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'Sustentabilidade não precisa ser cara, precisa ser consciente', diz Camille Anijar

A coordenadora da Câmara Setorial de Meio Ambiente e Sustentabilidade da ACP explica quais ações tem sido realizadas em preparação para a COP 30.

Gabi Gutierrez

Conscientizar o setor empresarial sobre a importância da sustentabilidade e mostrar que práticas ambientais não são um custo, mas um investimento viável e necessário. Esse tem sido o norte da atuação da Câmara Setorial de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Associação Comercial do Pará (ACP), coordenada por Camille Anijar. À frente da câmara desde 2023, Camille tem liderado uma série de ações para aproximar os empresários das metas da Agenda 2030 da ONU e preparar o setor comercial para a realização da COP 30, que acontecerá em Belém em novembro deste ano.

A entrevista exclusiva com Camille detalha os programas desenvolvidos pela Câmara, entre eles o ODS Descomplicados, uma cartilha prática que ajuda os associados da ACP a alinharem suas rotinas aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). “A ideia é mostrar que desenvolvimento sustentável não é algo distante ou complicado. Pequenas atitudes, como substituir copos descartáveis por garrafas reutilizáveis, já fazem diferença”, explica.

Além da cartilha dos ODS, a Câmara lançou materiais educativos sobre resíduos sólidos, educação ambiental e economia circular. Todos com linguagem acessível, voltados para a realidade do pequeno e médio empresário.

“Muitos achavam que sustentabilidade era sinônimo de gasto, mas mostramos que é possível implementar ações com custo quase zero — e que ainda geram economia a médio prazo”, afirma Camille.

Outro projeto de destaque é o Selo ACP de Boas Práticas Sustentáveis, que será lançado no mês de junho, durante as celebrações do Dia Mundial do Meio Ambiente. As empresas associadas serão avaliadas por uma comissão com base nas práticas sustentáveis implementadas e poderão receber certificações nas categorias Prata, Ouro ou Diamante. “Esse selo vai valorizar quem já está fazendo a sua parte e estimular outras empresas a se engajarem. Ninguém quer ficar para trás”, destaca.

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Com a proximidade da COP 30, Camille reforça que a preparação vai além de infraestrutura: é também cultural. “A declaração da ministra Marina Silva me marcou muito: ‘A COP 30 não é festa, é luta’. Luta por consciência, por políticas públicas e por financiamento climático. E o setor privado tem um papel fundamental nesse movimento”, diz.

A coordenadora também aponta que a realização do evento em Belém tem gerado uma onda de reformas, investimentos e movimentação econômica no comércio local, além de servir como catalisador de um novo comportamento social. “A COP está conectando governo, empresas, associações e cidadãos em torno de um mesmo objetivo. E acredito que haverá uma Belém antes e uma Belém depois da COP 30”, conclui.

A programação da Câmara até novembro inclui fóruns de debates sobre os eixos da conferência climática, oficinas e novas campanhas de mobilização. A meta é clara: fazer com que a sustentabilidade deixe de ser uma obrigação institucional e se torne parte do dia a dia dos empresários paraenses.

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