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Paraense conta a trajetória de superação até o topo do podium do Miss Beleza Trans Brasil

A candidata Isabella Santorinne fez rifas para conseguir custear os gastos do concurso. Ela representará o Brasil na final mundial na Tailândia, em 2023.

Enize Vidigal, de O Liberal

O Pará venceu pela primeira vez o Miss Beleza Trans Brasil. Isabella Santorinne, de 30 anos, natural de São Miguel do Guamá, no Nordeste do estado, conquistou a coroa entre 27 candidatas no concurso realizado no último sábado, 29, Dia Nacional da Visibilidade Trans, em São Paulo. A paraense vai representar o Brasil no Miss International Queen, previsto para fevereiro de 2023.

Isabella reside em Belém, onde estuda o 1º ano do curso de Jornalismo na Faculdade Estácio- FAP e também é ativista de Direitos Humanos. “Pela primeira vez o Pará ganhou esse concurso. Nos dois últimos anos, ficamos em 3º lugar (em 2019 e 2020)”, comemora.

Esse foi o primeiro concurso de beleza do qual Isabella participou. A trajetória até o topo do podium do Miss Beleza Trans Brasil não foi fácil. Isabella iniciou a transição para a aparência feminina aos 15 anos. “Antes da minha transição, quando eu ainda tinha uma imagem masculina, eu olhava os concursos de beleza trans, queria participar, mas não me sentia linda para estar num palco ou numa passarela de beleza”, recorda.

image A vencedora e os apoiadores que levaram a bandeira do estado para o palco do Miss Beleza Trans Brasil 2022. (Divulgação)

Ao iniciar a transição, Isabella enfrentou resistência: “Foi um processo bem difícil. Não tive o apoio da minha mãe no começo. Eu sofri muito. Ela não entendia a minha transexualidade. Mas, hoje em dia, o convívio com a minha mãe é muito bom. Ela já entende a minha transexualidade e ela me ama do jeito que eu sou”, comemora.

Mesmo após a transição, Isabella continuou enfrentando a insegurança. “Eu via os concursos de beleza e não tinha coragem de me inscrever”. Ela decidiu se inscrever pela primeira vez em 2021 e ficou muito feliz por ter sido selecionada entre 200 candidatas inscritas. “Enviei fotos de rosto, de biquíni e de vestido. Um dia me ligaram perguntando se eu era do Pará mesmo e se eu queria representar o estado no concurso nacional. Eu aceitei na hora”.

A seleção não foi suficiente. Isabella precisava de recursos para ter um vestido de luxo para se apresentar, além de serviços de cabelo e maquiagem. Romário Gonçalves assumiu essa tarefa, além de assinar a autoria do vestido e a produção da miss. Isabella conseguiu arrecadar recursos realizando rifas e pedindo doações e patrocínios por meio de lives realizadas nas redes sociais. “Consegui chegar a São Paulo através de rifas e doações”, confirma.

A vitória de Isabella Santorinne foi alcançada com esforço, superação e solidariedade. Ela usou as redes sociais para agradecer todo o apoio que recebeu e também para incentivar outras pessoas a correrem atrás dos sonhos.

Na noite da premiação, ela recebeu a coroa de Eloá Rodrigues, do Rio de Janeiro, que foi a vencedora da etapa nacional em 2020, edição anterior do evento, pois em 2021 o concurso não aconteceu devido à pandemia. “No evento (Miss Beleza Trans Brasil) teve shows de outras pessoas trans e apresentadoras trans. Foi muito lindo, foi tudo perfeito para enaltecer a beleza de pessoas trans do Brasil”, recorda.

O concurso internacional também teve edições não realizadas devido à pandemia, e, por isso, Eloá Rodrigues representará o Brasil no Miss International Queen em junho deste ano, enquanto Isabella vai disputar em 2023.

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