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O que fazer após uma demissão inesperada? Conheça direitos do trabalhador

Mesmo com baixa taxa de desemprego em 2025, milhões ainda sofrem com falta de renda fixa

Madson Sousa / Especial para O Liberal

A instabilidade causada pela ausência de uma renda fixa mensal ainda é realidade para muitos brasileiros. Apesar de a taxa de desemprego estar em 5,8% no segundo trimestre de 2025 — uma das menores para o período —, os impactos do desemprego seguem sendo profundos no aspecto econômico e emocional.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 6,3 milhões de pessoas estavam sem trabalho e 2,8 milhões em situação de desalento, ou seja, desistiram de procurar emprego por falta de perspectivas. No Norte, a taxa de desemprego ficou em 6,5%, a segunda mais alta do país, atrás apenas do Nordeste, com 8,2%.

Organização financeira é o primeiro passo

O economista Patrick Sandre orienta que o primeiro passo seja organizar o orçamento, separando gastos essenciais — como aluguel, alimentação, saúde e transporte — daqueles considerados supérfluos. Segundo ele, esse planejamento inicial ajuda a calcular por quanto tempo a pessoa pode se manter com os recursos disponíveis.

Em Belém, o custo de vida sofre influência da preparação para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30), o que exige cautela na administração das finanças.

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Direitos trabalhistas após demissão

Em casos de demissão sem justa causa, o trabalhador tem direito a:

  • Rescisão contratual
  • Saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)
  • Seguro-desemprego

De acordo com Sandre, esses recursos devem funcionar como uma ponte até a recolocação no mercado ou o início de um pequeno empreendimento. O economista recomenda que o seguro-desemprego seja usado como fluxo mensal, evitando o consumo imediato de toda a reserva.

Como reduzir despesas e manter qualidade de vida

Entre as orientações estão cortar gastos com lazer pago, assinaturas digitais múltiplas e compras por impulso. Em Belém, há alternativas gratuitas ou de baixo custo, como programações culturais e a gastronomia acessível das feiras, que ajudam a manter a alimentação saudável sem comprometer o orçamento.

Empreender com cautela durante a COP 30

A aproximação da COP 30 em Belém deve movimentar a economia local, criando espaço para iniciativas empreendedoras. Gastronomia regional, artesanato, experiências culturais e serviços de apoio estão entre os setores promissores. Sandre ressalta, no entanto, que o ideal é começar pequeno, avaliar a demanda e não comprometer toda a reserva inicial.

Impactos emocionais do desemprego

A falta de trabalho também afeta a autoestima. A psicóloga Mônica Cristina recomenda manter rotina, cuidar da saúde física e mental e buscar apoio de amigos e familiares. Ela alerta que sentimentos de tristeza, raiva e ansiedade são comuns e que a ajuda psicológica deve ser procurada quando esses fatores interferirem na vida cotidiana.

Recolocação no mercado de trabalho

Após o impacto inicial, especialistas recomendam traçar estratégias para voltar ao mercado. Entre elas estão atualizar o currículo, investir em cursos gratuitos ou de baixo custo, ampliar a rede de contatos e buscar vagas em plataformas digitais. Trabalhos temporários ou informais também podem abrir portas para contratos fixos.

A consultora de recursos humanos Mônica Lemos orienta participar de grupos de vagas, acessar sites de empresas e aproveitar feiras de emprego. Segundo ela, recrutadores avaliam como o candidato utilizou o período de desemprego, se buscou qualificação ou alternativas de trabalho.

Ela reforça a importância de responder com sinceridade sobre o desligamento do último emprego, mas usando termos estratégicos, evitando críticas diretas ao antigo empregador.