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Supermercados projetam faturamento até 6% maior em dezembro

Vendas de alimentos e outros produtos devem influenciar crescimento de supermercados paraenses

Fabrício Queiroz

O setor supermercadista está otimista com o aumento das vendas no último mês do ano e espera um crescimento de 5% a 6% em comparação com o ano passado. A expectativa foi adiantada para a coluna Repórter 70, do jornal O Liberal, e confirmada pelo presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), Jorge Portugal, nesta sexta-feira, 2. Segundo o dirigente, o resultado se deve a fatores econômicos e ao perfil mais competitivo do segmento no atual mercado.

“A nossa expectativa é de crescimento em relação ao ano passado, considerando que em 2021 nós ainda tinha aquele resquício de pandemia e ainda havia certas restrições em termos de compra. Nossa projeção é baseada no bom desempenho da economia e na redução do número de desempregados. Com isso, as pessoas puderam voltar a consumir. Além disso, estamos acreditando que o pagamento da segunda parcela do 13º salário vai ajudar a alavancar ainda mais as vendas”, pontua Jorge Portugal.

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A representante comercial Joelma Silveira, 53, é uma das clientes que deve ajudar a movimentar os caixas dos supermercados nesse período. Para ela, os preços praticados atualmente estão mais elevados, o que reduziu a frequência e o volume das compras. Porém, os eventos da época estimulam o consumo além do orçamento. “A gente acaba gastando um pouquinho mais porque sempre tem uma comemoração ou uma reunião de família, então a gente acaba fazendo um prato especial ou uma sobremesa e isso faz aparecer um gasto extra, principalmente mais próximo das festas do Natal e Ano Novo”, afirma.

Nesse contexto, o setor supermercadista tem adotado estratégias para atrair mais consumidores, seja para a aquisição de gêneros alimentícios ou outros produtos, que foram incluídos no portfólio dos estabelecimentos, onde se observa a quase onipresença de departamentos de magazine, com confecções, calçados e outros artigos.

“Em dezembro, as nossas vendas são puxadas em primeiro lugar pelas bebidas e pelas comidas típicas de Natal e frutas. Mas é bom lembrar que hoje em dia os supermercados não se restringem a venda de alimentos. Os magazines oferecem presentes, brinquedos, perfumaria e outros produtos. Tudo isso é contabilizado no resultado final do nosso faturamento”, esclarece Portugal.

Para o empresário, a tendência é que o ritmo de vendas continue aquecido no próximo ano. Um dos fatores que deve contribuir para isso é o controle da inflação a longo prazo, já que a variação frequente de preços não é favorável nem para as empresas nem para os consumidores.

“A inflação não é benéfica para ninguém. No nosso caso específico, ela diminui o poder aquisitivo, então a gente observa que quem antes comprava 2 kgs, passa a comprar 1,5 kg; quem levava três pacotes de um produto, passa a levar dois; e assim sucessivamente. Para nós, quanto mais controlada a inflação, é melhor”, ressalta Jorge Portugal, que diz ainda que o setor deve ser favorecido caso o Auxílio Brasil ou Bolsa Família seja mantido com valor de R$ 600, como se articula entre parlamentares e representantes do governo de transição.