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Criptomoedas: entenda o boom de 2024 e as perspectivas para 2025

A expectativa para este ano é positiva, com destaque para o retorno de Donald Trump ao governo dos Estados Unidos que tem se mostrado a favor do mercado das criptomoedas.

Tamyres Damasceno, Especial para O Liberal

Para as criptomoedas, 2024 foi um ano de crescimento e valorização. Em apenas um ano, o ativo teve um aumento de 183,25%, o melhor desempenho desde 2020, segundo pesquisa realizada pelo Elos Ayta. Até dezembro do ano passado, o bitcoin, moeda mais conhecida e utilizada, teve uma valorização de 137%, o equivalente a US$101.711, de acordo com dados do CoinMarketCap. A expectativa para este ano é positiva, com destaque para o retorno de Donald Trump ao governo dos Estados Unidos que tem se mostrado a favor do mercado das criptomoedas.

Criada em 31 de dezembro de 2008, o bitcoin foi uma das primeiras criptomoedas a surgirem e permanece até hoje como uma das principais no mercado. Segundo André Charone, contador e mestre em negócios internacionais, o bitcoin pode ser comparado ao dólar em relação a sua importância na economia global, que, para as moedas tradicionais, é a mais utilizada. “A vantagem do Bitcoin em relação a uma moeda tradicional é que você não tem a regulamentação do Banco Central, de nenhum país, é uma moeda independente, então você consegue fazer transferências mais facilmente. Se quiser transferir o dinheiro daqui do Brasil para os Estados Unidos, para o Japão, para a China, consegue fazer isso apenas enviando um arquivo digital”, explica.

A eleição de Donald Trump, as guerras em Israel e na Ucrânia são alguns dos fatores que impulsionaram o investimento em criptomoedas, de acordo com o contador André Charone. Ele conta que esses acontecimentos globais “fazem com que as pessoas acabem tentando investir em outro tipo de ativo”.

Outro fator que influenciou diretamente a valorização das criptomoedas em 2024 foi o halving realizado em abril, um processo de redução da quantidade de bitcoins realizado quadrienalmente. Esse processo reduz pela metade o bônus de quem minera, a mineração do bitcoin é um processo semelhante ao do ouro e da prata, mas é realizado por meio de cálculos matemáticos, partindo desses cálculos é feita a remuneração. “Antes do último halving, era de 6,25, agora é 3,125. Então ele cai sempre pela metade. Isso faz com que fique mais escasso, tenha menos Bitcoin e tendo menos Bitcoin e mais pessoas procurando investir, o valor tende a aumentar”, pontua André Charone, mestre em negócios internacionais.

image “Antes do último halving, era de 6,25, agora é 3,125. Então ele cai sempre pela metade. Isso faz com que fique mais escasso, tenha menos Bitcoin e tendo menos Bitcoin e mais pessoas procurando investir, o valor tende a aumentar”, pontua André Charone, contador e mestre em negócios internacionais.(Foto: Carmem Helena)

Com 26 milhões de brasileiros utilizando criptomoedas, o Brasil está em 6° lugar no ranking global de países que fazem uso dos ativos digitais, segundo levantamento da Triple-A, feito em 2024. Mas a procura ainda é pequena tanto no Brasil como no Pará, segundo o contador André Charone. “Ainda é muito pouco. Aqui em Belém esse mercado não é tão evidente. É muito pequeno”, relata.

Depois da valorização do bitcoin, outras criptomoedas foram criadas e tiveram lugar no mercado, como o ethereum, litecoin, entre outros. A memecoin é uma das moedas que vem crescendo no mercado, uma moeda baseada em memes. “Uma figurinha da internet, alguma coisa que alguém faz a computação e transforma numa coin e às vezes elas até valorizam bastante porque as pessoas transferem uma para as outras como uma piada e acaba que muita gente compra e valoriza, então tem gente que até já enriqueceu com essas memecoins”, detalha o contador André Charone.

