'Palhaços surdos' apresentam espetáculo visual no Teatro Margarida Schivasappa

'Mãos Livres' é a primeira Cia de atores surdos da Amazônia; 'Eu fiquei refletindo e pensei que aqui em Belém não existia isso, nem nada relacionado ao teatro para o surdo', disse Cleber

Emanuele Corrêa

Nesta semana, três datas comemorativas chamam atenção da sociedade para a visibilidade da pessoa com deficiência auditiva, por isso, é comemorado hoje, 26, o "Dia Nacional dos Surdos", foi comemorado na sexta-feira, 23, o "Dia Internacional da Linguagem de Sinais" dando inicio a "Semana Internacional dos Surdos", que culmina com o dia 30, o "Dia internacional dos surdo e Tradutores Intérpretes de Libras". Alusivo as datas, a Companhia de Teatro Mãos Livres, formada por Cleber Couto e Sinésio Filho, ambos surdos e professores de Libras, apresenta amanhã, 27, no Teatro Margarida Schivasappa o espetáculo "Palhaços Surdos", às 10h.

"Mãos Livres" é a primeira Cia de atores surdos da Amazônia e surgiu em 2005, no contexto do primeiro festival artístico de surdos de Belém. Cleber explicou que neste espetáculo não há tradução em Libras, o espetáculo é todo feito por mímica, pois ele acredita no teatro inclusivo para a pessoa surda e ouvinte. "O teatro como um todo é visual. Como se fosse mímica, Porque é possível TER inclusão 100%, tanto para os surdos, quanto para os ouvintes. Dá pra compreender, fica claro, pois tudo é visual", disse, Cleber Couto.

Questionado sobre como surgiu a ideia de montar o espetáculo, Cleber relembrou que um artista surdo da palhaçaria de Brasília veio a Belém e ao assistir a apresentação se emocionou e queria que outras pessoas com deficiência auditiva pudessem ter acesso a arte. "Eu fiquei refletindo e pensei que aqui em Belém não existia isso, nem nada relacionado ao teatro para o surdo. O grupo dele também trabalhava com essa questão visual e eu senti muita emoção, eu ria bastante, porque eu compreendia, pois era tudo visual e eu amei. Aí nós criamos o grupo 'Palhaço Surdos'. Começou com quatro pessoas, sendo dois ouvintes, mas hoje somos só nós dois", pontuou.

Sobre a importância do dia do surdo, o artista afirmou que ela começou devido a uma lei estabelecida no Brasil, a Lei nº 10.436/2.002 que reconheceu a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como instrumento legal de expressão da comunidade surda. Ele também relembrou outros fatos importantes alusivos à data. "A primeira escola de estudos foi fundada em 26 de setembro de 1857, no Rio de Janeiro [Fundada por S. Pedro II], hoje é o INES [Instituto Nacional de Educação de Surdos]. Divulgada a questão da utilização das línguas de sinais e isso foi motivo de muita alegria pros surdos, porque já existia uma língua que o surdo podia se comunicar. Então, por essa questão é comemorado o dia do surdo", rememorou.

Cleber deixa o convite para as pessoas prestigiarem o trabalho dos palhaços surdos no palco. "Nós dos palhaços surdos estamos muito ansiosos esperando todos vocês, crianças surdas, ouvintes ou qualquer pessoa que tenha interesse em participar. São bem-vindos a participar do Teatro Surdo, porque alegria pra nós é poder sorrir junto com vocês, porque sorrir é um remédio', finalizou.

 

Serviço:

Evento: Palhaços Surdos

Data: 27/09 terça-feira

Horário: 10h

Local: Teatro Margarida Schivasappa (centur)

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