Demanda por transplante capilar cresce entre homens e mulheres, em Belém
Procedimento pode custar de R$ 200 a R$ 18 mil reais conforme a complexidade de cada caso

O investimento em procedimentos de autocuidado ganham mais adeptos em Belém, dessa vez, com uma demanda maior sobre os transplantes capilares e demais tratamentos que o acompanham. Isso porque, como explicam médicos paraenses especializados nessa área de atuação, o tratamento exige tempo, consultas recorrentes no antes e depois, além de não exigir o procedimento cirúrgico em todos os casos. Os valores podem alcançar os R$ 18 mil, a depender do tratamento necessário, o que varia conforme a complexidade de cada caso.
“No processo de restauração capilar, você tem o tratamento clínico, que muitas vezes envolve medicações e outras terapias, e você também tem a parte cirúrgica, que, no caso, aqui a gente oferece o transplante capilar que possui várias técnicas”, explica Luiz Carlos, médico paraense que atua na área.
Para o médico, que também possui especialidades em dermatologia, a popularidade do tratamento está diretamente ligada a super exposição dos meios modernos de comunicação, especialmente nas redes. A medida que as pessoas se tornam mais visível nesses ambientais digital e públicos, a necessidade por uma estética ideal também cresce. Mas, como explica, isso também corresponde a como as pessoas querem se enxergar ou se sentem sobre a própria aparência.
Essa percepção é confirmada pelo advogado Elton Ferreira, um de seus pacientes, que afirma ter buscado o tratamento capilar após a calvície ficar visível em fotos. Para ele, a iniciativa está diretamente ligada a sua imagem e autoestima. Todo o processo envolveu muita pesquisa e tempo, antes e durante o transplante.
“Procurei saber primeiro como funcionava o procedimento e os riscos, como eram os resultados, também procurei várias clínicas e vi que algumas não tinham um resultado tão bom, enquanto outras melhores no quesito volume”, explica.
Ele enfatiza a surpresa com o comprometimento que o processo exige dos interessados, seja pelo tempo de espera para ver os resultados, quanto com os cuidados em torno da cirurgia. “A gente pensa que vai chegar, vai colocar o cabelo e está tudo resolvido de forma definitiva. Mas infelizmente a calvície não é tão fácil assim de se tratar. A gente faz a cirurgia, o resultado vem após alguns meses, é muito satisfatório, mas também tem que fazer o tratamento para que não caia os cabelos que são naturais e assim você tem que se dedicar no tratamento”, esclarece.
Ele também afirma que o público masculino compõe a maioria dos seus pacientes, o que, na sua clínica, corresponde a cerca de 90% dos atendimentos. No entanto, mesmo com a diferença expressiva, as mulheres também marcam presença nesse mercado. Enquanto no público masculino o principal interesse é pelo retrocesso da calvície, no público menino, segundo Carlos, procedimentos como: recuperação do tamanho de testa e transplantes de sobrancelhas.
Apesar de o transplante capilar ser a técnica principal, ela também é descrita pelo médico como um último nível, sem a necessidade de ser aplicada em todos os casos. Essa decisão varia a cada caso e leva em consideração, por exemplo, o nível de calvície. Seja a técnica recomendada ou não, existem outros procedimentos que acompanham a aplicação, o que é definido em uma série de consultas e cuidados antes e depois da aplicação do transplante.
“Tem pacientes que chegam em estágios iniciais da calvície e aí é mais fácil a gente elaborar um planejamento terapêutico para ele, que muitas vezes nem envolve cirurgia, mas na maior parte das vezes, os homens chegam com calvícies mais avançadas e com necessidade tanto de tratamento clínico, terapias, como também tratamento cirúrgico, como transplante”, explica Carlos.
O médico Darlinton Fonseca, 31 anos, com especialidade na área capilar a pelo menos três anos, concorda com o crescimento do segmento, mas de maneira lenta, devido a um desconhecimento da área. Ele associa que o último impulso da busca pelo procedimento ocorreu após a pandemia do COVID-19, quando, segundo ele, muitas pessoas perderam cabelo de maneira mais acentuada.
O perfil dos seus pacientes também é majoritariamente masculino, no seu caso, com uma de média de 80% para atendimentos com homens e 20% de mulheres. “A busca é bem maior pelos homens que são quem mais sofre com a calvície, a queda de cabelo pela alopécia androgenética, mas, sim, os dois sexos procuram bastante”, avalia. Atualmente ele lida com uma média de 30 a 40 pacientes mensais, mas reforça que “nem todos eles precisam de transplante capilar, a maioria precisa somente de um tratamento clínico”.
A espera pelo efeito desejado também pode ser uma questão para os pacientes, já que são procedimentos delicados e demandam tempo de aplicação e de recuperação. Segundo Fonseca, cada tratamento possui uma variação de tempo, e, por isso, os resultados tendem a aparecer normalmente a partir do terceiro mês. Mas podem variar para até um ano, como no transplante capilar propriamente.
Custo
O custo do tratamento varia conforme o procedimento necessário e a complexidade de cada caso. Fonseca explica que, nos casos em que os pacientes precisam de tratamentos medicamentosos, os valores são mais baixos, enquanto os transplantes tendem a exigir um investimento maior. Em média, ele estima que o paciente pode gastar de R$ 200 a R$ 18 mil, considerando essas variáveis.
“O tratamento depende do protocolo que o paciente faz, se esse paciente fizer, por exemplo, somente medicações orais em que ele vai mandar manipular essas medicações as fórmulas ficam em torno de 200 a 600 reais. Mas, se ele for fazer o tratamento com procedimentos ambulatoriais feitos na clínica, existem protocolos de R$ 2 mil a R$ 10 mil, e existe transplante capilar com preços variados, a partir de R$ 15 ou R$ 18 mil”, estima.
Técnica
A técnica mais moderna aplicada por ambos é conhecida como Extração de Unidades Foliculares (FUE - sigla em inglês). Ela consiste em retirar o cabelo saudável de uma região doadora para a que receberá a implantação. O médico Luiz Carlos, explica que a remoção é feita “normalmente da região lateral da cabeça e da nuca, mas também da barba e do tórax, em alguns casos” e colocada onde há a sequela de calvície. Nesse processo, é preservado o bulbo do fio capilar, e é normal que se forme uma pequena cicatriz onde a cirurgia é feita, mas que essa deve ser pouco perceptível.
Recuperação
Diferente de Fonseca, o médico Cleyvison Farias, 41 anos, também especializado na área capilar, acredita que a demanda cresce no segmento a medida que os procedimentos se modernizam e alcançam maior eficácia. Ele também avalia que a diferença de comportamento entre pacientes homens e mulheres está na demanda por procedimentos específicos. Entre os homens o transplante capilar e no caso das mulheres o transplante de sobrancelhas.
Cada processo exige um tempo de recuperação igualmente distinto, sendo de até 12h para a aplicação do tratamento do transplante capilar, com uma recuperação média de três a sete dias, e um resultado visível a partir de um ano. Em relação ao transplante de sobrancelhas, ele destaca uma aplicação de até 8h, uma recuperação entre dois e cinco dias, e um resultado também a partir do primeiro ano.
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