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Copom inicia terceira reunião do ano para definir juros básicos

O órgão deve anunciar a decisão nesta quarta-feira (03)

Luciana Carvalho
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Nesta terça-feira (02), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) iniciou a terceira reunião do ano em Brasília para definir a taxa básica de juros, a Selic. O órgão deve manter a taxa em 13,75% ao ano, mesmo com as pressões do governo federal para redução. O Copom anunciará a decisão, ao fim do dia desta quarta-feira (03).

A equipe econômica do governo e o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmam que os juros altos atrapalham as concessões de crédito e os investimentos e que não existe nenhuma justificativa para que a Selic esteja, neste momento, nesse patamar. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem defendido uma maior coordenação entre as políticas fiscal (que cuida da arrecadação e dos gastos públicos) e monetária (taxa de juros para segurar a inflação).

Embora a taxa básica tenha parado de subir em agosto do ano passado, está no nível mais alto desde o início de 2017 e os efeitos do aperto monetário são sentidos no encarecimento do crédito e desaceleração da economia.

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De acordo com boletim Focus, pesquisa semanal feita pelo BC com analistas de mercado, divulgada nesta terça-feira (2), a taxa básica deverá ser mantida em 13,75% ao ano pela sexta vez seguida. A expectativa do mercado financeiro, entretanto, é que a Selic encerre o ano em 12,5% ao ano.

Na ata da última reunião, em março, o órgão não descartou a possibilidade de novas elevações da taxa Selic caso o processo de desinflação não ocorra como esperado. O aumento dos gastos públicos e as incertezas fiscais também poderão fazer o Banco Central manter os juros elevados por mais tempo que o inicialmente previsto.

O texto menciona incertezas em relação ao arcabouço fiscal, que na época ainda estava em elaboração pelo Ministério da Fazenda. Após a entrega do documento ao Congresso Nacional, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, avaliou como “superpositiva” as novas regras que devem substituir o teto de gastos e reconheceu o “esforço” da equipe econômica do governo federal.

Campos Neto também defende as decisões técnicas da autarquia. O presidente do BC disse que, mesmo não tendo cumprido por algumas vezes as metas de inflação, o Brasil segue caminho similar ao de outros países, mantendo-se “a maior parte do tempo dentro da banda”. O país registrou, segundo ele, “sete estouros em 24 anos”.

Depois de quedas nos últimos meses de 2022, as expectativas de inflação têm subido. No último boletim Focus, a estimativa de inflação para 2023 está em 6,05%.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em março, a inflação desacelerou para todas as faixas de renda. Ainda assim, puxado pelo aumento dos preços dos combustíveis, o IPCA ficou em 0,71%. O resultado é inferior à taxa de fevereiro, de 0,84%. Em 12 meses, o indicador acumula 4,65%, abaixo de 5% pela primeira vez em dois anos.

Para abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15)que mede a prévia da inflação oficial,  ficou em 0,57%. A taxa é inferior na comparação com as de março de 2023 (0,69%) e de abril de 2022 (1,73%).

(Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política).

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