Belém vira destaque nacional no mercado imobiliário: atratividade é impulsionada pela COP 30
A cidade subiu 17 posições no índice de demanda imobiliária, se consolidando como um novo polo de interesse

Após um período de estagnação, a capital paraense registrou um dos maiores saltos do país em atratividade para novos empreendimentos habitacionais, segundo a nova edição do Índice de Demanda Imobiliária (IDI-Brasil). A cidade subiu 17 posições no segmento de médio padrão, alcançando a 18ª colocação entre 77 municípios avaliados.
O estudo, desenvolvido por uma parceria entre o Ecossistema Sienge, CV CRM e Grupo Prospecta, com apoio da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), considera indicadores como demanda direta, geração de renda, comportamento de leads, potencial de consumo e dinâmica econômica.
O avanço de Belém foi considerado expressivo e está diretamente ligado à realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), que será sediada na cidade entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025.
Olhares voltados para o Norte
De acordo com Gabriela Torres, gerente de inteligência estratégica do Ecossistema Sienge, a quarta edição do IDI-Brasil revela uma descentralização da demanda imobiliária. A melhora na atratividade ocorre principalmente na faixa de renda entre R$ 12 mil e R$ 24 mil, segmento considerado o de médio padrão. Nesse grupo, Belém deixou para trás uma sequência de resultados negativos e passou a figurar entre os vinte primeiros colocados.
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COP 30 como impulsionadora
Para os profissionais do setor, o anúncio da COP 30 teve papel decisivo nesse resultado. Valter Matos, corretor de imóveis em Belém, conta que o movimento de valorização já vinha sendo sentido nas ruas, mas foi com a oficialização do evento que a cidade ganhou destaque nacional. “A gente já percebia o aumento do interesse, mas ver Belém entre as que mais cresceram no ranking mostra que o país inteiro está nos enxergando com outros olhos”, disse.
Segundo ele, bairros como Cidade Velha, Umarizal, Batista Campos, São Brás, Souza e até algumas partes do Marco já apresentam valorização acima da média. “A tendência é de que isso continue até a realização da COP, especialmente com as obras e investimentos que estão sendo feitos”, avaliou.
A conselheira do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci/PA), Claudia Craveiro, confirma que o evento climático tem influenciado diretamente o comportamento do mercado e que ele trouxe mais visibilidade para a cidade. “A visibilidade internacional gerada pela COP 30 representa uma valorização expressiva da imagem de Belém no cenário nacional e mundial. Além do fortalecimento do mercado imobiliário, a cidade entra definitivamente no mapa da visibilidade turística internacional, o que amplia as oportunidades econômicas, atrai novos investimentos e estimula melhorias na infraestrutura urbana”, destacou.
Benefícios para além do mercado
Além da valorização dos imóveis, o aumento da atratividade impacta diretamente a economia local. “Isso significa mais empregos, mais obras, mais circulação de dinheiro e potencial para revitalizar áreas esquecidas da cidade”, afirmou Valter.
Craveiro reforça ainda que o segundo semestre deste ano deve manter o ritmo de aquecimento. “A expectativa é de continuidade no crescimento, com aceleração das reformas, lançamentos e negociações, sobretudo para locações de curto prazo. Após a COP, a tendência é que Belém mantenha parte desse dinamismo, consolidando-se como um novo polo de interesse imobiliário e turístico, graças ao legado de visibilidade, infraestrutura e posicionamento internacional gerado pelo evento".
Valter concorda com a ideia. "Depois da COP, se tudo for bem conduzido, Belém tem tudo pra manter esse bom momento. A cidade vai ficar mais conhecida, mais preparada, e isso pode atrair mais gente interessada em viver ou empreender por aqui. Estamos vivendo uma fase muito especial, e quem entender o movimento agora pode colher bons frutos nos próximos anos", finalizou.
Cidades emergentes em destaque
Além de Belém, Sorocaba (SP) e Santo André (SP) também foram destaques no levantamento, figurando entre os maiores saltos de atratividade do país. Sorocaba, por exemplo, ultrapassou capitais como Recife e Porto Alegre no segmento médio padrão. Já Santo André teve um salto de 12 posições e entrou no grupo de cidades com atratividade no alto padrão, voltado a famílias com renda superior a R$ 24 mil.
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