Rapper Nic Dias trata sobre suas vivências e espiritualidade em seu lançamento; ouça 'Filha de Oxum'

“Filha de Oxum” conta como a artista superou uma infância difícil ao lado da mãe e como o seu lado espiritual lhe fortaleceu em momentos conturbados

Gustavo Vilhena*
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Artista Amazônida e cria do distrito de Icoaraci, periferia de Belém, lançou no último domingo (17) uma nova música que aborda temas como violência doméstica e espiritualidade. Intitulada “Filha de Oxum”, o recente lançamento da rapper Nic Dias registra que a sua espiritualidade é um dos pilares da sustentação de sua vida. A nova faixa tem ligação direta com o bairro em que cresceu, os rios de água doce da Amazônia e sua mãe Oxum.

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“Filha de Oxum” narra a jornada de autodescoberta da artista de uma maneira crua e honesta, que desde a infância precisou lidar com diversos problemas. Traição, sucesso, pouco tempo para processar suas emoções, sucesso e espiritualidade estão presentes na música que conta como a artista se tornou quem é hoje.

No fim da faixa a autora deixa a impressão de ter esperança de se recuperar e se auto descobrir de uma maneira mais profunda. Esperança presente na chuva, nos olhos quase sempre marejados, nos igarapés e rios que banhavam o lugar onde cresceu e, naqueles mesmos olhos, que demonstraram a alegria e a fragilidade de sua mãe Roze. Pois, para Nic, sua mãe era como se fosse de ferro, mas, com o passar do tempo, percebeu que ela estava mais para água. Profunda, forte, imparável, a mesma que a banhou nas águas doces e negras. A mãe Roze e a mãe Oxum que curaram a artista.

“Andei pelo mundo, muitas vezes acompanhada e, outras, sozinha. Quanto mais afundo eu mergulhava, mais mil grau era, e mais forte eu voltava. Tive medo de me perder pelo caminho, e não saber voltar para casa, mas eu sempre soube. Ela me trouxe de volta para casa. Com incontáveis cacos; mofo, lodo, feridas abertas, sangrando, e a minha mãe ali, costurando tudo com fios de ferro, para não desatar.”, contou Nic

(*Gustavo Vilhena, estagiário de Jornalismo, sob supervisão de Abílio Dantas, coordenador do núcleo de Cultura)

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