A 13 dias da Páscoa, procura por ovos de chocolate é baixa em Belém

Reajuste de até 20% nos preços e pouca variedade de produtos podem ser motivos, diz Dieese Pará

Gabriel da Mota

A 13 dias da Páscoa, a procura pelos tradicionais ovos de chocolate ainda é tímida nos supermercados de Belém. Dados divulgados no final de fevereiro pelo Dieese revelam que, este ano, o reajuste nesse e em outros produtos da época (tabletes e bombons) chega a mais de 20%. Na manhã desta segunda-feira (18), consumidores que faziam uma pesquisa de preços disseram que preferem esperar pelas possíveis promoções de véspera da Páscoa, para economizar.

Uma dessas consumidoras era Selma da Silva (73 anos). A aposentada é avó de seis netos, e pretende comprar alguma lembrança de Páscoa para cada um deles. Por isso, ela estava fazendo uma pesquisa de preços dos ovos de chocolate em um supermercado no bairro do Marco, na capital paraense. “No momento, está um pouco salgado, né? Pra quem tem seis netos, se for dar um [ovo] pra cada um [neto] vai sair pesado”, explicou. 

image O servidor público Sidney Ventura (42 anos) e a aposentada Selma da Silva (73 anos), mãe e filho, durante pesquisa de preços dos ovos de Páscoa nesta segunda-feira (18) (Foto: Ivan Duarte | O Liberal)

A estratégia de verificar o valor dos itens com antecedência é uma busca por economia. “De repente pode ter uma promoção, né?”, acrescenta dona Selma, que pretende gastar, no máximo, R$ 25 com cada ovo de chocolate – totalizando R$ 150 para presentear todos os netos. “Olho aqui, vou ver em outro canto… onde estiver mais em conta. Senão, vai ser a caixa mesmo”, afirmou. 

O filho de Selma, Sidney Ventura (42 anos), acompanhava a mãe que veio do distrito de Mosqueiro para fazer exames médicos na capital paraense. “Os preços estão bem elevados e a tendência é só aumentar. Pra quem ganha um salário mínimo, é meio complicado”, avalia o servidor público. Sidney conta que a aposentada não abre mão de presentear todos os netos, inclusive os que já são maiores de idade. “A gente se junta financeiramente pra ver se a gente leva [para todos]. Não tem criança; o menor tem 13 anos e o maior, 18”, revela.

image Geraldo Ribeiro (69 anos), aposentado (Foto: Ivan Duarte | O Liberal)

No mesmo supermercado, Geraldo Ribeiro (69 anos) fazia as compras da despesa tradicional de casa. Ao passar pelo corredor com os ovos de chocolate, ele disse que a esposa, responsável por comprar os produtos para a família, deve adquiri-los na véspera do feriado de Páscoa. “A gente procura sempre um preço mais acessível, né? Porque geralmente nessa época, o preço vai lá pra cima. Então a gente procura sempre um preço mais barato. Lógico, com uma qualidade também que não seja muito inferior”, acrescenta. 

Reajuste e reduflação

Segundo pesquisas realizadas pelo Dieese Pará no final de fevereiro, os supermercados e lojas de departamento da grande Belém estavam comercializando produtos em chocolate para a Páscoa (ovos, caixas de bombom e tabletes) com reajustes que chegavam a mais de 20%; o dobro da inflação calculada para os últimos 12 meses (em torno de 4%). Segundo o setor produtivo, as fortes variações climáticas encareceram a matéria prima, e os custos das embalagens se elevaram, contribuindo para a alta de preços.

Além do reajuste, o comércio de produtos para a Páscoa neste ano também está sendo marcado por uma redução na variedade dos produtos, em relação a anos anteriores, e pela reduflação: que é a diminuição do peso de um item, porém, mantendo-se o valor anterior. “Mudou muito a quantidade que nós tínhamos em anos anteriores para o que está sendo comercializado hoje”, explica Everson Costa, supervisor técnico do Dieese Pará.

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