Les Rita Pavone tem disco de estreia entre os 50 melhores do 1º semestre de 2025, segundo a APCA
Grupo paraense prepara uma turnê por Belém a fim de mostrar o disco que o projeta nacionalmente

A banda paraense de rock pop Les Rita Pavone está na lista dos melhores discos brasileiros lançados no primeiro semestre de 2025, na avaliação da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), com seu álbum de estreia "El Baile Rock", que saiu em 30 de maio de 2025. Esse trabalho mistura um pouco de tudo, como rock, samba, jazz e sons do Caribe, para não seguir citando outros ritmos e vem conquistando a crítica e o público. Desse jeito, a Les Rita Pavone ultima preparativos para se lançar para uma série de apresentações do repertório de "El Baile Rock" em diversos espaços de Belém a partir de agosto próximo,com projeto aprovado na Lei Aldir Blanc.
Essa conquista da Les Rita Pavone (estar entre 50 top do prêmio de Música Popular da APCA) não é à toa. Traduz toda uma proposta de se ter não só um olhar mais amplo para o mundo a partir da música, de romper com o paradigma de que o Brasil e o planeta tem o norte e o sul da produção musical e cultural, mas de mostrar que a Tropicália não foi em vão na transformação de conteúdos vindos da vida brasileira e do exterior em singularidades. Uma proposta de fazer e instigar novos sons. Por isso, quem tiver a curiosidade de conferir o disco da banda vai encontrar gemas como "Pira Pajé", "El Baile Rock", "Café Havana", "Hoje é dia de RexPA", "Rádio AM" e outras, num total de dez faixas.
Na formação atual da banda são cinco pessoas: Gabriel Gaya (voz), Arthur da Silva (voz e violão), Helenio Cezar (baixo), Jimmy Góes (guitarra) e Luiz Otávio de Moraes (bateria). Rafael Pavone e Mateus Moura são parceiros essenciais da banda.
"Eu entendo que essa avaliação da APCA é a consequência de um trabalho bem feito, tanto de produção quanto de composição, isso bem antes. Esse disco vem sendo gestado há muito tempo. Esse conceito já existe dentro do universo da banda há muito tempo, então, quando a gente foi fazer realmente o disco essa vontade, a nossa habilidade de fazer já estava num nível em que a gente podia fazer um trabalho bem feito", diz Gabriel Gaya.
Ele diz que, somado a isso, a banda teve bastante tempo, entre a finalização do disco e o lançamento, para ir atrás de trabalhar estrategicamente as redes sociais, uma assessoria, artigo do jornalista paraense Ismael Machado no site "Scream & Yell", especializado em música independente do Brasil, entre outras ações, o que contribuiu para levar o disco mais longe. Um disco que traz o diálogo dos sons do rock (pesquisa, inovação musical) feito no Pará com o da América Latina. A Les Rita Pavone surgiu em 2006 por iniciativa de Gabriel Gaya e Rafael Pavone trabalhando com o conceito antropológico de bricolagem, o que inclui a arte da cantora Rita Pavone, entre outras referências.
A Les Rita Pavone faz shows desde 2013, com grande parte do repertório do disco, funcionando como uma banda de baile, mas "um baile autoral", como relata Gabriel. E assim desfilam composições em samba rock, soul music, reggae, bolero, rock "como amalgama, essa coisa que cola todas as pontas". E assim surgiu a música "El Baile Rock" (2014), e isso virou o conceito do disco. Em 2017, foi lançado um EP com parte do repertório do disco e iriam gravar o restante, mas teve uma mudança de formação do grupo. Resumindo, o disco traz uma síntese desses dois momentos da Les e conta a história de 12 anos do grupo.
Novidades
No Instagram da ACPA, é destacado que a "lista combina estreias promissoras como as de Janine, Les Rita Pavone e Vera Fischer Era Clubber com a experiência de Azymuth, Joyce Moreno e Mateus Aleluia, e nomes badalados como Don L, BK', Ebony, Luedji Luna e Marina Sena". A relação completa dos 50 melhores discos do primeiro semestre pode ser conferida aqui.
A APCA informa que o júri de Música Popular da Associação Paulista dos Críticos de Arte (@apcapremio) se reuniu para selecionar os 50 melhores discos do primeiro semestre de 2025 numa votação que contou com @dribarrosreal (TV Cultura e Mistura Cultural), Alexandre Matias (@TrabalhoSujo), @noacapelas (Programa de Indie), Camilo Rocha (@BateEstaca), @CleberFacchi (Música Instantânea e Podcast VFSM), @GuiWerneck (Canal Meio e Ladrilho Hidráulico), @jnflesch (Canal do Flesch), Marcelo Costa (@screamyell), @POAntunes (Tem Um Gato na Minha Vitrola) e Pérola Mathias (@poroaberto e Resenhas Miúdas)".
“Desde o início da pandemia de covid-19 que não vivíamos um primeiro semestre tão movimentado na música brasileira”, avalia Cleber Facchi. “Normalmente, os grandes lançamentos acontecem a partir do segundo semestre, já visando a temporada de shows e a intensa movimentação dos festivais de verão, mas este ano fomos surpreendidos com uma sequência de grandes obras em um curto intervalo de tempo. Foi difícil escolher os melhores. Do rap de Don L, BK, Ebony, FBC e Stefanie, passando pela MPB de Jadsa, Luedji Luna, Zé Ibarra e Josyara, ao pop de Marina Sena, Rachel Reis e Vera Fischer Era Clubber, sobram registros essenciais”, como destaca o crítico.
Neste segundo semestre, como repassa a APCA, o júri voltará a se reunir para trocar informações e debater sobre as novidades da categoria – o mês de julho começou repleto de grandes lançamentos. No começo de 2026, será divulgada uma segunda lista com os 50 melhores discos do segundo semestre – ao todo, serão 100 discos do ano, uma lista da qual sairá o Melhor Disco de 2025 para os votantes. Além disso, o júri também indicará os nomeados para outras categorias da premiação (Artista do Ano, Artista Revelação, Show, entre outros).
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