Culinária amazônica ganha espaço no segmento de restaurantes em Belém

Empresário conta que montou espaço a partir de um desejo da mãe, e que o conceito é unir gastronomia e cultura

Elisa Vaz
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Rica em sabores e diferenciada do restante do país, a culinária amazônica possui ingredientes muito peculiares, e quem investe nesse segmento consegue garantir um bom espaço no mercado de restaurantes. É o caso dos empresários Maurício Façanha e Nathalie Furtado, proprietários do Ver-o-Açaí e Aviú do Parque, respectivamente, dois empreendimentos que apostaram na gastronomia regional com sucesso.

O restaurante de Maurício completa nesta terça-feira (12) seus primeiros cinco anos de existência. Já está prevista, também, a inauguração de uma segunda unidade até maio deste ano. O empreendedor conta que a ideia de abrir o negócio surgiu muito tempo atrás e que era um sonho de sua mãe. Ela fazia e vendia maniçoba para pagar as contas de casa e, após seu falecimento, o filho decidiu levar o desejo de família adiante. Na época que começou a projetar, ele não morava em Belém, mas fez todo o planejamento, escolheu o nome e voltou à capital paraense para colocar as ideias em prática.

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Reunir em um único ambiente culinária e cultura é o conceito do restaurante. “Eu já tinha morado em todos os estados da região Norte, conheço 90 municípios dos 144 do Pará, e precisava usar isso no local. O espaço tem obras da minha tia, que era algo que minha mãe queria. Então nós abrimos na Antônio Barreto com 56 cadeiras, e no meio da pandemia mudamos para a Dom Pedro, hoje com 250 lugares. A segunda unidade terá 180”, adianta.

Ver-o-Açaí

Já Nathalie Furtado, que começou na área vendendo "empadinha de colher", herdou a paixão pela cozinha paraense de seu avô e resolveu canalizar todo esse sentimento em seu empreendimento, que completa seis anos em 2024. O diferencial está nos pratos ousados

“Meu avô era apaixonado pela gastronomia amazônica e sempre me lembro dele apreciando uma caldeirada, pato no tucupi… isso sempre me inspirou muito a pesquisar e querer criar pratos de fusão amazônica. Indico sempre no Aviu do Parque, que tem 6 anos no mercado, o nosso camarão na tapioca com geleia de chicória, o tambaqui assado com cuscuz de jambu e banana frita e nossa pipoca de filhote com maionese de cupuaçu”, diz a empresária.

Cultura amazônica

O saudosismo de quem é nortista e a curiosidade de quem é de fora são duas coisas que alavancam os negócios e garantem o espaço que os restaurantes de Maurício e Nathalie ocupam no mercado. Na opinião de Maurício, Belém “segura a bandeira” do regionalismo e tem detalhes muito marcantes da cultura da região, que o empresário buscou aproveitar no seu espaço.

“Eu quis responder: por que no interior se toma café em copo de inox? Ancestralmente, você entende, porque é perigoso levar vidro no barco, é mais fácil levar aço, alumínio. E eu precisava mostrar isso para que quem é de Belém sinta saudosismo e para que quem é de fora entenda”. Uma marca do empreendimento, também, é servir caldo em um pequeno recipiente assim que os consumidores chegam.

Desafios

Localmente, o maior desafio de Maurício e de Nathalie, é agradar o paraense, que geralmente cozinha bem, e ao mesmo tempo ter a missão de apresentar novidades amazônicas para quem nunca teve essa experiência. Com a proximidade da COP 30 e o aumento do interesse pela região, os empresários já começam a traçar roteiros para enfrentar os novos desafios.

"Acho que o empreendedores do ramo de gastronomia estão cada vez mais em busca de novas ideias e conhecimento para receber essa grande demanda da COP-30. Principalmente buscando novas oportunidades para agregar mais formas de capacitar a si próprio e suas equipes. Estou indo em busca de cursos, aprender mais sobre o evento e adequar meus espaços físicos e equipes para receber esse novo público”, diz Nathalie.

“Surpreender o público era algo que a gente se preocupava muito. Por isso a gente tem um projeto chamado Ver-o-Chef, que é uma competição interna de onde nascem pratos surpreendentes”, diz Maurício. Outro desafio é a manutenção da qualidade dos produtos, por isso o empresário não pensa, por enquanto, em expandir o negócio para outros estados. Com um cardápio complexo e muito regional, Maurícia acha que seria desafiador transportar isso em qualidade para outro local.

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