Comércio deve fechar 2021 com 15% a menos nas vendas comparado a 2019, diz Sindilojas

Comerciantes continuam reclamando de queda nas vendas neste mês de dezembro

Natalia Mello / O Liberal
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A procura pelas roupas de final de ano está fraca na última semana de 2021, segundo comerciantes da rua Santo Antônio, uma das principais do centro comercial de Belém. O Sindicato do Comércio Varejista e dos Lojistas de Belém (Sindilojas) afirmou, nesta segunda-feira (27), que o movimento no segmento do comércio, de maneira geral, está menor do que o esperado para o mês de dezembro. A inflação de mais de 10%, a alta do dólar e das taxas de juros são algumas das razões para esse enfraquecimento do setor.

“Embora não tenhamos ainda o balanço do movimento, o vencimento será pequeno e a gente não vai recuperar. Vamos ficar com menos 15% das vendas de 2019, com certeza”, afirmou o presidente do Sindilojas, Joy Colares.

Sobre dezembro de 2020, que muitos lojistas acreditam ter sido um período melhor, mesmo já durante a pandemia da covid-19, Joy enumera alguns fatores. “Tinha auxílio emergencial, tinha décimo terceiro dos aposentados que ano passado foi pago em dezembro e esse ano em julho. Esse dinheiro não veio para o consumo [em 2021]”, declarou.

Em uma loja da rua Santo Antônio, o movimento caiu pelo menos 30%. Segundo Mikael Ribeiro, fiscal do estabelecimento, as mulheres, especialmente, seguem buscando biquínis e roupas de banho para viajar, mas o fluxo de pessoas continua abaixo do esperado. “Nem a meta as meninas vão conseguir bater, mesmo sendo final de ano. O comércio deu uma quebrada de 80% neste ano, o movimento caiu. A gente sabe que ainda estamos na pandemia, mas tem sido complicado”, diz.

A professora Silvia Nunes, de 46 anos, aproveitou a segunda-feira para ir atrás dos últimos itens para passar o ano novo em Salinas, nordeste do Pará. Ela conta que não tem superstição sobre cores de roupa para o réveillon, e que hoje foi apenas em busca dos trajes de banho, porque a roupa da virada já estava garantida. “Eu escolho de acordo com modelo, tamanho e o meu gosto. Hoje comprei maiô e saída de praia. Agora sim, tudo pronto”, explicou.

Lilás é a cor de 2022

Sobre a busca por cores, a vendedora Kézia Cardoso, de 22 anos, conta que não tem tido uma busca específica, mesmo depois de saber que a cor de 2022 é lilás, ou cor de lavanda. “Eles procuram cores tradicionais, branco, roupas claras, amarelo, verde, branco”, comenta.

A doutoranda em biologia Sâmia Sena foi até o comércio, mas já havia comprado a roupa que vai passar a virada. “Já tinha procurado antes porque sabia que seria difícil encontrar. Comprei lilás, sabia que era a cor do ano, mas não ligo muito. Comprei porque foi o único modelo que ficou bom”, pontua a jovem que costuma se planejar e comprar à vista para não acumular dívidas.

O comerciante autônomo Márcio Santos atua há 30, pelo menos, com a venda de roupas no comércio de Belém. Ele também sentiu a diferença no movimento neste dezembro. “As pessoas até procuram quando não têm opção nas lojas, aí compram as blusas brancas temáticas para ficar com a família, ir para a praia. Mas esse ano está devagar, diminuiu de 30 a 40%. As pessoas estão sem dinheiro, terminou o auxílio [emergencial], não tem como comprar nem a cesta básica, dirá roupa”, conclui.

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