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Trancistas paraenses falam dos aspectos históricos e culturais da arte para os cabelos

Historicamente, como tranças serviam para informar sobre religião, posição social, transmitir sentimentos e enviar mensagens. Algumas pessoas indicam as rotas de fuga por meio das tranças

Bruna Lima

A arte de trançar cabelos é um ato de resistência, sobrevivência e que carrega história e cultura dos povos africanos. As trancistas usam de diferentes técnicas e didáticas para fazer um manual de arte que promove embelezamento e conhecimento de um povo. A Reportagem Integrada de O Liberal conversou com trancistas paraenses para saber mais sobre essa atividade.

A trancista Maria Teixeira conta que sempre teve a prática de trançar familiares e pessoas próximas, mas nunca imaginou que um dia iria usar a função como meio de sustento da família.

"É algo que carregamos com a gente desde criança, sabe aquela coisa de trançar o cabelo da irmã ou de qualquer outra pessoa da forma mais natural? Porque é dessa forma amiga que surgiu na minha vida", explica Maria.

Ela diz que o trabalho artesanal é recompensador e carrega uma gama de informação e conhecimento. "Além de nossa técnica ancestral também trabalhar.

Historicamente, como tranças serviam para informar sobre religião, posição social, transmitir sentimentos e enviar mensagens. Algumas pessoas indicam as rotas de fuga por meio das tranças.

A trancista Flávia Soares também tem em sua história essa força ancestral. Flávia diz que além de ser uma prática de embelezamento é uma prática de manter viva a cultura de um povo. 

"Nós como trancistas temos algumas funções, além de algumas funções de proporcionar beleza ao cliente, também temos uma função de passar a informação e o conhecimento que a transferência carrega. Pois muita gente vem apenas com uma finalidade de estética e sai daqui com maior consciência sobre o nosso povo", explica Flávia.

Entre as tranças e técnicas realizadas por Flávia, ela se destaca a Box Braids, Ghana Braids, Trança Nagô, Entrelace, Goodess Braids e Chanel, que são comumente escolhidos pelo público.

Jenni Velozo, que além de trancista é psicóloga e cantora, conta que com a escravização as tranças também processo de ressignificação. Por exemplo, as tranças nagôs também servem como mapas para os quilombos e para guardar sementes e outros grãos.

"As tranças são símbolos de resistência. Existem várias formas e tamanhos. Além disso, existem diversas técnicas para fazer-las", explica.

Em 2016, a artista passou a aprender o trançado como forma de ter mais contato com a cultura afro. "Trancei o cabelo de uma amiga apenas de forma intuitiva. E a partir daí busquei conhecimentos em contato com outras formas de aprendizado como técnicas. Nesse mesmo ano, as tranças se tornaram mais uma fonte de renda para minha permanência na universidade", detalha.

Há quatro anos, Jenni e o companheiro criam o Espaço Ori, que oferece procedimentos de estética Afro. Orí é um trabalho que vai além da imagem, que busca dar continuidade à cultura e ajuda a combater o racismo. "Além disso, entendemos o trançado e outros procedimentos como importantes para o processo de autoestima da população negra", pontua a artista.

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Cultura
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