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Belém celebra Dia das Crianças e Círio de Nazaré ao mesmo tempo, com alta intenção de compras

Celebrações caem no mesmo dia e se mantêm com movimentações expressivas no comércio local

Maycon Marte

O Dia das Crianças e a festividade do Círio de Nazaré serão celebrados juntos em Belém, neste domingo, 12 de outubro. Apesar da coincidência, a movimentação nas lojas ainda se mantém intensa. Um estudo de comportamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Pará (Fecomércio-PA) aponta uma alta intenção de compra para as duas celebrações, sendo 71% na festa das crianças e 75% na de Nazaré. Entre os consumidores, a estratégia foi estabelecer um teto de gastos e conversar muito com as crianças, como explica a professora paraense Cristiane Maia, mãe de duas crianças, que aproveitou a tarde desta quinta-feira (9) para pesquisar preços e procurar os presentes.

A professora conta que planejou o dia com muita antecedência, para ter tempo e dinheiro suficientes neste momento. Seu planejamento incluiu dois filtros principais: valor e usabilidade. Na conversa com os filhos sobre o limite de gastos, estabeleceu uma média de R$ 150 a R$ 200 para os presentes dos dois meninos. Quanto à usabilidade, foi pensada como forma de garantir que o presente tenha uma função contínua, em vez de se tornar obsoleto rapidamente.

O limite de gasto da família está em acordo com os números encontrados no estudo da Fecomércio, sobre o quanto as famílias estão dispostas a gastar este ano. Segundo a entidade, no dia das crianças o gasto está concentrado na faixa de até R$ 200,00, e o consumo é dominado pelo Shopping Center e Lojas de Bairro. O estudo também nota a sensação de preços dos consumidores, com 81,1% descrevendo preços mais elevados.

“Eu quero que eles comprem o que querem e vão usar, porque não é só o comprar pelo comprar. Também quero que eles comprem algo que realmente faça valer a pena, porque, se fosse dar confiança, eles já tinham comprado qualquer coisa desde a primeira loja que passamos”, explica a professora.

A família relata que a pesquisa de preços já durava mais de duas horas, entre paradas para o lanche e a escolha de presentes, o que pareceu uma diversão entre os três. As crianças respeitavam os critérios da mãe, inclusive com alguns brinquedos negados por excederem o limite estabelecido. Cristiane explica que Yago Teixeira, o filho mais velho, de onze anos, procura por presentes mais maduros em relação ao irmão caçula, Yuri Teixeira, de nove anos, que ainda se encanta por objetos mais lúdicos.

Yago afirma ter pesquisado com antecedência os presentes que desejava ganhar e procura nas lojas por cartas temáticas de um desenho específico. O irmão, por outro lado, prefere bonecos e outros objetos semelhantes. Até o fim da tarde desta quinta-feira, os dois seguiam na busca por algo que fosse útil e dentro do limite de valores. “Queria um brinquedo que eu consiga passar o dia inteiro aproveitando, que seja satisfatório, mas ainda estou indeciso”, relata Yuri.

Primeira vez

A mãe de primeira viagem Alice Vale vive a experiência de celebrar o Dia das Crianças pela primeira vez com o filho Arthur, de apenas dez meses. Ela e o marido também optaram pelo planejamento antes de sair às compras, além de já saberem o que queriam comprar. A escolha foi por um carrinho que pode ser conduzido pelos pais — uma boa opção para passeios na cidade e que também garante a diversão do menino.

Nesse caso, a família escolheu o presente ainda em Icoaraci, distrito de Belém, onde mora. A ida ao shopping às vésperas do Dia das Crianças foi apenas para procurar opções e preços, o que não demorou muito, graças à pesquisa antecipada.

“Ele é o meu primeiro filho e nós já viemos sabendo o que comprar e esperando para ver se o preço seria acessível. Nós já tínhamos visto há algum tempo o brinquedo em Icoaraci, aí viemos decididos de que era esse mesmo”, explica Vale.

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Preço e Planejamento

Na avaliação de preços e consumo do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), os preços da data festiva serão marcados por preços mais altos e presentes tecnológicos, o que exige planejamento e pesquisa para encontrar o presente mais acessível. Segundo o supervisor técnico da entidade, Everson Cardoso, isso se soma ao menor poder de compra dos consumidores paraenses e reajustes de preços superiores à inflação, em especial, nos produtos importados.

"O Dia das Crianças de 2025 será marcado por uma inflação mais alta em relação ao ano anterior, com preços mais elevados, um endividamento crescente e um faturamento que aponta mais para a estabilidade do que para um crescimento expressivo", avalia Cardoso.

O interesse massivo da geração atual por presentes mais modernos e tecnológicos, que costumam ser mais caros, devido à complexidade e os custos com importação, também contribuem para esse cenário. “Produtos tecnológicos, por exemplo, apresentam reajustes superiores à inflação. Além disso, a questão cambial é relevante, pois muitos produtos são importados. Dependendo do câmbio e do cenário econômico, os reajustes podem ultrapassar 10% ou 15%”, explica.