Com a facilidade de transferência, as criptomoedas passaram a ser mais do que um investimento, a transferência de um arquivo digital passou a ser utilizado para compras e vendas. “Diferente do dinheiro em real para dólar, para euro, que eu vou ter que passar pelo Banco Central, chegar no país de destino, fazer toda a conversão do câmbio. Pelo Bitcoin é só fazer uma transferência de um arquivo digital. Então, além de um investimento, ele também é uma moeda que pode ser utilizada para comprar, vender coisas e transferir”, acrescenta o contador.

As transações das criptomoedas são criptografadas em um banco de dados mundial, o blockchain, um servidor internacional que é de livre acesso, garantindo a transparência de todas as transações. “Você tem toda a segurança do blockchain, então fica tudo de forma segura, a pessoa pode consultar, embora ninguém saiba quem transferiu o dinheiro para quem, mas todas as transações ficam registradas neste blockchain. Então, é extremamente seguro as transações em si”, esclarece o mestre em negócios internacionais.

Para o administrador Fábio Lobato, que investiu em bitcoins no ano de 2024, o mercado de criptomoedas foi positivo “com valorização superior a 180% no ano”. Devido ao quarto halving na história do ativo, além das aprovações dos ETFs (fundo negociado em bolsa) de bitcoins e ethereum nos EUA, essas ações “mudaram o patamar da criptomoeda, agregando um enorme fluxo institucional no mercado”.

O administrador conta que uma das estratégias que utiliza é comprar ativos com bom potencial de valorização e manter na carteira, e também possuir uma variedade de criptomoedas. “Uma boa diversificação em altcoins e até memecoins, projetos de tokens com foco em IA, escalabilidade, DeFi e infraestrutura foram muito bem sucedidos ao longo de 2024”, explica.

“A expectativa para 2025 é bem positiva, com algumas casas indicando o bitcoin acima de USD 200 mil. A adoção institucional, a eleição de Trump e a possibilidade de alguns países usarem o bitcoin como reserva de valor, são grandes gatilhos que podem impulsionar o bitcoin neste ano”, acrescenta o administrador.

As criptomoedas não possuem uma regulamentação no Brasil pelo Banco Central, existem apenas regulamentações a nível tributário e fiscal com a obrigatoriedade de informar no imposto de renda transações para moedas tradicionais, como para real ou dólar. “Quando você compra ou quando você saca aquele valor é necessário informar isso para que haja tributação se você tiver ganho. Então o que o governo brasileiro tenta fazer, e isso ocorre a nível mundial também, é controlar as suas transferências”, esclarece o contador André Charone.

image “Quando você compra ou quando você saca aquele valor é necessário informar isso para que haja tributação se você tiver ganho. Então o que o governo brasileiro tenta fazer, e isso ocorre a nível mundial também, é controlar as suas transferências”, esclarece o contador André Charone. (Foto: Carmem Helena)

Para transações entre criptomoedas não há um controle, pois “as transações entre criptomoedas em si, falando do Bitcoin e da maioria das criptomoedas, não são rastreáveis pelo governo”. Essas transações são registradas no blockchain.

A expectativa para 2025 é de alta nos preços dos bitcoins. Após o halving, a eleição de Donald Trump nos EUA, entre outros fatores que se mostram favoráveis ao investimento em criptomoedas, a tendência para esse setor neste ano é de crescimento.

“A gente tem essa tendência de alta, o preço deve aumentar o que consequentemente faz com que seja um bom investimento a ser feito. Já tem vários estudos dizendo que os Estados Unidos, assim como outros países, inclusive o Brasil, tem planos de começar a fazer reserva de bitcoin. Muitas empresas estão começando a usar o bitcoin nas suas transações. Então, tendo menos bitcoin e mais gente nos Estados Unidos, empresas grandes e investidores querendo comprar, a tendência é que o preço aumente também”, detalha o contador e mestre em negócios internacionais, André Charone.

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