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Noite de carimbó urbano com coletivo de mestres de Icoaraci

Quatro mestres da famosa Vila Sorriso vão tocar as músicas tradicionais do ritmo paraense

Lucas Costa
fonte

A noite de sábado reserva todo o chamego do carimbó em Belém. O coletivo Mestres Urbanos de Icoaraci é quem faz a festa no Espaço Cultural Apoena, a partir das 22h. O grupo é formado por quatro mestres da famosa Vila Sorriso, considerada um dos berços do carimbó paraense; mais seis músicos que formam uma espécie de banda base para as apresentações.

Os Mestres Thomaz Cruz e Ney Lima Pela Paz são dois dos nomes que integram o coletivo. Eles também são os responsáveis pelo grupo Os Africanos de Icoaraci, fundado em 1968 pelo falecido Mestre Zito Nunes, pai de Thomaz. Eles são reconhecidos por carregar seus instrumentos e equipamentos de som em bicicletas, levando o ritmo para as ruas.

O grupo também conta com os Mestres Lourival Igarapé e Jaci. O primeiro também é artesão, compositor e construtor de diversos instrumentos. Lourival é famoso pela qualidade de suas maracas, as quais acompanha o crescimento de perto, na cuieira de seu quintal, até que elas cheguem a espessura ideal para o timbre que ele busca. Ele já teve composições gravadas por Cobra Venenosa, Tamarutea, Ton Rodrigues e Nazaré Pereira.

Já Mestre Jaci também é pescador artesanal e tocador de carimbó desde a juventude, quando foi o primeiro vocalista do grupo Os Irmãos Coragem. Há 20 anos ele está à frente do grupo Os Caçulas da Vila, que fundou com a ajuda da família. O show deste sábado marca o retorno de Mestre Jaci aos palcos, já que ele estava afastado da carreira artística desde a morte de Dona Rosa, sua esposa.

O coletivo de mestres do carimbó urbano começou com uma iniciativa que partiu da pesquisa de monografia de Hugo Caetano, mestrando em História. Ele conta que já pesquisava sobre o carimbó urbano em Icoaraci, e resolveu trazer um pouco dessa cena para o centro da cidade.

A banda Cobra Venenosa, do qual Hugo foi um dos fundadores, passou a realizar uma série de shows junto do coletivo de mestres de Icoaraci, em 2017. O processo ainda resultou em um documentário, sobre a vida e trajetória dos carimbozeiros do distrito de Belém, atualmente disponível no canal da Subversiva Produção Cultural Independente, no YouTube.

O “carimbó urbano” pode ser considerado um conceito novo, mas trata-se de uma nomeação a uma atividade que existe a bastante tempo, como explica Hugo. Ele diz que trata-se de uma distinção entre a prática e significados do carimbó, no interior do estado e nas regiões urbanas.

“Quando a gente começou a trabalhar com mestres de Icoaraci percebemos diferenças e semelhanças. Primeiro pelo material utilizado nos instrumentos, no interior eles usam troncos de árvores e outras coisas da natureza; já aqui se usa canos de PVC e até pneus e capacetes de moto, porque a gente diz que a natureza da cidade é o lixo. Aqui a métrica também foge um pouco do carimbó tradicional, há um diálogo com outros ritmos e as letras dialogam com a cidade”, explica Hugo Caetano.

Em 2020, o coletivo segue idependente, defendendo um repertório com a riqueza cultural que carrega o território de Icoaraci. Junto com aos mestres, entraram no palco: Néa das Maracas, Tom Vascocelos, Silvio Barbosa, Melk Moraes, Hugo Caetano e Lucas Di Freitas.

Agende-se:

Show Mestres Urbanos de Icoaraci
Data: s
ábado (29), às 22h;
Local: Espaço Cultural Apoena (Av. Duque de Caxias, 450)
Evento para maiores de 18 anos

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