nova fronteira, como Amazonas, Paraná, Parnaíba, São Francisco, Solimões e Tucano Sul, com um total de US$ 61 milhões destinados, e as bacias maduras, como Potiguar, Sergipe, Alagoas, Recôncavo e Espírito Santo, que receberão um montante de US$ 39 milhões.

Licença negada

Em maio do ano passado, a Petrobras teve o pedido de perfuração de poços de petróleo no litoral do Amapá negado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A empresa submeteu uma solicitação de revisão, e o processo está atualmente em análise pelo órgão ambiental.

Um dos questionamentos levantados por órgãos e pesquisadores ambientais foi o risco com a perfuração. Entretanto, Carlos Fanha afirma que um estudo de impacto ambiental mais abrangente poderia avaliar, tecnicamente, as probabilidades de ocorrência de graves anormalidades.

“Risco de problemas há em todas as atividades. Na exploração petrolífera mais ainda, tendo em vista ser o petróleo um fluido poluente quando fora de controle. As novas tecnologias e procedimentos de segurança e meio ambiente têm sido cada vez melhor desenvolvidos para minimizar ao máximo esses riscos em caso de acidentes”, declara o engenheiro.

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