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2L por R$ 120: Cachaças e licores artesanais do Ver-O-Peso têm tradição e aposta no turismo

Feirantes de Belém aproveitam o aumento da demanda, com turistas em busca de sabores regionais únicos como jambu, açaí e bacuri.

Jéssica Nascimento

O Complexo do Ver-O-Peso se mantém como um ponto de encontro entre tradição e inovação, onde a venda de cachaças e licores artesanais está em alta, atraindo turistas e consumidores locais. Com preços variáveis e a produção artesanal de qualidade, o mercado oferece desde os tradicionais sabores de jambu até opções inusitadas como bacuri e taperebá, prometendo agradar aos mais diversos paladares.

Cachaça de Jambu: a mais procurada

Quando se fala em bebidas típicas do Pará, a cachaça de jambu é, sem dúvida, a mais procurada. O feirante José Antônio Pereira, que atua no Ver-O-Peso desde a infância, revela que a cachaça de jambu é o carro-chefe de suas vendas. 

“Ela é muito procurada, principalmente pelos turistas que querem levar um pedaço do Pará para casa", conta.

A cachaça é feita de forma artesanal, com a flor do jambu, um ingrediente que causa uma sensação de formigamento na boca e é muito apreciado na culinária paraense. 

José Antônio afirma que o preço da garrafa varia de R$ 40 a R$ 50, dependendo da qualidade e do processo de produção, o que também garante uma margem de lucro mais alta.

Licores regionais: diversidade de sabores

Além da cachaça, os licores artesanais estão ganhando cada vez mais destaque. Com sabores autênticos como açaí, cupuaçu, bacuri, jenipapo e taperebá, a produção caseira faz a diferença. 

"Os licores de açaí e cupuaçu são os mais procurados", diz José Antônio, que garante que a produção manual é o segredo para o sucesso. “Eu mesmo faço os meus licores. Coloco amor e carinho em cada garrafa, e é por isso que o freguês não resiste em levar", complementa.

Joice Silva, outra feirante experiente no Ver-O-Peso, confirma o crescimento da demanda. "A procura está muito alta, tanto de turistas quanto de paraenses. A cachaça de jambu, por exemplo, é reconhecida mundialmente", afirma. 

Ela também observa que os preços são bastante acessíveis em comparação com outras regiões do Brasil. As garrafas de cachaça grande, por exemplo, variam entre R$ 30 e R$ 40, e as de licor entre R$ 20 e R$ 25.

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Preço diversos: um mercado em expansão

O Ver-O-Peso tem se consolidado como um centro de vendas com preços variáveis. As cachaças e licores, produzidos de forma artesanal, chegam ao mercado com preços populares, atraindo uma clientela fiel. 

José Antônio compartilha que seus licores de 1 litro ou 750 ml são vendidos por R$ 40, enquanto as versões menores, de 250 ml a 275 ml, ficam na faixa de R$ 20 a R$ 25.

A produção artesanal também tem uma vantagem em termos de sabor e exclusividade, pois muitos feirantes, como Joice, produzem suas próprias bebidas em casa. 

"A cachaça artesanal é feita com a flor do jambu e a cachaça branca, e o licor de cupuaçu leva a polpa da fruta, tudo feito com o máximo cuidado", explica.

Já a cachaça de 2L de caranguejo e lagosta, vendida por Joice, chega a custar R$ 120.

Expectativas para a COP 30: O Ver-O-Peso de olho no futuro

Com a chegada de grandes eventos como a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) em Belém, a expectativa para o aumento nas vendas de bebidas artesanais é alta. José Antônio acredita que o evento internacional trará mais turistas e, consequentemente, mais demanda. 

"Já estamos recebendo muitas encomendas de outros estados, como Santa Catarina e Paraná. A cada ano, as vendas aumentam", afirma.

Joice também compartilha a mesma esperança. "A venda de cachaça e licor sempre aumenta durante o Círio de Nazaré e esperamos que a COP 30 traga mais turistas e negócios para o Ver-O-Peso", diz.

Além disso, a feira tem se preparado para atender a uma maior demanda, com a expectativa de que as vendas também beneficiem os feirantes que atuam em outros nichos, como bares e restaurantes locais. 

"Temos muitas encomendas de bares e restaurantes de Belém e até de outros estados. O turismo está sempre crescendo por aqui", conclui Joice.