Plataformas ajudam empresas a adquirir selo ESG 

Tecnologias facilitam a avaliação das práticas de governança social, ambiental e corporativa dentro das organizações

Emilly Melo
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O termo ESG ganha cada vez mais espaço nas grandes corporações com o avanço das discussões sobre práticas sustentáveis. A sigla inglesa, referente a governança social, ambiental e corporativa (Environmental, Social and Governance), utiliza parâmetros para avaliar a atuação de uma organização a favor dos objetivos sociais. Muitas empresas adotam essas práticas no dia a dia devido aos incentivos mercadológicos. Além disso, o avanço das tecnologias possibilita maior facilidade na aquisição dos certificados ambientais.

Estes selos podem ser um atrativo para clientes e investidores que se preocupam com o desenvolvimento sustentável do planeta. Com o aumento das regulações ambientais, corporações que não estão alinhadas às práticas de governança e socioambiental podem enfrentar dificuldades no mercado a longo prazo.

Grande parte das empresas certificadas apresentam bons desempenhos financeiros e um funcionamento mais eficiente, evitando desperdícios e promovendo oportunidade de crescimento aos colaboradores. A inserção desses padrões auxilia a reduzir os riscos financeiros e aumentar a sustentabilidade, de médio a longo prazo, independente do segmento, como afirma o engenheiro florestal e professor da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) Jonas Castro.

“A procura vem aumentando significativamente, isso em vários setores, desde o agropecuário, florestal, construção civil, empresas de consultoria e, mais recentemente, até mesmo eventos vem buscando a certificação. Acreditamos que já seja o efeito da COP 30”, destaca Castro, que enfatiza a influência do evento, que será realizado em 2025 na capital paraense.

Certificação

Não há uma instituição reguladora dos selos ambientais concedidos. Sendo assim, as certificações de ESG são conferidas por ESGtechs, startups e organizações independentes que desenvolveram métodos próprios para medir o desempenho das empresas em relação aos critérios ambientais, sociais e de governança para ajudar os clientes interessados em implantar projetos dentro dos parâmetros ESG. Existem agências especializadas em certificações específicas, enquanto outras oferecem selos que cobrem aspectos diversos do ESG.

Segundo a especialista em ESG e Comunicação Elen Néris, existem parâmetros que norteiam a certificação das empresas. Ela destaca a ABNT PR 2030 – ESG, que orienta principalmente sobre os passos para as empresas implantarem práticas sustentáveis e as normas ISO 26000, ISO 14001 e ISO 9001, que são voltadas para responsabilidade social, meio ambiente e qualidade, respectivamente.

“Podemos afirmar que não existe uma solução pronta, cada empresa terá que fazer seu próprio diagnóstico. Mesmo depois de implantada a estratégia ESG, é preciso monitorar e mensurar as ações, para se ter certeza de que elas estão trazendo resultados. Os empresários podem contar com boas consultorias, já consolidadas no mercado, algumas delas com plataformas disponíveis que vão auxiliar no diagnóstico, implantação e no monitoramento”, declara Néris.

Plataformas

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) projetou uma ferramenta para auxiliar na organização, desenvolvimento de instrumentos e financiamento de ações voltadas para a implantação e manutenção da gestão de resíduos sólidos: o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir).

Instituído pela Lei no. 12.305, de 2 de agosto de 2010 e regulamentada pelo Decreto no. 7.404, de 23 de dezembro de 2010, o Sinir possibilita manter a infraestrutura necessária para receber, analisar, classificar, sistematizar, consolidar e divulgar dados e informações qualitativas e quantitativas sobre a gestão de resíduos sólidos.

A plataforma do MMA reúne mapas 3D, informações interativas e painéis que detalham a gestão dos resíduos sólidos em todo o país. Por meio da ferramenta, estados e municípios conseguem prestar informações sobre os resíduos sólidos sob sua esfera de competência.

Ao Sinir será somado o Inventário de Resíduos que se somará ao Sistema Declaratório Anual de Resíduos Sólidos, que será preenchido e atualizado pelas indústrias, sinalizando a origem, transporte e destinação final dos resíduos.

O Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos é outro instrumento da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) no qual as pessoas jurídicas que operam com resíduos perigosos, em qualquer fase do seu gerenciamento, serão obrigadas a se cadastrar. A coordenação do cadastro é de responsabilidade do IBAMA, que o integrará com o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais e na sequência ao Sinir.

Iniciativa amazônica

O professor Jonas Castro é idealizador de um sistema de certificação ambiental, resultado de um projeto de extensão universitária, que elabora indicadores que buscam compreender a realidade local e as cadeias produtivas da região amazônica. A iniciativa é sediada no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal do Pará (UFPA).

“O instituto, sem fins lucrativos, tem a missão de disseminar práticas de bom manejo na região amazônica e está atuando na vanguarda da certificação ambiental em nosso Estado, sendo a primeira certificação genuinamente Amazônica, pensada por pesquisadores atuantes na Amazônia e com a academia como alicerce”, ressalta engenheiro florestal.

O pesquisador explica que o processo de certificação envolve uma vistoria prévia no empreendimento, na qual, em conjunto com o demandante, é feito um plano de auditoria para aplicar os indicadores que farão uma análise da maturidade da empresa para receber a certificação.

“Nossa certificação é única em trabalhar etapas, que avaliam separadamente questões ambientais, relacionamento com comunidades adjacentes, questões trabalhistas, transparência, governança , econômicas, legalização fundiária e/ou de propriedade e técnicas do próprio empreendimento”, conclui Castro.

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