Pará tem mais de 112 mil processos na fila do INSS até junho
Desempenho apresenta redução nos últimos meses e pode acelerar com programa federal
Os processos de benefícios em análise no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), no Pará, somam 112.995 até o mês de junho, dado mais atualizado divulgado pela instituição. O balanço representa uma redução de aproximadamente 7,53% em comparação ao mês anterior, quando a fila chegou a 122.194. Esse comportamento pode ganhar mais força após o lançamento do Programa de Gerenciamento de Benefícios (PGB), sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na quarta-feira (10), para acelerar a revisão de benefícios e gratificar peritos e servidores do INSS que aumentem a jornada de trabalho nesse processo.
Entre os benefícios com maior número de processos no Pará, a categoria de Assistenciais e Benefícios de Longa Duração no Exterior (BLE) lideram com 37.760. Desse total, mais da metade, cerca de 28.036, estão fora do prazo legal de quarenta e cinca dias para análise, e 9.724 dentro do prazo. A modalidade assistencial é voltada a quem não contribui regularmente com o INSS, enquanto o BLE é para brasileiros residentes fora do país. Outras categorias também apresentam números expressivos, como a de benefícios por incapacidade (31.685) e maternidade (21.739).
Os três últimos balanços da fila no estado indicam uma redução progressiva após o mês de abril, quando se registrou o último aumento recente, na época de 124.242. Agora, a entidade recebe um novo incentivo federal, que tem o objetivo de acelerar a análise dos benefícios para reduzir a fila. O PGE é o projeto que promete alcançar essa meta e foi instituído a partir da Medida Provisória (MP) 1.296/2025, aprovada no Senado Federal desde o dia 12 de agosto deste ano.
A iniciativa terá a duração de um ano, contados a partir da publicação da MP 1.296, com possibilidade de prorrogação, mas apenas uma única vez, desde que não ultrapasse a data de 31 de dezembro de 2026. A decisão do que será prioridade para análise fica a cargo do Ministério da Previdência Social (MPS), do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e da Casa Civil. O texto também instituiu o Comitê de Acompanhamento do PGB, que será coordenado por um representante do MPS e contará com mais quatro membros titulares: um representante da Perícia Médica Federal, um da Casa Civil, um do MGI e um do INSS.
A principal função do novo programa é realizar reavaliações e revisões de benefícios previdenciários e assistenciais. Nele, serão priorizados os processos e os serviços administrativos que já tenham ultrapassado o prazo legal de análise. Também serão feitas avaliações sociais que compõem a avaliação biopsicossocial do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
O serviço de perícia passa a ser realizado em unidades da Previdência Social em que antes não era ofertado e também nas unidades onde o prazo para agendamento é superior a trinta dias. O mesmo vale para as que estiverem com o prazo judicial expirado e às que dependem de análise documental. Isso, desde que tenham sido realizadas em dias úteis após as 18 horas e em dias não úteis.
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Gratificação
Apesar de o programa exigir um esforço maior dos servidores, não é permitido que as atividades realizadas a partir da medida afetem os atendimentos e agendamentos regulares nas agências da previdência. Como os servidores deverão realizar as atividades além de sua capacidade habitual, foi incluído no programa um pagamento bônus a cada categoria. Estão autorizados a participar da ação os servidores de carreira do Seguro Social (bônus de R$ 68), Perito Médico Federal, Supervisor Médico-Pericial e Perito Médico da Previdência Social (ambos com bônus de R$ 75).
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