Ato marca início de paralisação de trabalhadores da Eletronorte em Belém e Marabá
Adesão à greve é de cerca de 80%, segundo organização do movimento

Um ato na manhã desta segunda-feira (24) marcou o início da paralisação dos trabalhadores da empresa Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte), que prometem cruzar os braços por tempo indeterminado. A decisão foi tomada em uma assembleia realizada por meio de videoconferência na noite do último dia 20, sob organização do Sindicato dos Urbanitários do Pará. De acordo com a organização, cerca de 80% dos funcionários aderiram ao movimento, que reivindica melhores condições de trabalho e questiona o aumento abusivo do plano de saúde e a falta de pagamento na participação dos lucros da empresa em 2017, 2018 e 2021.
A paralisação também teve concentração de funcionários em Altamira, Marabá, Santarém, Tucuruí e Vila do Conde, que reclamam de cinco anos de espera nas negociações. “A greve é nacional, em todas as nossas bases, e são 11 estados, incluindo Maranhão, Mato Grosso, Brasília e São Paulo. Roraima entra a partir de quarta-feira. Nossa dificuldade na greve é porque parte da categoria, devido à pandemia, ainda está trabalhando de casa, então fizemos uma cartilha com orientações sobre como manter a greve de home office”, declarou Jorge Costa, do movimento grevista.
Os trabalhadores reclamam do aumento abusivo do plano de saúde, que teria sido reajustado mais de 10 vezes. “Estamos pagando 40% do valor. Fora as condições de trabalho. A empresa estava fazendo testes de gripe e Covid e suspendeu, e nós temos notado surtos. Temos oito contaminados em Altamira, e temos uma equipe de 140 pessoas. Outra questão é a privatização, o TCU suspendeu o processo a empresa está tocando, fazendo assembleia, está descumprindo o que o TCU determinou”, explicou Jorge.
Também são reivindicações a isonomia salarial e o fim das escalas abusivas, a não diminuição do valor diárias de viagem. O movimento grevista reforça que os serviços essenciais à população, conforme Lei 7.783/89 (Lei de Greve), serão mantidos e os casos emergenciais serão negociados com as Entidades Sindicais e a Eletronorte.
A Eletronorte informou em nota que, na última sexta-feira (21), recebeu a comunicação de entidades sindicais sobre a deflagração de movimento grevista a partir da 0h do dia 24/01. Com isso, os pleitos serão avaliados e a Empresa adotará as medidas administrativas e judiciais cabíveis para garantir a continuidade do fornecimento de energia, atividade essencial para a sociedade.
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