Belém foi a capital brasileira com maior reajuste da cesta básica em 2023

Levantamento do DIEESE feito em 17 capitais do país revelou que a variação no preço dos itens básicos, ao longo dos 12 meses, subiu em 0,94%. Em dezembro, a cesta básica belenense chegou a custar, em média, R$ 645,44.

Gabriel da Mota e Emilly Melo
fonte

O preço da cesta básica em Belém, no ano de 2023, foi o que mais sofreu inflação dentre 17 capitais brasileiras pesquisadas pelo Balanço Nacional da Cesta Básica de Alimentos, do DIEESE. No acumulado do ano inteiro, a alta foi de 0,94%. O estudo foi realizado em dezembro do ano passado e também revelou que, na comparação com novembro, a cesta básica subiu quase 2%. Na prática, o custo médio da alimentação essencial foi de R$ 645,44 no último mês do ano - mais da metade do salário mínimo em vigor até então (R$ 1.320). Os produtos que mais contribuíram para a subida foram feijão (+18,86%) e açúcar (+13,19%).

A pesquisa nacional do DIEESE constatou que, além da capital paraense, apenas Porto Alegre (RS) apresentou variação positiva no preço da cesta básica: 0,12%. Todas as demais capitais que fizeram parte do levantamento apresentaram queda de preços: Curitiba, Aracaju, Florianópolis, Salvador, Rio de Janeiro, João Pessoa, Fortaleza, São Paulo, Brasília, Recife, Natal e Goiânia.

Em uma simulação feita pelo DIEESE Pará, uma família belenense composta por dois adultos e duas crianças teve que desembolsar R$ 1.936,32 para comprar a cesta em dezembro de 2023, o equivalente a 1,46 salários mínimos. Apenas o leite (-2,49%), o óleo (-0,43%) e a manteiga (0,02%) ficaram mais em conta naquele período. O balanço indica, ainda, que os 12 alimentos considerados básicos comprometeram quase 53% do salário mínimo de uma única pessoa. Na conversão para o tempo de serviço, seria o mesmo que um trabalhador de carteira assinada dedicar 107 horas e 34 minutos, das 220 mensais previstas em lei, apenas para colocar refeições na mesa.

Custo da alimentação belenense em 2023

Na variação de janeiro a dezembro de 2023, a farinha de mandioca foi o produto que mais encareceu: 19,43%; seguida do arroz (+ 11,17%) e do açúcar (+ 9,11%). Junto com o tomate (+ 7,19%) e a banana (6,79%), esses produtos tiveram reajuste acima da inflação estimada para o período, que é de 4%. Dos 12 itens básicos que compõem a cesta, apenas o óleo (-28,11%), feijão (-14,80%), carne bovina (-6,74%) e café (-2,62%) baixaram de preço ao longo do ano.

O educador físico Henrique Pastana revela que, no último ano, os reajustes no preço dos alimentos impactou totalmente a sua rotina. “A maior parte da minha renda está indo para alimentação. Antes, eu fazia R$ 300 em compras por semana, hoje, eu gasto mais de R$ 400, e nem conto com os itens comprados em feiras”, afirma.

Segundo ele, uma das principais mudanças foi nos hábitos do fim de semana, que, agora, estão mais restritos. “Um jantar fora custa o dobro do que custava antes, então não é mais possível sair todo final de semana. É só um dia, e olhe lá, isso se sair”, conclui o educador.

Veja a tabela completa da variação de preços dos produtos básicos (por kg), em Belém:

Carne: 0,33% (em relação a nov. 2023) | -6,74% (no ano)

Leite: - 2,49% (em relação a nov. 2023) | 3,07% (no ano)

Feijão: 18,86% (em relação a nov. 2023) | -14,80% (no ano)

Arroz: 3,35% (em relação a nov. 2023) | 11,17% (no ano)

Farinha: 0,29% (em relação a nov. 2023) | 19,43% (no ano)

Tomate: 1,95% (em relação a nov. 2023) | 7,19% (no ano)

Pão: 0,58% (em relação a nov. 2023) | 2,63% (no ano)

Café: 0,43% (em relação a nov. 2023) | -2,62% (no ano)

Açúcar: 13,19% (em relação a nov. 2023) | 9,11% (no ano)

Óleo: -0,43% (em relação a nov. 2023) | -28,11% (no ano)

Manteiga: -0,02% (em relação a nov. 2023) | 3,84% (no ano)

Banana: -0,02% (em relação a nov. 2023) | 6,79% (no ano)

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Economia
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM ECONOMIA

MAIS LIDAS EM ECONOMIA