Após dias cozinhando a lenha, idosa que vive com 10 netos em Icoaraci consegue comprar gás
Maria Casimira Mendes Moraes, de 62 anos, aproveitou uma campanha com venda de botijão a R$ 60 para comprar o produto; dinheiro foi emprestado
Estudo feito pelo economista e pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), Daniel Duque, revelou que a pandemia da covid-19 agravou a situação de pobreza no Brasil, com aumento em 23 estados e no Distrito Federal. Apesar do Acre, Pará e Tocantins terem sido apontados como os únicos estados brasileiros nos quais não houve piora da pobreza entre novembro de 2019 e janeiro de 2021, ainda existem milhares de pessoas no território paraenses sem recursos para comprar itens básico para alimentação ou higiene.
É o caso da família da idosa Maria Casimira Mendes Moraes, de 62 anos, que vive com dois filhos e dez netos em Icoaraci, distrito de Belém. Há pelo menos cinco dias cozinhando a lenha, eles aproveitaram uma campanha de venda de botijão de gás a R$ 60 para conseguir comprar o produto. A compra foi feita com dinheiro emprestado.
No Pará, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) ficou em 0,85% em agosto. Segundo o IBGE, a alta foi puxada, principalmente, pelo preço da energia e gás de cozinha. Em um ano, o preço do botijão de gás chega aumentou quase 40% e, atualmente, gira em torno de R$ 100 em Belém.
"A gente usa mais a lenha do que o gás", revela Maria Casimira, ao voltar pra casa depois de enfrentar a fila para comprar o produto a R$ 60.
Dados do PNAD COVID19, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em junho do ano passado, revelaram que 32,8% da população paraense vive com renda abaixo de R$ 446 mensais, ou seja, em situação de pobreza. Existe ainda um percentual de 4,3% com renda mensal equivalente a R$ 154 mensais, na linha de extrema pobreza.
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