Toda a latinidade de Bruno Benitez em 'Tropicodélico'

Misturando latinidade com psicodelia, o multiinstrumentista paraense Bruno Benitez lança seu terceiro álbum solo nesta sexta, 19 de março. Tropicodélico chega nas principais plataformas digitais com o selo da Lei Aldir Blanc Pará.

Em contraponto ao momento delicado que estamos vivendo por conta da pandemia do novo Coronavírus, Tropicodélico chega com músicas dançantes e as referências latinas que são marca do trabalho musical de Bruno.

Link para o pré-save do álbum

A produção do trabalho foi uma forma que o artista encontrou de enfrentar este momento difícil. “Gravar na pandemia se tornou uma terapia pra tirar um pouco o pensamento desse momento difícil. Estar longe do público está sendo complicado, buscamos outras formas de conexão, principalmente as lives, e aí veio a possibilidade do disco, que é importante pra seguir me conectando com meu público”, avalia Bruno.

Tropicodélico foi um dos projetos aprovados e viabilizados com recursos da Lei Federal Aldir Blanc, por edital organizado pela Secretaria de Cultura do Estado do Pará (Secult-PA), que está sendo um respiro para o setor cultural, um dos mais afetados pela pandemia.

O álbum é um trabalho autoral que traz 10 faixas, sendo nove de autoria do artista, algumas em parcerias com Cássio Lobato, Félix Robatto, Lucyan Costa e Ronaldo Silva e uma canção do renomado compositor uruguaio Pájaro Canzani, de quem Bruno se aproximou pela internet durante a pandemia.

“O isolamento foi desafiador. Procurei me manter compondo, ouvindo música e conhecendo novos trabalhos. Me manter criativo foi importante pra sanidade mental. A internet também me aproximou de artistas que admiro, caso do Pájaro, e me deu a honra de gravar uma música dele”, explica.

Artista presente e atuante na noite paraense pré-pandemia, Benitez é o idealizador e realizador do Baile Latino, festa dedicada aos gêneros musicais latinos, e o Festival Latinidade, que teve duas edições: em 2017 e 2018.

No novo álbum, a sonoridade latina foi apimentada por timbres psicodélicos tendo como referência artistas como Los Detellos e Carlos Santana. Cumbia, Salsa, Merengue dividem espaço com gêneros musicais paraenses como a Lambada, Rumba e o Marabaixo, uma mistura da latinidade com a sonoridade amazônica que o artista faz não só em seus trabalhos lançados como em seus shows.

“Quando pensei nesse disco, percebi que precisava produzir com alguém que também tivesse referências deste universo sonoro latino e pudesse juntar essas referências com o sotaque musical amazônico. Dessa forma, lembrei logo do Félix, de quem sou fã desde o La Pupuña, um cara que além de ser um produtor com mente aberta é também um grande amigo”, revela Bruno.

"Sou amigo e fã do trabalho do Bruno, temos muitas afinidades musicais e foi um prazer participar desse projeto. Tropicodélico mostra um artista em constante produção, buscando cada vez mais a sua raiz musical, sempre compondo, agregando novas e clássicas sonoridades, e, ao mesmo tempo, fazendo um som dançante, que vai levar um pouco de alegria neste momento tão difícil", avalia Félix.

Além de dividir a produção com Bruno, Félix é uma das participações do disco, que traz representantes de diferentes gerações de artistas paraenses. A diva Nazaré Pereira participa da faixa “Rebocador”, um batuque amazônico de autoria de Benitez e Ronaldo Silva; a banda Na Cuíra faz participação no Merengue “Dançadeira”, composição que também é fruto da parceria de Bruno com Ronaldo; já Robatto participa cantando e tocando guitarra na Cumbia psicodélica “Rasteira”, composta em parceria por Bruno, Félix e Lucyan Costa.

A psicodelia do trabalho se faz presente não só na sonoridade, mas também na identidade visual do álbum. A capa é um trabalho do artista visual paraense Laercio Cubas, que se inspirou em antigas capas de artistas como Los Destellos, uma grande referência deste álbum.

Paramaribo

No início de março, Bruno apresentou o single de lançamento do álbum: Paramaribo, faixa que ganhou videoclipe e foi lançada no projeto Sons do Pará, da TV Liberal. O clipe foi gravado em janeiro deste ano, respeitando todos as recomendações de segurança contra a Covid-19 no Espaço Cultural Apoena e contou com a participação dos dançarinos Deise Magalhães, Joelson, Jasmine e Jean Patrick, além de frequentadores do Baile Latino. A música é uma boa mostra da musicalidade do álbum.

O álbum Tropicodélico também tem disco físico que será disponibilizado para venda na lojinha do Apoena após o lockdown pelo valor de R$ 15. Em breve, Benitez divulga a data de uma live em que o artista irá tocar e comentar as faixas do novo trabalho.