Mostra de Teatro Nilza Maria ganha segunda edição a partir deste sábado

Programação terá espetáculos on-line e presenciais até o dia 1 de novembro

Enize Vidigal
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A 2ª Mostra de Teatro Nilza Maria estreia neste sábado, 24, com espetáculos on-line e presenciais para crianças e adultos, que serão apresentados até o próximo dia 1º de novembro.

O evento da Secretaria de Cultura do governo do Estado (Secult) homenageia este ano o dramaturgo, ator e diretor Cláudio Barradas, de 91 anos, que fundou grupos de teatro, escreveu peças teatrais e recebeu prêmios. Na mostra, ele também sobe ao palco ao lado de Zê Charone no espetáculo “Abraço”, do Grupo Cuíra, no domingo, 25.

Onze grupos teatrais foram selecionados no edital da mostra, lançado em fevereiro, e receberão o cachê de R$ 5,5 mil por projeto. “Estivemos trabalhando muito pouco durante a pandemia toda. Foi muito interessante adaptar a mostra para o contexto do isolamento social. A base do teatro de bonecos é a interação com o público. O desafio é adaptar a nossa linguagem para dialogar com as necessidades do momento”, descreve a produtora do In Bust, Cristina Costa.

O nome da mostra é um tributo à dama do teatro paraense Nilza Maria, que faleceu em maio deste ano, aos 97 anos, dos quais 70 anos foram dedicados ao teatro e ao cinema. O evento visa difundir pesquisas contemporâneas nas artes cênicas, no estado.

image A mostra faz homenagem a atriz Nilza Maria (Ary Souza/O Liberal)

Um dos destaques desta edição é “Abraço”, roteiro de Edyr Proença inspirado em um personagem real sobre a solidão na terceira idade, que será encenado no Theatro da Paz com transmissão exclusivamente on-line no domingo, 25, às 20 horas.

Homenagem

“A trajetória do Cláudio no teatro e no cinema serve de inspiração a várias gerações. Como ator, ele é vigoroso, sua presença cênica é inigualável. Como diretor, Barradas sempre foi criativo, ousado, um mestre. ‘Abraço’ traz um texto ágil, profundo. A encenação valoriza a importância do dramaturgo e acompanhado da atriz do calibre de Zê Charone ganha ainda mais potência. Acho que é uma ótima homenagem do grupo Cuíra à grandeza desses dois atores”, descreve o diretor de Teatro da Secult, Adriano Barroso.

Em Belém, Cláudio Barradas fundou grupos de teatro, escreveu várias peças teatrais e recebeu prêmios, foi ator e diretor de rádio novelas na PRC-5, atuou em quatro filmes de Líbero Luxardo ("Um Dia Qualquer", “Marajó”, Barreira do Mar", "Um Diamante e Cinco Balas" e "Brutos Inocentes") e também em novelas da TV Marajoara.

Fundou o Teatro Cabano Vai ou Racha, o Tecoara, e a Federação de Teatro. Conseguiu junto à Universidade Federal do Pará que fosse criada a Escola de Teatro (atual Escola de Teatro e dança da UFPA), onde se formou e se tornou professor. É homenageado com o nome do Teatro Universitário Cláudio Barradas.

Aos 62 anos, ele ordenou-se padre, mas não abandonou as artes cênicas. Foi vigário na Sé e pároco em Santa Isabel e no bairro da Marambaia, em Belém.

"O teatro é a minha vida. Sou padre, sirvo a Igreja, e sou ator, sirvo o teatro. Fiz peça a minha vida toda, fiz espetáculo em toda Belém, fora de Belém, em outros estados e até na Colômbia. Fazer teatro é o ar que eu respiro. Já fiz bandido, prostituta e gay... Cada peça que eu faço são férias que tiro de mim e volto enriquecido. O ator aprende em uma vida só o que são mil vidas", descreveu Cláudio Barradas em entrevista anteriormente concedida a O Liberal.

O grupo In Bust, de teatro de bonecos, vai encerrar a Mostra Nilza Maria com o espetáculo “Pinóquio”, inspirado no clássico infantil, no qual também fará uma homenagem a Barradas, no domingo, 1º, às 20 horas.

Peças presenciais

Apenas quatro espetáculos serão apresentados com público limitado a 100 pessoas, no Teatro Estação Gasômetro, nos finais de semana da mostra, sempre às 10 horas da manhã, todos gratuitos.

image Espetáculo “Os Inigualáveis Hermanos Silva e o Circo Provisório”, do grupo Folha de Papel, abre a mostra neste sábado (Divulgação)

O primeiro será “Os Inigualáveis Hermanos Silva e o Circo Provisório”, do grupo Folhas de Papel, neste sábado, 25, com os artistas usando números de palhaçaria e linguagem circense para narrar a história de três irmãos artistas inábeis na acrobacia, na mágica e na dança.

A comédia “Ce Deus eco nois”, de Ana Marceliano e Ruber Sarmento, será encenada no domingo, 25, com os personagens Darcy e Zé tentando ganhar a vida nas ruas com práticas de xamanismo.

“Escola de Passarinhos”, de Cleber Cajun, no sábado, 31, trará um catador de papelão que constrói objetos desse material, como casa, carrinho, asas, relógio e outros. E no domingo, 1º de novembro, os Notáveis Clowns apresentarão “Rir é o melhor remédio”, sobre um preguiçoso palhaço Toli, que recebe um diagnóstico de doença e resolve adotar uma vida saudável.

“Vamos garantir ao público algum contato com essa produção no Teatro Gasômetro, que é um espaço mais aberto, onde nós podemos manter o distanciamento com segurança. Esperamos proporcionar essa interação com os espetáculos, atores, atrizes e com o trabalho desses diretores e dramaturgos e disponibilizar nas plataformas digitais para as próximas gerações esse trabalho tão extraordinário e de tanto talento produzido pelos nossos profissionais das artes cênicas no Pará”, disse a secretária de Cultura do estado, Úrsula Vidal.

image Palhaços Trovadores criou 'Reprises' a partir de cenas tradicionais do circo (Divulgação)

Peças on-line

As demais apresentações serão encenadas em teatros, mas sem plateia e com transmissão pelo canal da Secult no YouTube. Além de “Abraço” e “Pinóquio”, o Theatro da Paz vai receber também os espetáculos “Reprises”, do Palhaços Trovadores, na sexta-feira, 30, e “Solos do Marajó”, do grupo Usina, no sábado, 31, sempre às 20 horas.

Já o Teatro Waldemar Henrique será palco das transmissões dos seguintes espetáculos, sempre a partir das 20 horas: “Esperando Godot”, da Trupe Vira Rumos, na segunda-feira, 26; “Lúgubre”, da Cia Paraense de Potoqueiros, na terça-feira, 27; “A vida, que sempre morre, que se perde em se perca?”, do Grupo Gruta, na quarta-feira, 28; e “O Despejo”, da Cia. Thaetro na quinta-feira), 29.

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