No Dia Internacional da Dança, profissionais falam de readaptação e esperança

Confira também as programações alusivas à data.

Redação Integrada
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O Dia Internacional da Dança é celebrado nesta quinta-feira, 29. Essa forma de expressão multifacetada de arte e cultura, atividade física, entretenimento e interação social foi uma das atividades afetadas pela pandemia pela Covid-19. O isolamento social esvaziou academias e estúdios, mas encheu a internet de oportunidades para professores e alunos.

O Dia Internacional da Dança foi instituído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), em 1982, em homenagem ao bailarino francês Jean-Georges Noverre. Ele foi responsável pelo registro de ensinamentos sobre a arte no compilado “Lettres sur La Danse” (“As Cartas Sobre a Dança”).

O professor de dança de salão Felipe Lima e a professora de dança do ventre Kyanni Suzuki tiveram que se reinventar. Eles viveram situações semelhantes, davam aulas para turmas de alunos em academia e estúdio, que tiveram as aulas suspensas. Eles encontraram o novo modo de sobreviver da profissão na internet.

image Kyanni Suzuki (Divulgação)

“A pandemia impactou significativamente os profissionais da dança, principalmente da dança de salão, que é uma atividade que exige o contato físico. Comecei fazendo lives no Instagram e passei a oferecer aulas on-line. Alguns foram relutantes a esse formato, principalmente os alunos de idade mais avançada, mas o resultado foi positivo”, conta Felipe. Ele voltou a dar aulas presenciais como Personal Dancer (professor particular), “mas somente para pessoas que coabitam. Tomo todos os cuidados para a prevenção. Estamos na luta e voltando aos poucos”.

“No início fiquei apreensiva, sem saber o que fazer, mas comecei a divulgar minhas aulas para o on-line e deu super certo. Tenho alunas particulares on-line, montei cursos e passei a divulgar meu trabalho no Instagram. A dança do ventre sempre ajudou milhares de mulheres a sair de uma depressão, a recuperar sua autoestima, feminilidade e autocuidado. Que bom que hoje temos a internet ao nosso favor”, destaca Kyanni.

Já as professoras, coreógrafas e empresárias Ana Unger e Lucinha Azeredo também sentiram o peso da crise sanitária e implantaram aulas on-line, sem deixar de produzir espetáculos para exibição no Youtube e, para isso, conseguiram incentivos da Lei Aldir Blanc. Ainda, Ana estimulou as alunas a criarem coreografias para um concurso de vídeo-dança, que será publicado no Instagram. Enquanto Lucinha aposta também na organização do Festival Festival Sonho em Solo para bailarinas adultas que estavam afastadas da dança.

“Durante a pandemia percebemos ainda mais a importância da dança como instrumento de transformação social e como atividade essencial para trazer benefícios físicos, psíquicos e sociais”, ressalta Ana Unger. Ela critica a demora dos gestores públicos em reconhecer a importância e especificidades dessa arte. “Esperamos receber a energia e ouvir de novo o aplausos de uma plateia presencial assim que tudo isso passar”, deseja.

“É muito difícil manter a rotina da dança em momento de lockdown, pois exige uma estrutura adequada, mas tem amor pelo que faz não desiste. Dá para estudar história da dança e praticar ioga e alongamento para não perder a vontade de dançar e sempre com esperança que tudo vai melhorar”, afirma Lucinha.

Confira as programações virtuais alusivos ao Dia Internacional da dança.

image Dançarinas do projeto de dança inclusiva de Belém.

- Nesta quinta-feira, 29, inicia o 14º Vivadança Festival Internacional, que seguirá até o próximo dia 9 de maio em formato on-line e gratuito trazendo espetáculos de vários países. A programação destaca produções da dança contemporânea do continente africano, mostras virtuais de produção local e internacional, batalhas de breaks e MCs, concurso de popping, ações formativas com oficinas e encontros para networking, além de lançar o podcast “Bahia Mundo” com profissionais da dança que residem em outros países. A programação é aberta para o Brasil, exceto o espetáculo de abertura “Dancing at dusk - um momento com A Sagração da Primavera de Pina Bausch”, que custa R$ 10. A programação completa está no site www.festivalvivadanca.com.br.

- De Belém, estreia do espetáculo de dança inclusiva do projeto “Asas e Raízes: Dança para tod@s”. Nele, a dançarina adulta Lorena Lucas se apresenta ao lado das crianças portadoras de paralisia cerebral Rafaela, Maria Alice e Maria Clara. A coreografia é assinada por Aide López. O espetáculo pode ser assistido pelo canal oficial da “Dança, Movimento e Cuidados Belém” no Youtube, a partir das 20 horas. O projeto é contemplado pela Lei Aldir .

- Em homenagem ao “mês da dança”, está em curso a 8ª edição do “Dança à Deriva”, encontro latino-americano de dança, performance e ativismo para intercâmbios de poéticas e estéticas, oficinas, palestras, exibição de espetáculos e documentários. A programação traz espetáculos e documentários liberados diariamente pelo site www.dancaaderiva.com, além de bate-papos às 19h e às 21h30 com os artistas e coletivos. A programação completa está disponível no mesmo site.

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