Após alta em janeiro, preço do pescado começa a estabilizar em Belém

Comerciantes do produto na Feira da Pedreira informaram que espécies como dourada e pescada amarela tiveram alta entre 40 e 70%, no mês passado

Gabriel da Mota

O período chuvoso, também chamado de “inverno amazônico”, impacta diretamente a venda de peixes na capital paraense, devido à escassez na oferta de determinados tipos de pescado negociados na Pedra do Peixe, no Complexo do Ver-o-Peso. Na Feira da Pedreira, a dourada e a pescada amarela ficaram entre 40 e 70% mais caras no mês de janeiro. De acordo com vendedores do produto no local, neste mês de fevereiro, os preços estão voltando ao normal. Enquanto isso, consumidores habituados a comprar o produto não abrem mão de adquiri-lo.

Mário Santos, 57 anos, que trabalha há mais de quatro décadas no ramo, comercializa uma variedade de peixes na feira pedreirense. As espécies que estavam disponíveis no boxe de Mário, na manhã desta sexta-feira, eram: dourada, piramutaba, pescada branca, cação, filhote, tainha e pratiqueira. Após a subida de preços no início do ano, o vendedor diz que, ultimamente, tem encontrado peixes mais em conta no Ver-o-Peso: “Começou a dar uma baixada, porque começou a aparecer em maior qualidade e em mais quantidade. Aí vai reduzindo mais o preço”, explicou. 

image Consumidores à procura de peixe na Feira da Pedreira, em Belém, nesta sexta-feira (9) (Foto: Thiago Gomes | O Liberal)

Segundo o comerciante, a pescada amarela e o filhote foram as espécies que chegaram a custar mais caro: R$ 50 (o quilo). Apesar da inflação, os clientes não deixaram de adquirir as referidas espécies. “O pessoal dá uma choradinha, mas sempre leva, entendeu? Porque a população gosta de peixe e açaí, né? Esses [itens] daí, o pessoal pode até reclamar do preço, mas sempre leva”, opinou. Apesar de não comercializar gó, Mário informou que o preço médio deste tipo de peixe é de R$ 15 a R$ 20, na Feira da Pedreira.

Outro vendedor, que preferiu não se identificar à reportagem, disse que a pescada amarela, atualmente vendida a R$ 40 (o quilo), já chegou a custar R$ 50 em seu boxe, em janeiro. O quilo da dourada, que está custando R$ 25, foi o que teve maior reajuste: chegou a R$ 40. Ainda de acordo com o comerciante, a pratiqueira e a piramutaba se mantiveram no preço médio de R$ 20 (o quilo).

image O vendedor Mario Santos (57 anos) atende o cliente Raimundo Cabral (90), aposentado (Foto: Thiago Gomes | O Liberal)

O aposentado Raimundo Cabral, 90 anos, é um dos clientes de Mário Santos que costuma comprar peixe toda semana; um hábito que não é alterado pela alta nos preços: “Eu compro o peixe da minha preferência. Graças a Deus, eu tenho um salário que dá para eu passar o mês, né?”, informou. Hoje, seu Raimundo levou para casa dois quilos de tainha, que saiu a R$ 30 (o quilo). “O melhor peixe do mercado, no momento, é a tainha. Para quem gosta de comer a ova, é a única ova de exportação”, opinou o consumidor, que também costuma adquirir pescada amarela e anchova com frequência.

Apesar de não ser impactado pela inflação do peixe, o aposentado reconhece que os preços altos dificultam a aquisição do produto por boa parte dos trabalhadores paraenses. “O peixe tá caro, para quem ganha o salário mínimo, tá difícil o negócio, meu irmão. Mas eu mantenho o costume, eu fui criado com peixe salgado, sou de Curuçá”, acrescentou seu Raimundo.

Peixes que estão baixando de preço | Valor do kg

  • Filhote: R$ 40 (já chegou a R$ 50)
  • Pescada amarela: R$ 35 a R$ 40 (já chegou a R$ 50)
  • Gurijuba: R$ 30 (já chegou a R$ 35)
  • Dourada: R$ 20 a R$ 25 (já chegou a R$ 40)
  • Pescada branca: R$ 20 (já chegou a R$ 25)

Peixes que se mantiveram na média | Valor do kg

  • Pratiqueira: 20
  • : R$ 15 a R$ 20 
  • Piramutaba: R$ 15 
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