Arrecadação financeira da União tem o melhor mês de janeiro desde 1995
Valor chega a mais de R$ 280 bilhões, quase 7% em relação ao mesmo período no ano passado
A arrecadação financeira da União apresentou alta no mês de janeiro segundo dados divulgados pela Receita Federal nesta quinta-feira (22). De acordo com o documento, o valor é o maior desde o ano de 1995, início da documentação histórica, em comparação ao ano passado o aumento foi de 6,67% e em comparação ao mês de dezembro de 2023 o aumento foi de 7,07%, a instituição acredita que o resultado foi influenciado por mudanças nas legislações e pagamentos atípicos realizados em 2023 e 2024.
Os números da arrecadação representam o pagamento de impostos e outras receitas, por exemplo Imposto de Renda de Pessoa Jurídica e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido, estes voltados para o rendimento de empresas. Então, o aumento da arrecadação da união pode representar uma alta na produção e na atividade econômica do mercado. A receita aponta também que as desonerações concedidas no Programa de Integração Social/Contribuição para o Financiamento de Seguridade Social (PIS/Confins) influenciaram negativamente no resultado.
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Lucro das empresas sobe quse 2%
A arrecadação das empresas registrou lucro de R$ 91.7 bilhões em janeiro, um aumento de quase 2% em relação ao mesmo mês de 2023, fruto dos aumentos reais de 11,14% da declaração de ajuste e de quase 5% na arrecadação de lucro presumido ligado à uma queda de 3,43% da arrecadação mensal. Essa arrecadação mensal é fechada anualmente, pois a empresa é obrigada a recolher mensalmente o imposto.
A Receita também diz que houve R$ 4 bilhões em pagamentos atípicos em 2024, um aumento de cerca de R$ 1 bilhão em relação a 2023. Outros setores também contribuíram para o aumento da arrecadação no período, como comércio atacadista, fabricação de veículos automotores e seguros e previdência complementar.
Efeito offshore
Outro imposto que teve grande influência na arrecadação em janeiro foi o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) – Rendimentos de Capital, que não ocorreu no mesmo mês de 2023, já que a lei que modifica tributação de fundos de investimento fechados e renda obtida do exterior como offshore (quando a maioria das transações financeiras é controlada por não residentes do país) só foi sancionada no mês de dezembro do ano passado.
Assim, o setor apresentou uma arrecadação de R$ 14,1 milhões, acréscimo real de 24,41% em relação a janeiro de 2023. Já a renda por tributação offshore ainda não foi contabilizada pois ainda há prazo para a regularização dos contribuintes.
Nesse setor, a Receita também apontou que houve redução nas alíquotas do PIS/Cofins sobre combustíveis, resultando em uma desoneração de R$ 2 bilhões de reais, número abaixo do mesmo período de 2023 que chegou a R$ 3,5 bilhões.
PIS/Pasep e Cofins apresentam aumento de quase 15%
O carro-chefe de janeiro foram os impostos de PIS/Pasep e Cofins, apresentando um aumento de quase 15% e uma arrecadação de R$44 bilhões. O bom desempenho é explicado pela alteração nas legislações do PIS/Cofins com destaque para a retomada parcial da tributação para o setor de combustíveis.
A Receita Previdenciária representou aumento de quase 8%, com R$ 53,9 bilhões. Outros dois aumentos relevantes foram dos débitos de receitas previdenciárias com pouco mais de 8% e do Simples Nacional, voltado para os tributos de micro e pequenas empresas, de 7,58%.
Apesar de apresentar queda de 2,05% no fator gerador de arrecadação em janeiro, o setor industrial teve alta de quase 2% para o valor de produtos vendidos em dólar e também houve crescimento na massa salarial de 7,29%. Já o setor de venda de serviços teve uma redução de 2% em relação ao mesmo período do ano passado.
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