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Queda dos juros deve impulsionar negócios

Taxas caíram para o menor nível da história e bancos preparam opções

Elisa Vaz

A queda da taxa básica de juros no país, a Selic, para o menor nível da história, 5% ao ano, impulsiona bancos públicos e privados a diminuírem os custos com as modalidades oferecidas aos consumidores, que passam a ter acesso a mais créditos no mercado financeiro. No entanto, de acordo com o economista André Cutrim, mesmo que a intenção das reduções seja a geração de consumo, não necessariamente a taxa de juros mais baixa vai provocar aumento significativo na movimentação do mercado.

Segundo o especialista, o baixo nível de investimento contribuiu para que o Banco Central tomasse a iniciativa de reduzir a Selic, para controlar a inflação e melhorar o mercado. Mas ele explica que as decisões econômicas são tomadas com base nas expectativas do mercado no futuro, ou seja, não há certeza de que o cenário vá melhorar.

“O governo toma como base a poupança dos cidadãos, os investimentos no mercado e o consumo e faz uma projeção futura. Mesmo com as diminuições, não recomendo fazer grandes investimentos”, adianta Cutrim. “O financiamento de um carro fica entre cinco e seis anos, em média, enquanto de uma casa gira em torno de 20 a 30 anos. Esse tipo de investimento precisa ser pavimentado por uma segurança econômica, e muitos brasileiros ainda se encontram endividados e até desempregados. Não tem como fazer esse investimento de risco sem conhecer o futuro econômico”, orienta o economista.

Ao mesmo passo que Cutrim alerta os consumidores para não fazerem investimentos duradouros, no Banco do Estado do Pará (Banpará), a previsão da Superintendência de Negócios (Suneg) é de que os paraenses devem utilizar os valores do décimo terceiro salário e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para investir em casas e carros, principalmente, além dos créditos rotativos, como cartão de crédito, cheque especial e Banparacard.

“Com a diminuição da Selic, a Instituição resolveu, de maneira estratégica, diminuir suas taxas e aumentar os prazos de seus principais produtos. Desta forma, vai proporcionar a redução do comprometimento financeiro dos seus clientes, permitindo a liberação da renda mensal. Caso precisem, também podem fazer mais empréstimos, mantendo as mesmas parcelas atuais”, explicou a Superintendência.

As principais modalidades que se tornaram mais atrativas com relação às taxas e prazos, segundo a Suneg, foram o Banparacard, que tinha taxa de 5,49% em até 60 meses para quitação e passará para 3,80% e o prazo estendido para 80 meses; crédito consignado, que variava entre 1,17% e 2,15% e passou a ser de 0,70% a 1,40% para um prazo de até 130 meses; e cheque especial, que de 7,49% a 10,99% passou para a menor taxa do mercado: 4,40%. O banco ainda espera que seus clientes utilizem seus recursos para regularização de dívidas e amortização de parcelas.

De acordo com a gerente Regional da Caixa Econômica Federal, Shirley Klautau Guimarães, com a melhora no cenário econômico, também houve redução nas taxas de juros nos produtos oferecidos pelo banco, a exemplo do cheque especial, com taxa de 5,94% ao mês, podendo chegar a 4,99% se o cliente receber salário pela Caixa.

Também foi criada a modalidade Caixa Sim, voltada para clientes de baixa renda. “Eles vão ter um cartão de crédito sem anuidade, e cestas de serviços com conversão do valor total pago em recarga para celular pré-pago. É importante para dar mais acesso a esse consumidor aos nossos serviços”, comentou Guimarães.

No caso dos financiamentos, para veículos as taxas ficam em torno de 1,3%, sendo que os critérios são o relacionamento do cliente com a Caixa, dados do veiculo financiado e cota de financiamento, que pode ser de até 80%. O crédito habitacional também diminuiu no banco, a partir de 2,95% ao ano mais o índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), taxa utilizada para definir a inflação; ou a partir de 6,75% ao ano mais Taxa Referencial (TR). O indexador fica à escolha do cliente.

Conforme explicou a gerente regional, as menores taxas são para compra de imóvel porque têm garantia real. “No sistema financeiro a habitação é muito importante porque visa fomentar a compra de imóveis, a geração de empregos e também tem um caráter social, então facilitamos de todas as formas possíveis”, pontuou Guimarães.

Outra oferta da Caixa neste final de ano é a campanha para liquidar dívidas. De acordo com a gerente, existem cerca de 90 mil contratos de inadimplência no Estado do Pará, que somam R$ 650 milhões. Os descontos em cima desses débitos vão ser de 50 até 90%, desde que a dívida exista há mais de um ano e não possua garantia de pagamento.

Na avaliação do economista André Cutrim, é preciso ter prudência na hora de utilizar recursos extras ou guardados. A indicação do especialista é que os consumidores usem os valores para quitar dívidas ou consumir itens mais em conta. “Só temos expectativas de melhora econômica, mas isso não significa que vai ocorrer”, justifica.

Por último, entre os principais bancos públicos no Pará, o Banco do Brasil fornece dicas para que os clientes decidam seus investimentos de final de ano de forma consciente, na página creditoresponsavelbb.com.br. Além disso, a instituição também oferece descontos oferecidos no período da Black Friday, sendo que as informações e mais detalhes estão disponíveis no site bb.com.br/vantagens.

Cutrim indica que, antes de fazer qualquer escolha, o consumidor deve buscar o maior número de informações possível, para diminuir a incerteza e o risco das operações, e não depositar todos os recursos naquele investimento.

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Economia
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