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Paulinho da Viola completa 80 anos com a elegância do príncipe do samba

Cantor e compositor é um dos maiores do samba brasileiro e herdeiro musical de Cartola

Redação
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A elegância e o refinamento que fizeram Paulinho da Viola ficar conhecido como o "príncipe do samba" são as marcas mais características desse artista que chega aos 80 anos influenciando a música brasileira. Paulinho da Viola começou a carreira no samba com o aval de ninguém menos do que Cartola, outro mestre referencial do samba e da música popular brasileira. Ao completar oito décadas de vida, neste sábado, Paulinho da Viola contabiliza 234 composições que marcaram gerações de brasileiros como “Pecado Capital”, “Foi um rio que passou em minha vida”, “Timoneiro”, e “Sinal Fechado”.

Paulinho da Viola continua servindo de inspiração para novos compositores como o paraense Arthur Espíndola que teve nas músicas do mestre Paulinho algumas trilhas sonoras de sua vida. “Existem vários tipos de samba dentro do mercado da cultura e da arte. Existe o samba canção, o samba de roda, o samba de partido alto... A diversidade é gigante, e o Paulinho da Viola representa um tipo de samba muito particular e peculiar. É um samba elegante, aquela finesse. Toda vez que vou compor um samba nesse caminho é inevitável que seja inspirado no que ele fez. Toda vez que vamos fazer algo mais clássico, tento passar pelo Paulinho da viola, na poesia, melodia e nos arranjos”, conta.

CARTOLA - Natural do Rio de Janeiro, Paulinho cresceu no bairro de Botafogo. Filho do músico Cesar Faria, o jovem Paulo César Batista de Faria foi amadurecendo em ambiente musical. O pai era um violonista integrante do conjunto Época de Ouro. Foram nos ensaios familiares do conjunto, que Paulo César conheceu Jacob do Bandolim e Pixinguinha, entre muitos outros músicos que se reuniam para fazer choro e eventualmente cantar valsas e sambas de diferentes épocas.

Ao longo dos anos, outras referências de compositores foram surgindo para Paulinho da Viola como Zé Ketti, Elton Medeiros, Anescar do Salgueiro, Carlos Cachaça, Nelson Cavaquinho e Cartola. Ao conhecer o jovem poeta Hermínio Bello de Carvalho, em 1963, que lhe apresentou obras de vários sambistas, o jovem Paulo retribuiu mostrando algumas composições próprias. Deste contato os dois viriam a se tornar parceiros de composição. As primeiras músicas foram “Duvide-o-dó” e “Valsa da Solidão”.

Foi através do parceiro Hermínio que Paulinho foi até o bar e restaurante Zicartola, de propriedade de Cartola e de sua esposa Dona Zica. Paulinho começou a se apresentar tocando composições suas e de outros autores. Local em que também conheceu muitos compositores e parceiros. Foi o próprio Cartola que lhe pagou o primeiro cachê da vida. Segundo conta, Paulinho da Viola, certa vez após se apresentar, Cartola chegou devagar e falou. “Paulo, você está vindo aqui, usando seu tempo para tocar e não está ganhando nada. Tome aqui um dinheiro pra ‘passagem’”, lembra sempre Paulinho da Viola em entrevistas.

Paulinho da Viola até hoje é um dos maiores nomes do samba brasileiro. Vencedor de dois Grammy Latino na categoria álbum de samba/pagode com Acústico MTV (2008) e mais recentemente com “Sempre Se Pode Sonhar” (2021), na mesma categoria.

Para quem quer conhecer a obra de Paulinho da Viola, o sambista paraense Arthur Espíndola aconselha a ouvir tanto as músicas mais famosas, quanto as menos conhecidas. “É muito comum que as pessoas vão conhecer o ‘lado A’, que todo mundo escuta, como ‘Pecado Capital’, ‘Foi um rio que passou em minha vida’, mas além disso tudo Paulinho da Viola tem um lado B fenomenal, como a música 'Ainda mais'. E acho que têm que escutar com atenção, não é um samba para você ouvir por ouvir, é um samba para você se deliciar”, afirma.

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