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Zuza Homem de Mello monta painel do gênero que é sucesso na MPB: o samba-canção

Álbum 'Copacabana' é baseado em livro lançado em 2017 sobre a trajetória da música brasileira

Agência Estado
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No livro Copacabana - A Trajetória do Samba-Canção (1929-1958), lançado em 2017, o jornalista e musicólogo Zuza Homem de Mello esquadrinhou a história do gênero que se disseminou no aconchego noturno das boates cariocas. No álbum 'Copacabana - Um Mergulho nos Amores Fracassados', baseado em seu texto, ele mistura várias gerações de cantores para mostrar que o gênero continua presente na canção brasileira.

A intenção de fazer o disco surgiu quando Zuza montou um show para marcar o lançamento do livro, que ocorreu no Sesc 24 de Maio. "Nos ensaios, eu e o produtor Thiago Marques Luiz vimos que a ideia era muito boa. Mas descartamos a ideia de gravar o show", conta.

O projeto de um álbum feito em estúdio foi levado para o selo do Sesc, que editou Copacabana em parceria com a Editora 34 e aprovado pela instituição. Zuza conta que fez questão de botar intérpretes novos no álbum. Ayrton Montarroyos e Anna Setton representam a geração contemporânea.

"Ambos são muito bons e terão uma carreira linda. Não bastava ser um bom cantor, tinha que ter uma vinculação com o samba-canção", conta Zuza, que também convidou para participar do disco Edy Star, Doris Monteiro, Luciana Alves, Toninho Ferragutti e Zé Luiz Mazziotti.

Com 14 faixas, o disco mostra um painel amplo do samba-canção. O repertório não é óbvio, mas canções que marcaram o estilo não ficaram de fora. É o caso da faixa-título, que coube a Luciana e Mazziotti. A música de Braguinha e Alberto Ribeiro, lançada por Dick Farney em 1946, renovou o gênero e estabeleceu novidades harmônicas e melódicas que culminariam na bossa nova.

Os dois intérpretes voltam a se reunir no medley que junta dois sambas-canção que Dorival Caymmi fez com Carlos Guinle, integrante da abastada família que construiu o hotel Copacabana Palace, Não Tem Solução e Você Não Sabe Amar - esta também assinada pelo pianista Hugo Lima.

Convidada para o disco, Doris Monteiro é a única personagem retratada no livro Copacabana ainda viva. Com voz delicada, ela já era cool antes de essa postura ser comum. Para o álbum, ela releu Fecho Meus Olhos... Vejo Você, incluída no lado B do primeiro disco da cantora, um 78 rotações que saiu em 1951. "Sempre gostei muito dessa música, que Doris nunca regravou", aponta Zuza.

Meu Vício é Você, sucesso de Nelson Gonçalves, pode ser considerada um exemplar cafona e caricato do gênero. Zuza quis colocá-la no repertório de Copacabana, mas precisava achar um cantor que soubesse dar a interpretação correta. Recorreu a Edy Star.

Hoje com 82 anos, ele foi um dos pioneiros do glam rock no Brasil, ao lado de Ney Matogrosso. Definindo-se como "um cabareteiro", referência aos cabarés onde trabalhou no Rio e na Espanha, ele mantém a verve performática.

Canções de compositores renomados que tiveram pouca repercussão quando lançadas podem ser reouvidas no disco, como Ocultei, de Ary Barroso, interpretada por Setton, e Solidão, parceria de Tom Jobim e Alcides Fernandes, que aparece em versão de Montarroyos. Por ora, não há previsão de um segundo volume de Copacabana. "Mas material é o que não falta", aponta Zuza.

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