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Artistas paraenses celebram indicação ao Prêmio Sebrae Amazônia de Música

O público poderá votar na categoria Artista Revelação até o dia 25 de agosto. A premiação será no dia 26, terça-feira

Bruna Dias

Com curadoria de vários artistas nortistas, incluindo produtores, artistas e pesquisadores, o Prêmio Sebrae Amazônia de Música anuncia oficialmente os indicados da edição 2025. Nesta etapa o projeto já entra na sua fase final, já que o público vai reconhecer lançamentos de artistas da Amazônia Legal em diversas categorias.

Segundo Arthur Espíndola, idealizador do Prêmio, a lista de indicados é um reflexo da pluralidade musical da região. “Nessa lista tem um mix muito diverso, tanto de artistas de diversos estados da Amazônia, quanto de estilos e gêneros musicais. Estamos muito felizes com o resultado que a curadoria selecionou”, diz.

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A curadoria tem representantes de cada estado da Amazônia. Os escolhidos são responsáveis por avaliar todas as inscrições recebidas, selecionar os finalistas e garantir que a diversidade e a riqueza musical da região estejam refletidas na premiação. Carla Cabral, é a representante do Pará, ela é professora da Escola de Música da UFPA, compositora, pesquisadora, produtora cultural e musical.

O processo de seleção avaliou as obras inscritas primeiro na curadoria, agora três finalistas por categoria são anunciados e se inicia uma votação popular para a definição da categoria Artista Revelação, que ocorre entre os dias 14 e 25 de agosto no site do Prêmio Sebrae Amazônia de Música. 

“Todos os curadores são amazônidas. Cada estado da região tem um representante participando da avaliação. Este é um projeto que traz espírito de união, de reconhecer e premiar aquilo que tem o nosso ‘DNA Amazônico’”, destaca Arthur.

Entre as mais diversas categorias, estão concorrendo artistas e obras paraenses, como: Irís da Selva, Tamboiara Amazônia, Flor de Mururé, AQNO, Luê, Melissandra, Agatha Sou, Malu Guedelha, Mocotó Beat, Kléber Benigno, Veropa Session, Joabe Oliveira, Cibelle Donza (Orquestra FILMA), Trio Zona de Conforto, Ana Clara, Fé no Batuque, Os Moreiras, Elô, Viviane Batidão, Samaúma, Gaby Amarantos, Flor de Mururé, Reiner, Balada Kids e Trem da Fantasia.


Indicada como “Melhor Artista” na categoria Samba / Pagode, o Fé no Batuque vem se consolidando cada vez mais na cena artística do Pará. Idealizada pelo sambista e compositor paraense Geraldo Nogueira, que toca pandeiro e faz a voz principal, a roda de samba ainda conta Leandro Lima na voz e cavaco, e no violão tem Neto Melodia.

“Fui o primeiro a receber a notícia, depois passei para o Neto e Leandro. Fiquei muito feliz! A gente vem desenvolvendo há onze anos um trabalho na cidade, fazendo um samba com sotaque paraense e vem lançando nossas músicas autorais. É muito importante para o artista esse tipo de premiação, porque é um reconhecimento também de que ele está no caminho certo. A gente fica muito feliz de ter sido indicado junto com outros irmãos de outros estados aí que fazem samba também pelo Brasil”, disse Geraldo.

O Fé no Batuque, há mais de uma década, realiza uma roda que ocupa o centro da cidade de Belém, com sambistas unidos para cantar e tocar clássicos do samba de raiz.

“Essa indicação se torna ainda mais especial porque estamos entre os nossos, entre artistas do Norte que fazem samba. A gente sabe o quanto é difícil produzir música na Amazônia, nós somos amazônidas todos, sabemos o quanto é difícil ser artista aqui, artista do samba também. Sofremos alguns preconceitos por tocar samba no Norte, mas vamos seguindo, buscando cada vez mais quebrar esses preconceitos e batucando, como o Fé no Batuque faz, com tambor no chão e reverenciando nossas nossos ancestrais, que não podiam batucar, que eram presos. A gente fica feliz de estar sendo indicado, em estar entre os nossos aqui do Norte”, explica o músico.


Irís da Selva é indicada como “Melhor Artista” na categoria Sonoridades Amazônicas. De Belém, o artista tem na sua música a mistura da MPB com fortes elementos do carimbó, carregada de espiritualidade.

Iris transmite para suas canções a sensibilidade e a força das encantarias das águas, com uma poética musical que busca mostrar nas composições a sua percepção nas delicadezas e entrelinhas da vida.  
“Fiquei surpreso ao aparecer entre os selecionados, porque não foi eu quem me escrevi, então eu não sabia do prêmio. Essa indicação na categoria sonoridades me deixou feliz porque tenho um amor pela sonoridade amazônica principalmente no carimbó. Essa identidade sonora é muito importante pra minha forma de fazer arte”, pontua o músico.

Como artistas trans não binário, Irís explica que encontrou na cultura popular a principal forma de comunicar vivencias na Amazônia urbana, através das suas memórias, aprendizados e ansiedades. “Gosto de comunicar de modo que as pessoas sintam junto, cantem junto. Tenho um respeito pelas melodias e as palavras porque entendo que são meios poderoso de se conectar com as pessoas principalmente daqui”, acrescenta.

Recentemente, Íris da Selva lançou a música “Domingo de Tarde”, que faz parte do repertório de seu primeiro álbum de estúdio, previsto para este ano. “É um grande desafio (produzir música no Norte), tem a necessidade de mais estrutura e mais oportunidades de circulação para os artistas daqui se conhecerem e se comunicarem mais, compartilhar nossas vivências e experiências artísticas”, analisa.

A votação popular segue até dia 25, no site, já a premiação ocorre no dia 26 de agosto, no Theatro da Paz, em Belém. O Prêmio Sebrae Amazônia de Música 2025 conta com patrocínio do Sebrae, Banpará e Equatorial Pará, por meio da Lei Semear (Fundação Cultural do Pará) e da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Rouanet) e com apoio da Secult. A realização é da Oriente Multi Produções e Milk Produções, em parceria com a Cultura Rede de Comunicação.