Pará registra queda de 0,7% nos serviços em maio
Mesmo com retração do setor, o índice de receita mantém alta em todos os períodos analisados
O setor de serviços apresentou um recuo de 0,7% no mês de maio em comparação a abril, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta terça-feira, 12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar do resultado inferior em relação ao mês anterior, o setor acumula alta de 7,4% neste ano e de 9,7% na variação dos últimos 12 meses.
A pesquisa também mostra que, mesmo com a queda no volume de serviços no período, o índice da receita nominal no estado teve uma variação mensal positiva de 1,8% em relação a abril. Quando se observa o acumulado do ano, a variação foi de 13,1%, e em relação aos últimos 12 meses, o resultado é de 14,2%.
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Quanto aos dados nacionais, a PMS aponta que o volume de serviços avançou 0,9% no comparativo com abril. Já no acumulado do ano, a variação detectada é de 9,4% e de 11,7% em relação ao período dos últimos 12 meses. Os resultados também são positivos no que se refere ao índice de receita nominal, com incremento de 1,6% no último mês e de 16,4% ao longo de 2022.
De acordo com o IBGE, em 16 das 27 unidades federativas houve expansão do setor de serviços, com destaque para os estados São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Amazonas. Por outro lado, o Pará e mais dez estados tiveram variações negativas, sendo que as maiores quedas foram observadas em Pernambuco, Alagoas, Mato Grosso, Amapá e Piauí. O Pará aparece ao lado do Distrito Federal na sexta colocação no ranking.
A PMS investiga 166 atividades de cinco grandes ramos: serviços prestados às famílias; informação e comunicação; serviços profissionais, administrativos e complementares; transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio; e outros serviços. Segundo a pesquisa, todas os segmentos tiveram resultados positivos, com destaque para os transportes (0,9%) e informação e comunicação (0,9%), que recuperaram perdas e vem acumulando as maiores expansões no ano.
O ramo de serviços prestados às famílias também chama atenção pela variação de 1,9%, além de registrar o terceiro resultado positivo seguido, com ganho acumulado de 8,1% no ano. Entre as atividades desse segmento estão alojamento e alimentação, cultura, recreação e lazer, esporte e serviços pessoais, como cabeleireiros, salões de beleza e outros tratamentos de beleza.
Quem atua com a oferta desses serviços em Belém avalia, no entanto, que o momento ainda é de recuperação. Lauro Souza, 34 anos, é sócio de um espaço cultural localizado no bairro da Campina e afirma que as atividades no segmento ainda sofrem os impactos da pandemia. Ele conta que os principais incentivos vieram no auge das restrições sanitárias por meio da Lei Aldir Blanc, que auxiliou emergencialmente os trabalhadores e empreendedores da economia criativa.
Lauro destaca que os recursos ajudaram a manter o espaço, que funciona com a locação para apresentações de espetáculos e ensaios, além da oferta de cursos livres em áreas como teatro, música e dança. Agora, com o retorno da Lei Aldir Blanc em sua segunda versão e a aprovação da chamada Lei Paulo Gustavo, a expectativa é que o setor ganhe um novo gás.
“O complicado é porque a maior parte dos grupos de teatro são independentes e, às vezes, não tem renda para locar. Por isso, buscamos fazer parcerias com os grupos para manter o espaço aberto nesse período. A volta das leis de incentivo com certeza vai auxiliar muito, principalmente espaços pequenos e independentes que não recebem os grandes espetáculos”, afirma Lauro Souza.
Em contrapartida, alguns empreendimentos têm aproveitado a retomada e recuperado o desempenho pré-pandemia. A maquiadora autônoma Bianca Mesquita, 26, diz que suas atividades estiveram totalmente paradas durante a pandemia devido à falta de eventos sociais. Agora, com as flexibilizações, ela está animada com a procura crescente pelos serviços, apesar do aumento de custos em áreas como o transporte, que levaram a inflação dos preços. “Tem aumentado bastante agora que voltaram os eventos, formaturas e casamentos, a procura é grande principalmente nos finais de semana. Em uma sexta, às vezes, atendo cinco pessoas; no sábado de sete a oito. É uma retomada muito boa”, diz.
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