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13º Prêmio ESG Amazônia homenageia empresas do Pará com boas práticas sociais

Evento foi realizado pela Associação dos Dirigentes Lojistas e Marketing no Pará (ADVB-PA)

Maycon Marte

Na noite desta quarta-feira (27), dezessete empresas, entre públicas e privadas, foram homenageadas pelo 13º Prêmio ESG Amazônia, da Associação dos Dirigentes Lojistas e Marketing no Pará (ADVB-PA). A iniciativa reconhece casos que se enquadrem nas práticas de ESG (Environmental, Social, Governance - sigla em inglês), conjunto de ações e políticas que uma empresa, instituição ou governo adota para alinhar suas atividades aos princípios de sustentabilidade e responsabilidade socioambiental.

O presidente da associação anfitriã, Leandro Daher, destaca que a movimentação acontece bem antes das discussões em torno da 30ª Conferências das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30). A premiação acontece desde 2001 e, segundo Daher, se estabelece com ainda mais força em um ano decisivo para a pauta socioambiental, devido à realização do encontro climático de 10 a 21 de novembro, em Belém. No entanto, ressalta que esse trabalho e o debate sobre o papel das empresas quanto às práticas sustentáveis sempre foi protagonista na associação.

“A gente já realiza o prêmio desde 2001, então já são vários casos de sucesso premiados. A gente entende que o mercado conhece essa prática como essencial e não tem volta, mas é bom ressaltar que isso se inicia mesmo antes de discussões a respeito da sustentabilidade da COP 30”, enfatiza o presidente.

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Um dos efeitos do novo momento que a capital paraense vive sobre o tema, na avaliação do porta-voz, ajudou a impulsionar o desempenho da premiação nesta edição. “Com a COP 30, claro, a gente tomou uma proporção muito grande, tivemos uma aceitação gigante e foram quase quarenta cases inscritos, mais de trinta empresas estão concorrendo à premiação”, afirma.

Apesar do número expressivo, apenas dezessete marcas serão premiadas nas categorias social, ambiental e governança, tanto para os exemplos públicos, quanto para o privado.

Entre os premiados da noite, o grande destaque nos três eixos das práticas foi a Organização Não-governamental OCAS, que realiza uma assessoria de impacto social nas comunidades tradicionais da Amazônia. Eles estão presentes em mais de cinco regiões da Amazônia paraense e auxiliam as comunidades a desenvolveram atividades tradicionais, gerando renda e desenvolvimento nos territórios. Um dos exemplos destacados pelo representante da organização, Renato Rosas, é o cultivo de mel na aldeia do povo Tembé, situado principalmente na Terra Indígena Alto Rio Guamá e em outras áreas como a região da bacia do rio Acará.

“Hoje, manter a floresta em pé é não fazer monoculturas, mas você incluir pessoas que possuem o saber tradicional do manejo, é o caso dos indígenas. Produzir o mel dentro da aldeia Tembé, por exemplo, é uma coisa incrível e também é uma cultura deles. Se olharmos para dentro, já temos meio que tudo feito, são poucas estruturas que faltam e utilizamos as empresas e pessoas que se aproximam do nosso trabalho para isso”, explica Rosas.

Também com o propósito de alcançar bons exemplos, está o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PA), premiado na categoria médias e grandes empresas. As práticas reconhecidas conversam com todos os eixos analisados e reconhecem a atuação técnica da entidade em diferentes negócios, preparados com o apoio para um desenvolvimento sustentável.

O superintendente da entidade na estado, Rubens Magno, ressalta que esses incentivos começaram há três anos, quando esteve na COP 27, realizada no ano de 2022, em Sharm El-Sheikh, Egito. Na oportunidade, o porta-voz explica que teve a ideia de iniciar a preparação das empresas na Amazônia, dentro do tema de sustentabilidade. Desde então, os esforços se somam a preparação da capital para receber a COP 30 em novembro.

A prática premiada na noite desta quarta-feira foi a “Sustenta e Inova”, que capacita empreendedores locais nas práticas descritas. Segundo Rubens, a iniciativa recebeu financiamento superior a R$ 20 milhões da União Europeia, para atuar em três regiões da Amazônia paraense: Rio Xingu, o Rio Capim e a região do Marajó.

“Dessa forma, recebemos um grande projeto, a Europa no incentivo e esse é o grande resultado. Estamos em uma situação certa, que a Amazônia, ela, sim, tem pessoas que cuidam da Amazônia”, conclui.