Preços de alimentos podem subir no Pará com impacto climático no país

Representante das redes de supermercados afirma que consumidores podem notar altas semana que vem

Elisa Vaz
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A partir da próxima semana, os consumidores do Pará poderão notar preços mais altos em produtos de supermercados locais. Isso porque uma onda de frio atinge grande parte do país esta semana e pode afetar os cultivos de alguns alimentos, em especial hortaliças, banana e cana-de-açúcar, culturas que costumam ser as mais sensíveis, segundo os pesquisadores. Caso eles sejam, de fato, afetados, o clima pode resultar em menos qualidade nos produtos e valores mais altos – o que também pode chegar ao território paraense, que compra muitos desses produtos de fora.

O presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), Jorge Portugal, afirma que o Pará é importador de muitos produtos, especialmente hortifruti, alimentos pouco produzidos localmente. Por isso, caso o frio fique intenso e prejudique os plantios, é possível que a diferença seja notada nos produtos que vêm para o Estado. O que ajuda, segundo ele, é que também há importação do Nordeste, que não sofre com o clima frio. Além disso, o fato de que a mudança de temperatura deve durar pouco tempo também colabora para que os impactos não sejam maiores.

“Alguns Estados estão sendo afetados, como Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Houve baixa de temperatura e isso afeta o plantio, consequentemente vai chegar aqui, assim como foi com o café, que ficou caro porque houve muita chuva no ano passado nos maiores produtores, que são Minas Gerais e Bahia, que tiveram problemas sérios. Isso afetou o preço, e vai acontecer isso de novo. Todo problema climático sempre afeta, pelo menos durante um período, até restabelecer”, diz.

Na avaliação de Jorge, apenas alguns produtos podem ser mais afetados, em especial o hortifrutigranjeiro, incluindo verduras como tomate e repolho. Como o transporte dos alimentos é feito semanalmente, é possível que o preço mais alto seja notado de imediato, já na semana que vem.

Hortaliças não devem sofrer grande impacto

O coordenador de estatística e abastecimento da Central de Abastecimento do Pará, Lucas Feitosa, acredita que as hortaliças não sofrerão grande impacto na qualidade e no valor e, se isso acontecer, o efeito será tardio. “Grande parte é produzida no Pará mesmo. Geralmente, quando há um fenômeno climático assim, as outras regiões passam a atender algumas demandas de oferta, como por exemplo a região Nordeste. A maioria da banana que chega na Ceasa vem de lá”, comenta. Já a servidora de cotação semanal do órgão, Lidiane Queiroz, adianta que o cenário pode influenciar posteriormente nos preços de hortaliças não produzidas no Pará, como couve-flor e brócolis, mas, no momento, o preço está baixo e a qualidade está mantida - até porque os alimentos que estão em estoque foram transportados antes da frente fria.

A última pesquisa do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), de abril, mostra alta na maioria dos itens de hortifruti que foram verificados no acumulado do ano, com destaque para a cenoura (187,5%), repolho (84,56%) e beterraba (62,93%). Também ficaram mais caros no período entre janeiro a abril o chuchu (38,64%), a cebola (35,4%), a batata lavada (33,64%), a batata doce branca (32,1%) e o maxixe (28,42%), entre outros. Tiveram queda de preços apenas a batata doce rosa (-6,94%), a abóbora (-2,77%) e a alfavaca (-0,83%).

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