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Alta dos produtos do Círio acompanha o aumento já visto no dia a dia

Dieese informa que todos os alimentos mais consumidos na festividade, da maniva ao pato, já são encontrados em feiras e supermercados com aumentos acima da inflação atual

Abilio Dantas
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A quase duas semanas para o Círio, o cheiro de maniçoba já começa a tomar conta de Belém. Apesar da pandemia, a tradição de reunir a família em torno dos pratos típicos do período deverá ser mantida. A preocupação com os preços dos alimentos, no entanto, faz com que o almoço mais esperado do ano pelos paraenses exija mais pesquisa e cautela das famílias. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos no Pará (Dieese/PA) informa que todos os alimentos mais consumidos na festividade, da maniva ao pato, já são encontrados em feiras e supermercados com aumentos acima da inflação atual, que está entorno de 3%. Junto aos preços do arroz e do óleo, a quadra nazarena promete ser mais cara que o normal.

Em relação ao Círio 2019, o tucupi apresentou alta desde o mês de agosto. As garrafas pet de um ou dois litros, de acordo com o economista Roberto Sena, supervisor técnico do Dieese, podem ser encontradas por R$ 3,00 e R$ 6,00, respectivamente. O preço, no entanto, varia de forma significativa dependendo dos locais de venda e marcas. “No caso do tucupi comercializado em feiras livres, a feira do Ver-o-Peso, por exemplo, além de ser a que coloca a maior quantidade do produto à venda, é também a mais barata. O tucupi comercializado lá foi encontrado com preços que podem chegar a R$ 6 (garrafa pet de dois litros). A garrafa de um litro, disponibilizada em pequenas quantidades, também foi encontrada custando cerca de R$ 3,00”, reitera.

Em outras feiras, como as dos bairros Jurunas, Terra Firme, Pedreira, São Brás e Guamá, e nas feiras do Entroncamento, Estrada Nova e 25 (atual avenida Rômulo Maiorana), a garrafa de dois litros é vendida entre R$ 5 e R$ 10. Nos supermercados da Região Metropolitana de Belém, por outro lado, o litro do tucupi está sendo comercializado com preços que variam de R$ 5,60 a R$ 8.89. Já a garrafa de dois litros está custando entre R$ 11,90 e R$ 15,71.

Em contraste com a inflação atual, de cerca de 3%, a maniva foi encontrada pelo Dieese sendo vendida com alta de até 10% nas feiras. “Ainda não temos o preço médio do produto, já que é preciso esperar chegar mais perto para ter um diagnóstico mais próximo do que o consumidor encontrará a uma semana do almoço. Mas já é possível dizer que tivemos alta de até 10% da maniva, o que significa que o prato da maniçoba, com a adição dos outros ingredientes, sairá, em média, a porção individual, a 15%. Todas as partes do porco, que são colocados na panela, tiveram alta de cerca de 6%, 50% a mais que a inflação. A dica, para economizar mais, é juntar a família e fazer a maniçoba para o maior número possível de pessoas, pra sair mais barato”, aconselha Roberto Sena.

A quantidade de patos nas feiras de Belém ainda é pequena, diz o economista. Segundo ele, os preços estarão mais equilibrados de acordo com a proximidade do segundo domingo de outubro, já que a oferta será maior e os preços cairão. “O pato vivo continua em falta na maioria das feiras livres da Grande Belém. Apenas no Ver-o-Peso e na 25 foi encontrado, pesando entre 2,50 quilos e 3,00 quilos, com os preços oscilando entre R$ 60,00 a R$ 100,00, a unidade”, afirma o economista. Já o pato congelado, pode ser encontrado na maioria das redes de supermercados, a maioria importados de Santa Catarina, com os preços girando em torno de R$ 18,00 o quilo.

“Em relação ao mesmo período do ano passado, a alta no preço do pato, principalmente o congelado, chega a mais de 10 %. Enquanto isso, o preço do quilo do frango resfriado comercializado nos supermercados está custando em torno de R$ 7,50, ou seja, bem mais barato que o quilo do pato vivo ou congelado”, completa o pesquisador do Dieese.

Criatividade em casa

Na hora de preparar a maniçoba, não é necessário colocar carnes de porco já salgada, do tipo que é vendida nos supermercados, pois é mais em conta preparar em casa o tempero e todo o processo de preparo prévio. É o que ensina Maria da Conceição Carneiro, psicóloga aposentada. Ela afirma que é necessário criatividade para driblar o encarecimento dos alimentos e seguir a tradição do almoço do Círio.

“Nós não vamos deixar de fazer. Vamos fazer a maniçoba, o pato no tucupi. Mas ficamos atentos para buscar o melhor preço. O que acontece é que não são só os produtos do Círio que ficaram mais caros, tudo aumentou! Fico pensando nas pessoas que mais precisam, que procuram os alimentos mais em conta, que possam levar, e não encontram. Fico assustada”, enfatiza.

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